𝟒: O Baile. (parte 2/2)

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E eles finalmente chegavam, já quando o Baile estava fervendo. Tinha tanta gente que Jotaro se perguntava se não tinha entrado numa estação de metrô no horário de pico.

Kakyoin era recebido com vários "Olá!", ou "Por favor, podia me ajudar num certo problema com Fulano?". Era uma loucura, mas ele ignorava todos como se fosse uma grande celebridade, e só ia caminhando até esse "camarote".
E era como ele exatamente imaginava, parecia um carro alegórico, a diferença era que tinha um som que o deixava surdo. De um certo modo ele estaria se encantando com aquilo.

- "Parece que chegamos adiantados. Cadê o resto dos seus amigos?"

- "Eles sempre se atrasam. Mas se fosse você, preferia não os ver bêbados, parecem outras pessoas."

Meu Deus. Jotaro se espantava, enquanto Noriaki tirava uma bebida do além, já oferecendo a ele. Era uma batida, com suco Tang™ de cereja — coleção limitada — leite condensado e uma 51™. Jotaro aceitava, com um certo receio de ou não acordar mais no outro dia, ou de ficar preso no banheiro, mas tomava aos poucos.

- "Eu já tô bêbado. E só dei um gole."

- "Como você é fraco Jotaro!" - Kakyoin gritava rindo, enquanto dava mais um gole na bebida. De repente:

🎶 "Quer dançar? Quer dançar? O TIGRÃO VAI TE ENSINAR" 🎶

Era só a música preferida de Kakyoin. Ele dava um puta grito, e começava a dançar perfeitamente, parecia que tinha nascido dançando. Jotaro ria baixo, roubando a atenção do ruivo que o perguntava:

- "POR QUE NÃO VEM DANÇAR TAMBÉM?!" - Era assustador como ele estava empolgado, mas Jotaro entrava no embalo. Começava a imitar os movimentos dele, que já estava muito louco. Todos que estavam lá embaixo gravavam, e até dançavam juntos. Era incrível o que uma pinga e o Bonde do Tigrão podiam fazer para unir pessoas.

Infelizmente tudo que é bom, acaba. A música acabava. Alegria de pobre dura pouco, não é mesmo? Começava a tocar um pancadão, de novo, mas todos continuavam a dançar, sem se importar mais com a música que tivesse tocando. Todos só queiram rebolar o cu. E como o Kakyoin queria isso.

Ele gostava de sentir pessoas ao redor dele alegre, isso desde pequeno, talvez ele não se lembrasse, mas Jotaro se lembrava tão bem.
Na escola sempre que alguém se ralava, caía no chão e chorava, Kakyoin que ia tentar fazer a pessoa pelo menos soltar uma risada. Sempre tentava fazer as pessoas esquecerem dos problemas por alguns segundos. E teoricamente, era isso que ele estava fazendo com o Jotaro naquela hora. Sem nem perceber.

- "Jotarooooo?! Vamos descer lá pra baixo? Preciso te ensinar a dançar de verdade."

- "Ah não."

- "Ah sim."

E mais uma vez, ele era arrastado, dessa vez lá no meio de gente, enquanto tocava um pesadão de alguma playlist aleatória.

- "E é assim, vem pra mais perto." - Kakyoin o pegava pela a cintura, e fazia o rebolar ao ritmo da música. Tudo fazia Jotaro ficar envergonhado, não ao ponto de virar um tomate. Era uma grande atmosfera, várias pessoas fazendo lomotif rebolando com eles de fundo, o perfume matador do Kakyoin, que naquele momento nem era tão ruim assim, eles próximos... Ele estava realmente em dúvida do que sentia. E do que sentiu ao longo de sua vida. Um bom longo, bote uns três o nesse longo.
Ele fazia tudo que o Kakyoin mandava, enquanto o segurava pela a cintura. Ele falava no ouvido dele:

- "Já tá cansado?"

Se aquilo não era de duplo sentido, o Jotaro ainda estava na quinta série e não sabia. Ele segurava o riso pensando nisso, mas fazia que sim com a cabeça. Ele nem sabia que horas eram mais, se estava de noite, ou já era madrugada, nada sabia.
O que eles sabiam que iriam beber até cair, até esquecerem o nome, dar o famoso PT.

🐬 + 🍒 = ♡

E era exatamente isso que eles faziam. No outro dia, Jotaro só acordaria na casa de Kakyoin, deitado no sofá todo largado. Suas pernas mal conseguiam levantar, e sua cabeça doía tanto, estava tendo uma ressaca. Ele sentava lentamente no sofá, e olhava ao redor pra ver se tinha algum sinal de vida, até encontrar Noriaki no chão. Ele se perguntava o que tinha acontecido...

As últimas coisas que se lembra é de uma competição de passinho que teve, antes deles irem para casa correndo, isso já de madrugada.
Se lembra deles entrando um se segurando no outro para não cair, e se jogando no sofá, um em cima do outro. Se lembra do Kakyoin olhando para ele com seus lindos e grandes olhos roxos e... sua mente não se lembrava de mais nada, nem ao menos adiantava.

Ele pega o seu celular, que tinha deixado na casa do Kakyoin por algum motivo que nem se lembrava e olhava o horário. Ele já estava atrasado pro trabalho.
Antes mesmo de sair correndo, ele colocava o Kakyoin no sofá, e o cobria com uma das suas corta-vento. Ele saia correndo, pensando: "Eu tô mais que ferrado. Tô fudido."

Dono do Morro ★ JotaKak 「Crackfic」Onde histórias criam vida. Descubra agora