wild eyes - elizabeth olsen

capítulo 9 - a verdade pt. 2

Não tive tempo para raciocinar o quão perturbadora era a vista a minha frente. Minha cabeça rodava de uma forma que acreditei desmaiar a qualquer momento. Cada centímetro da sala estava coberto por fotos de Elizabeth nua. Acredito que essas sejam as fotos que ela estava se referindo.

Olho para Elizabeth e ela está tentando pegar as fotos que estavam jogadas no chão da sua sala, de uma forma desesperadora. Meu peito sentiu uma fisgada no mesmo instante. Tranquei a porta atrás de mim, e tento olhar o relógio mas ele está coberto por uma foto da minha professora amarrada. 

Meu estômago embrulha. O choro dela me deixa completamente desnorteada, mas eu não tenho tempo para isso. 

Corro em direção a lixeira da sala e noto que ela é terrivelmente pequena. Olho ao redor da sala tentando procurar algo maior para jogar aquelas fotos, mas não consigo ver nada além de mais e mais fotos coladas pelos armários, mesas dos alunos e até mesmo no teto. Elizabeth levanta com uma pilha de fotos que não cabiam em seus braços pois estavam todas amassadas. 

Não tinha lugar para colocar aquelas fotos e ela notou isso ao seu olhar ficar perdido procurando um local.

-Droga!- corro em direção a porta e destranco ela.

-Onde você vai?- sua fala sai quase em gritos.

No início do corredor tem algumas latas de lixo com rodinhas. Quase tropeço nos meus pés quando tento frear para pegar na alça do lixo. Dei de cara com alguns alunos. Merda.

Corro de volta para a sala com a lata de lixo quase do meu tamanho.

Tranco a porta novamente e Elizabeth não recua ao jogar as fotos que ela havia recolhido no lixo que acabo de trazer.

-Você pega as do chão e eu tento tirar as da parede e do teto, ok? -digo pegando uma mesa aleatória a minha frente e Lizzie concorda desesperadamente com a cabeça.

Esse homem deve ter levado a noite inteira colando isso. Ele não deixou escapar nenhuma área da sala e me pergunto se as fotos estão apenas nessa sala, ou ele havia colocado em outro lugar. 

Minhas unhas sangravam de tanto descolar algumas das fotos que o homem se deu o trabalho de usar cola branca, fazendo com que eu tenha que descolar das beiradas. Eu não sentia dor. Não sentia nada além de ódio.

Olho para baixo e Elizabeth subiu em sua própria mesa para tirar as fotos coladas no quadro atrás dela. Ela já havia recolhido as fotos do chão. Levamos minutos torturantes para tirar aquelas fotos mas acabamos com respirações ofegantes e uma lata de lixo de quase 1,60m completamente cheia. Olho para o relógio acima de nós novamente e retiro a última foto que restava, vendo que faltavam 3 minutos para o início da sua aula.

Elizabeth usava suas duas mãos para esconder seu rosto. Ela veio na minha direção e a abracei. Sua pele estava levemente suada e gelada. Ela estava assustadoramente gelada. Dei um beijo no topo da sua cabeça enquanto joguei a última foto no lixo ao nosso lado. Eu não queria mais soltá-la.