𝟑: O Baile. (parte 1/2)

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Dono de bosta nenhuma 💩
visto por último hoje as 9:17

oi -
(8:25)
?... -
(9:01)

- tava dando um tapa no cabelo, foi mal nao ter respondido
(9:10)

como raios isso funciona? -

- vo nem explica
- ja ta pronto pro baile? ou suas roupas sao todas de playboy?

como eu devo ir??? -

- como?
- primeiro, sem sapatenis

droga. -

- KKKKKKKK VSF.
- vem pra minha casa agora. eu nao vou passar vergonha com vc.

🐬 + 🍒 = ♡

Jotaro se sentia humilhado. Mas não abalado. Só por causa de que alguém que estranhamente estava se aproximando rápido de novo tinha zuado suas roupas, e logo em seguida iria ajudá-lo com essa questão. Para ele era estranho. Tudo era estranho.
Era tudo novo, e com sentimento de antigo. Ele já tinha passado por aquelas ruas, já tinha visto alguns pontos conhecidos... mas tudo tinha mudado. Só não tinha mudado os pisca-pisca fora da época do natal, de decoração em algumas casas. Isso era um dos costumes que nunca havia mudado em nenhum bairro.

Ele pensava nisso, enquanto ia até a casa de Kakyoin, que era um pouco longe da sua. Ele tinha achado que tinha até se perdido, mas não iria se culpar tão fácil assim.
O jeito que Noriaki teria ensinado a ele como se chegava lá, era um jeito bem diferente.

- "Primeiro você vira o beco que tem perto da sua casa, ai você vai entrando nele até o fim. Depois você vai passar por alguns noias, e eles vão te oferecer maconha. Eu recomendo você passar por eles correndo, pois eles estão vendendo por um preço alto. Aí você passa pelo orelhão que tá quase caindo sem derrubar ele, e pronto. Quando ver uma casa verde com um puxadinho em cima, é a minha."

Jotaro repitia esse áudio em 2x no seu celular. Mas ele estava quase descarregando, afinal, era um iPhone mais recente, a última coisa que ele tinha comprado antes de virar pobre de novo. Então não podia ouvir muitas vezes para ficar rindo da voz do seu ex-amigo.

Mas finalmente ele chegava lá, já todo suado de tanto correr, nem precisava afinal. Não tinha nenhum noia na rua, infelizmente.
E ele batia na porta, e quando era aberta, se encontrava com um cheiro forte de perfume, achou que até ia desmaiar daquele jeito.

- "Finalmente né? Se demorasse mais não ia te levar."

- "Fala fala fala, mas não faz nada. Posso entrar?"

- "Você já tá aqui mesmo. Te mandar embora ia ser uma perda de tempo."

- "Porque estamos rimando?"

- "E eu vou saber?"

E assim ele entrava, confuso com as rimas de rap. Olhando em volta, via várias roupas no sofá. Ah não, iria começar uma prova de roupas, só de roupas mandrake$. Jotaro queria correr e correr, mas não podia, sua casa era longe dali.

- "Vamos, vista alguma que você goste para irmos."

- "Vou pelado desse jeito. E duvido que caiba em mim."

- "Não custa tentar"

Noriaki dizia, e saia de sua sala para deixar ele a sós, para se trocar. Ficava esperando uns segundos, minutos, até perder a paciência e ir para a sala. Ele já não estava mais ligando se Jotaro estaria só de cueca, na verdade nem ligava antes, tinha saído por educação.

- "Você ainda não terminou porra?!"

- "Eh..........." - Jotaro se encontrava preso em uma camisa polo verde claro, que claramente não passaria nem pela a cabeça dele, só de cuequinha, a clássica de golfinhos. Kakyoin olhava, e olhava, e começava a rir, rir de chorar.

- "Não vai me ajudar?!" - Jotaro perguntava envergonhado. Kakyoin nem dava atenção e continuava a dar risada dele. Ele com raiva, simplesmente conseguia rasgar a camisa, fazendo o ruivo ficar surpreso, e parar de rir imediatamente. Obviamente ele conseguia fazer isso, fez duas semanas de Smart Fit™ e já tinha ficado todo trincado.

- "Quanta força. Mas você rasgou minha camisa preferida." - Kakyoin dizia sério, olhando Jotaro de cima a baixo. Jotaro somente cruzava os braços e dizia:

- "Eu vou com as minhas roupas. E se esse baile for uma merda pode considerar que você tem um inimigo que vai rasgar todas as suas roupinhas, entendeu?!"

- "Nossa... como você é todo bravinho. Tá, não vai ser uma merda, se você não sair de perto de mim, claro. Eu posso fazer você ir pro camarote do baile comigo, se me fizer um favor."

- "Camarote do baile?... Estamos na novela da Bibi Perigosa?! E que favor?..."

- "Eu quero que você me dê pães de graça. Ou você pode... sei lá... sair comigo para o barzinho aqui do bairro."

- "Sair? Não estamos indo muito rápido com isso não?"

- "Entenda Jotaro Kujo, eu lembro de você fazendo parte da minha infância, foi um momento bom da minha vida, e eu quero ver se você voltando a ser meu amigo pode tirar o meu estresse, de vez em quando."

- "Hm... então você se lembrou né? Desde quando?"

- "Desde que vi? Não sei cara."

- "Ah... hm... vai ter bebida e privacidade lá?"

- "Acho que é pra isso que camarotes servem, Jotaro."

Jotaro pensava e pensava, e aceitava o trato. Não podia ser tão ruim sair com seu ex-amigo-que-estava-virado-amigo-muito-rápido. Ele até tentava se lembrar porque pararam de se gostar do nada. Crianças enfim.
Ele corria para se vestir rapidamente, pois havia se esquecido por alguns minutos que estava de cueca na frente de um dos caras mais conhecidos da região. Mais vergonhoso que isso somente usar as calças da Korova™ em pleno 2021. Pelo amor do senso né.

Ele percebia que enquanto se trocava, o Kakyoin... o admirava. Digamos que por assim, ele não tirava os olhos dele, da bunda dele em específico, Jotaro pensava: "Será que tá freada?". Jotaro estava tentando entender o que estava acontecendo, então ele juntava todos os pontos.

Primeiro ele disse que iria leva-lo para o baile, depois o chamou para ir em sua casa, para se trocar, colocar roupa de baile mesmo, chama ele para um encontro e ainda vai o colocar no camarote do baile???

O que Jotaro conseguia pensar era: "Meu Deus, esse cara quer que eu vire a sugarbaby dele, quer que dê pra ele, ou ele quer alguma coisa em troca. Como vou dar algo em troca se estou sem nenhuma grana???". As vezes
Jotaro se sentia um tolo por não entender o que estava acontecendo em sua volta, e ele tinha a total razão. Pensava em tantas coisas em pouco tempo que não conseguia pensar no óbvio.

- "Ei, vamos? Ou você parou no tempo real?"

- "Ah, mil desculpas. Vamos, vamos sim."

Até Kakyoin que não era trouxa nem nada, tinha visto o estado do menino. Mas ele não iria pensar muito nisso naquele momento, ele queria pensar em uma só coisa: O Baile. Finalmente tinha se chegado a hora do baile. Então Noriaki o pegava pelo o braço, por causa que ele ainda estava todo travadão e perguntava:

- "Vamos?..."

- "Claro. Não tenho muita escolha."

Dono do Morro ★ JotaKak 「Crackfic」Onde histórias criam vida. Descubra agora