Prólogo

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Se imagine agora, em um gramado verde e as vezes bate um vento agradável, isso traz uma sensação de paz ou ao menos um vislumbre do que seria essa paz que muitos falam.

De repente, em algum momento o gramado verde começa a secar e morrer, as flores começam a morrer e tudo em volta fica sem vida e opaco, aquela sensação de paz é substituida por uma sensação de incerteza, os gramados recebem outra cor. Vermelho.

Mas não é o vermelho de sangue, é o vermelho do ódio, da raiva e do rancor... é tudo vermelho e sem vida. É assim que um Kitsune se sente ao se corromper.

—Podem abrir os olhos.-Um senhor de idade fala para alguns jovens.

Esse grupo de homens e mulheres, abrem os olhos embaixo de máscaras de Kitsune e saem da velha casa de madeira desse senhor. Na frente da casa desse senhor, uma placa diz "Terapia Kitsune, aqui você entenderá mais de você mesmo.", algumas dessas pessoas apenas somem em pleno ar deixando apenas dois rapazes ali.

Eles caminham um ao lado do outro, até que um deles levanta a máscara até a altura do nariz e fala.—Irmão, eu preciso ir em um lugar primeiro, você pode me dar cobertura para os nossos pais não brigarem comigo?

A única coisa que se pode ver na boca desse rapaz, é uma boca comum, se não fosse pelo pequeno detalhe de que a boca dele não tem cor.É uma cor inexistente, ele não é negro, ele não é branco e não aparenta ter nenhum traço oriental, é completamente impossível para um humano ver essa cor nova.

—Posso sim, vai lá- O outro rapaz responde e continua andando em direção da sua casa.

Os dois irmão se separam, o Kitsune que levantou a máscara pula muito alto e passa por algumas casas. O outro Kitsune vai para a sua casa andando como de costume e chegando lá ele abre a porta e antes de entrar e faz uma reverência se curvando.

Ele termina a reverência e entra na sua casa, e quase no mesmo momento que ele cruza a porta, o seu pai aparece com um bambu nas suas mãos grintando muito alto.—CADÊ SEU IRMÃO?

Antes que o garoto pudesse responder, o pai dele acerta um golpe com o bambu na máscara. O rapaz só vira o rosto sem falar nada e o pai dele continua berrando.

A mãe dele aparece e tenta segurar ele mas no meio de todos os movimentos bruscos, ele acerta o rosto dela deixando um dos olhos bem roxo. O pai dele empurra ela contra o chão e em seguida pega o garoto pela gola da blusa e joga ele contra a parede.

—Cadê? Ele foi aonde? Me responde Sanemi.-Ele se dirige ao filho dele que ele acabou de jogar na parede.

O Sanemi permanece quieto enquanto o pai dele continua gritando.
—Aquele moleque... Maldito seja! Eu ouvi das pessoas da rua, que o meu filho tava se envolvendo com outras pessoas além de sua namorada e pior que isso, ele começou a andar com os Kaguya.

—Você não chega a ser diferente... Batendo na sua esposa e no seu filho por causa de um estresse que é completamente seu! Nós dois não temos nada haver com o motivo da sua raiva.-Ao terminar essa frase a máscara Kitsune de Sanemi que era totalmente branca, começa a ter pontos pretos.

—O que é isso? Desde quando aqueles que querem se tornar Kitsunes podem bater de frente com seus superiores?- O pai dele vai na direção dele e arranca a máscara do seu rosto e joga ela no chão quebrando ela completamente.

Assim como o seu irmão, o rosto de Sanemi também não possui forma ou cor de pele, nem mesmo seus olhos, nariz e boca possuem uma cor que possa ser descrita para a humanidade.

—Você não é digno dessa máscara.-O pai dele começa a virar as costas.

—E se for pra ser como você, eu prefiro não ser mesmo.O Sanemi se levanta e vai até a sua mãe que permanece chorando no chão.

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