Capítulo 8

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DECISÕES


Durante os dias seguintes eu fiz o meu melhor para evitar o Eduardo, eu sei que é infantil e imaturo da minha parte mas eu não fazia ideia do que falar, ele não havia me ligado no domingo e nem na segunda, e eu o agradeci internamente por isso. Quando ele me beijou no sábado à noite, minha primeira reação foi não ter reação nenhuma, eu me encontrei congelado no lugar e incapaz de me mover, mas assim que o momento de surpresa passou eu me vi dando passagem pra ele na minha boca e minhas mãos se agarrando ao seu cabelo, puxando pra mais próximo como se qualquer distancia fosse intolerável.

O beijo foi algo que eu não posso explicar, quando nos tocávamos, nas poucas vezes que aconteceu, meu corpo disparava com os choques que percorria meus nervos, mas quando eu senti seu corpo contra o meu e seu hálito quente na dobra do meu pescoço, mandando calafrios pela minha espinha foi como se eu me sentisse completo, como se eu estivesse faltando uma parte esse tempo todo e só quando não abraçamos que eu percebi a falta que aquela parte me fazia. E depois que tudo acabou ele me deixou lá olhando pra ele sem saber o que fazer, ele acariciou meu rosto uma última e deixou dois beijos suaves nos meus lábios e foi embora com um sorriso de orelha a orelha, eu fiquei na porta estático e maravilhado ao mesmo tempo, mas sem tempo a perder a realidade bateu a minha porta e varreu o sorriso que eu tinha no meu rosto.

Como sempre eu tinha que me preocupar com tudo, eu não podia simplesmente viver o momento e deixar os problemas de lado. Eu me vi imaginando as reações dos meus pais e meu irmão ao descobrir, eles nunca foram homofóbicos, mas uma coisa completamente diferente é quando o próprio filho deles está, eu não sei como eles iriam reagir quando nem mesmo eu sei o que quero. Eu sei que não poderia evitar ele pra sempre, mas eu compraria a maior quantidade de tempo que eu pudesse.

Com a terça no horizonte eu sabia que não poderia evitar vê-lo na sala uma vez que fazíamos uma matéria juntos, mas eu esperei até o último minuto para poder entrar na sala de forma que entrasse junto com o professor e sentei nas fileiras da frente. Ao entrar na sala meus olhos passaram por ele brevemente e eu pude ver o seu sorriso de sempre direcionando a mim, mas quando ele não recebeu um em retorno sua expressão mudou para confusão e eu pude ver ele franzindo as sobrancelhas.

Durante a aula toda eu pude sentir o peso do seu olhar na minha nunca e isso me deixou tenso durante toda a aula, nem olhar pro lado eu conseguia com medo de que ao me virar ele fosse estar logo do meu lado e ai eu teria que enfrentar ele. Mas eu não podia, não agora, não quando eu não sabia o que falar. Eu não achava que havia sido um erro, não mesmo, mas eu também não sabia como lidar. Me julgue e me condene se sou tão temeroso de enfrentar meus problemas, mas ninguém é perfeito.

Quando o professor dispensou a turma eu já estava no corredor em tempo recorde sem nem olhar pra trás eu escutei meu nome sendo chamado duas vezes antes de virar no corredor e pegar a primeira porta de acesso as escadas, na minha pressa eu não prestava atenção quando esbarrei com alguém e vi uma cascata de cabelos loiros tombar sobre mim. Ao me levantar e ajudar a pessoa que eu havia derrubado no chão eu congelei no lugar ao encarar aqueles olhos verdes que da última vez que eu vi a quase uma semana estava atirando pregos no meu caixão.

- O que você está fazendo aqui? - Eu disse me esquecendo por um momento da minha fuga.

- Oi pra você também Gabriel e obrigado pela bunda roxa que me deu. - Sim era ela mesma, Marjorie em toda sua glória e sarcasmo.

- Me desculpa eu não estava olhando por onde eu ia. E estou com um pouco de pressa.

- Deu pra perceber, parecia que estava fugindo do diabo. - Ela disse com um sorriso como se a ideia a agradasse.

Forbidden LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora