Desire - Sariette

Amor não correspondido

Narrador Onisciente

Sarah estava guardando suas coisas para se juntar a seus amigos e irem almoçar juntos no restaurante universitário mais perto. Entretanto, Kerline mantinha sua atenção na loira e ao perceber que ela iria sair da sala de aula, ela se aproximou da brasiliense para poderem conversar. Kerline tinha coisas que queria falar há muito tempo.

           - Sarah, eu preciso conversar com você. – Disse com um sorriso amarelo estampado no rosto.

           - Não pode ser outro dia? Eu combinei de almoçar com os meus amigos. – Sarah apontou com os olhos para o grupo de amigos que a esperavam na porta da sala de aula. Ela estava tentando se esquivar da conversa.

          - Por favor. Não vou tomar muito do seu tempo.

          - Tudo bem. – Aceitou por fim e disse com o olhar para seus amigos que ela demoraria e que eles poderiam ir na frente.

          - Eu não sei muito bem como começar a falar isso... – Kerline se interrompeu para olhar o chão, pensativa. Ela estava tentando achar palavras para confessar o que tanto queria. – Eu...

          - Podemos ter essa conversa outro dia, se você preferir. – Tentou mais uma vez se esquivar da conversa.

          - Não. Eu fiquei a manhã inteira me preparando para ela, Sarah. Eu preciso falar.

          - Como quiser. – Sarah já sentia o nervosismo e o anseio tomar conta do seu corpo. Ela tinha medo do que iria escutar da boca da outra mulher.

          - Sarah, eu... – Kerline se interrompeu. Parecia estar criando coragem para proferir as próximas palavras. – Eu não sei se você já sabe, mas eu sou apaixonada por você.

          Sarah sentiu sua garganta fechar e não conseguiu evitar de tossir. Ela foi pega de surpresa, não imaginaria que a loira seria tão direta assim.

          - Eu... Eu... – A brasiliense abriu e fechou a boca algumas vezes sem conseguir responder nada.

          - Deixa eu falar tudo primeiro, depois você fala o que tem para falar. – Kerline sorriu com o coração acelerado que batia dentro do seu peito. – Eu sempre fui apaixonada por você, Sarah. Todos esses anos que nos conhecemos, meu coração sempre pertenceu a você. Eu te amo e sou perdidamente apaixonada por você.

         - Kerline, eu sinto muito. – Sarah iniciou, atraindo os olhos da sua colega de curso para si. – Eu... Eu já gosto de outra pessoa.

          - Eu não acredito que você está realmente se envolvendo com a Juliette. A nossa professora, Sarah? – Seu tom de voz era carregado de indignação e decepção.

        - Sim. Infelizmente não tem o que fazer, eu sou completamente apaixonada pela Juliette. Eu não escolhi, simplesmente aconteceu. – Sarah adquiriu a voz trêmula ao observar que lágrimas banhavam os olhos de Kerline.

         - Mas eu te amo, Sarah! Sempre amei! Desde o primeiro momento que coloquei meus olhos em você. – A mulher tinha a voz embargada por conta das lágrimas.

         - Sinto muito por você nutrir um sentimento que não é e nunca foi recíproco. Infelizmente essas coisas acontecem e eu sinto muito por estar acontecendo com você, Kerline. De verdade. – Sarah deixou toda a sinceridade transparecer por suas palavras.

         Kerline sentiu que as palavras que a outra pronunciou eram como adagas que atingiram seu peito em cheio, fazendo-a sangrar. Seu coração estava pesado e parecia estar quebrado. Suas mãos tremiam e as lágrimas escorriam sem parar pelo seu rosto.