Kitsune

Capitulo 4

Logo após ser mandado de volta para a cidade aonde ele caminhava, Tatsu recebe um nome em sua mente, "Carmen" e junto a esse nome ele também recebe a aparência e localização. 

—Nem ferrando que eu vou ter que matar uma mulher... Ah verdade, eu ja fiz isso...-Ele começa a andar na direção a localização que lhe foi mandada e as pessoas da rua ficam olhando ele falando sozinho com muita estranheza.

Uma criança se aproxima dele, ela tem roupas rasgadas e  um cabelo bem sujo.—Tio? Você tem comida pra me dar?

Ele se agacha ficando na altura da criança e ele percebe que é uma garotinha pequena com no maximo 6 anos de idade.—Garotinha, cadê seus pais?

Ela balança a cabeça em negação.

—Não, eu não tenho nada pra você-Ele levanta e passa por ela.

—Você parece triste...-Ela fala.

Ele para e se vira para ela.—Qual é o seu nome?

—Ana... 

—Não vá muito longe...-Ele volta a olhar para frente e some como um vulto e as pessoas em volta se assustam e uma multidão se reúne no local aonde ele havia sumido.

Tatsu aparece como um vulto em frente a uma casa no meio da estrada de terra.

"Aqui é bem longe daquela cidade, tomara que aquela menina se esqueça de mim"-Ele pensa enquanto observa essa casa.
Ela é uma casa bem simples feita de madeira e com um teto de madeira revestido de palha, as janelas são de madeira também e na frente tem alguns animais como se fosse uma espécie de fazenda, os porcos e galinhas são presos por uma pequena cerca que também protege ao redor da casa.

De dentro dessa casa sai uma mulher acompanhada de seu marido e um cachorrinho branco com uma manchinha preta no formato de um coração no centro da cabeça. O casal começa a cuidar dos animais e Tatsu apenas observa de longe aquele momento pensando "Aproveitem, esse é o seu último momento de vocês".

A família feliz teria seus últimos momentos juntos, o sonho de ter uma familia e construir uma vida juntos seria ceifado pelo fio da lâmina de Tatsu.

Ele fica observando a família até anoitecer e eles terem sua ultima refeição. Tatsu se aproxima em silêncio até a janela de madeira e observa quieto eles comerem uma macarronada e o cachorrinho deles olhando para a moça como se estivesse pedindo um pouco. Ele abre as mãos e duas foices ligadas por correntes aparecem e ele às segura firme.

O cachorrinho logo percebe a mudança no clima e começa a latir desesperadamente.—Calma filho, o que foi?-A Carmen fala calmamente pro cachorro.

Ele late em direção à porta.

—Eu dou uma olhada.- Marido de Carmen se levanta mas o cachorrinho morde sua calça pedindo pra ele não ir. Ele olha pra Carmen e fala.—Eu já volto.

Ela acena com a cabeça em concordância, ele abre a porta e uma foice entra pela parte de baixo da sua boca rasgando completamente seu crânio ao meio. A Carmen fica em choque sentada na mesa, ela coloca as mãos na frente da boca sem acreditar no que havia acontecido na frente de seus olhos.

Tatsu se aproxima e senta na cadeira colocando as foices encima da mesa.—Sabe, eu queria matar só um de vocês, mas ai ele saiu e deu nisso.

—Quem...Quem é você? 

—Eu sou um anjo da morte e eu vim matar você, mas seu marido entrou na frente por acidente. Tá bom, eu to mentindo... Eu ia matar ele de qualquer jeito. 

—Me mata de uma vez... 

—Eu vou... Mas eu quero q sáiba de uma coisa. Eu estive o dia inteiro esperando vocês terem seus momentos bonitos, eu deixei vocês serem felizes uma ultima vez.

Ela olha pra baixo sem entender o que ele queria.—Fala de uma vez o que você quer...

—Tem uma garota, ela tá com fome e eu não mato crianças, então em troca da minha bondade que eu fiz pra vocês, eu quero que coloque toda comida que você tiver em uma cesta, eu vou levar pra ela.

—Como é essa garota?

—Pequena, eu não reparei muito nela, mas seu nome era Ana.

—Você...Promete que vai cuidar dela?-Ela olha pra Tatsu.

Ele balança a cabeça.—Não sei qual foi a desse pedido, mas sim, eu pretendo fazer isso.

Ela olha pro cachorrinho que ficou chorando encima do corpo do homem morto.—Leva ele... Por favor... Eu sei que eu não estou em posição de negociar, mas você poderia levar meu cachorrinho pra essa menina?

—Olha, eu sou razoável, eu faço isso se você colocar a comida que você tem em uma cesta, é um acordo justo, depois eu vou matar você e botar fogo nessa casa.

Ela levanta e começa a colocar alguns enlatados na cesta, colocou um pouco de macarronada já feita em alguns potes com tampa.—Aqui... Agora,seja rapido.

O Tatsu pega a cesta com uma mão e com a foice na outra mão ele enfia a lâmina no centro da cabeça da Carmen. O cachorrinho late em agonia e morde as roupas de Tatsu puxando ele pra longe de Carmen, Ele olha pro cachorro e segura ele envolvendo sua mão na barriga dele pois ele era bem pequeno.

Ele sai da casa em silêncio, coloca o cachorrinho dentro da cesta ao lado dos enlatados, coloca a cesta em uma distância e volta na direção da casa.

—Imagine um jardim vasto cheios de flores...- O cachorrinho vai ao lado dele seguindo o mesmo que falava em voz alta.—Agora imagine que esse jardim pegou fogo...-Ele estende a mão na direção da casa e o ar em volta dela começa a formar ondas de calor e pouco a pouco a casa começa a queimar.— Assim é meu jardim...- O cachorrinho olha pra ele e dá um latido ainda com um pouco de medo.

Ele pega o cachorrinho na mão e em seguida pega a cesta. Nesse momento ele olha para a estrada e vê uma carroça coberta indo naquela direção

—Foi bom não terem chegado antes... Irmão.-Ele some como um vulto novamente.  

Ele retorna para aquela mesma cidade que ele havia falado com a garotinha e segue caminhando pelas ruas até encontrar aquele mesmo lugar aonde eles se viram da ultimas vez. O Tatsu vê uma movimentação nas sombras e ele vê a Ana se levantando da sombra da casa e indo em direção à ele.

—Oi tio... Eu fiquei a tarde toda aqui te esperando, achei que não fosse voltar mais.-Ela aparenta estar bem fraca.

—Vem cá, tenho uma coisa pra você.-Ele tira um pote tampado com um pouco de macarronada dentro e entrega pra ela.

Ela abre o pote e sente aquele cheiro bom que trás uma lembrança à ela.—É o cheiro da comida da minha mãe.-Ela começa a comer com muita vontade.

—Uma pessoa deu isso, e também...-Ele pega o cachorrinho com a mão e coloca no chão e ele parece estranhamente alegre na presença de ana.

—Floquinho?-Ela olha pro cachorrinho e ele balança o rabo todo alegre e apoia as patas dianteiras na perna da Ana.

"Nem ferrando!" -Tatsu pensa isso claramente sacando o que havia acontecido.

—Como você achou ele? Eu me perdi da minha família faz um dia mais ou menos, não sabia que ele também tinha se perdido da mamãe e do papai...

—Nós...Vamos achar seus pais...-Ele ficou claramente abalado.

—Tio? O que foi?

—Nada pequena...Coma um pouco, depois disso eu vou arrumar um lugar pra dormir e roupas pra você ,ok?

—Tá bom!-Ela volta a comer muito feliz por finalmente ter esperanças de encontrar seus pais e por ter encontrado o seu novo cachorrinho.

Eventualmete eles saem de lá, O Tatsu entra em uma casa abandonada aonde ele ja teria o costume de ficar para dormir, e depois de alguns minutos eles dormem,mas o Tatsu tem um sonho.

"— Eu aVisEi, não Teria cOmo Mudar O ruMo DesSa HistóRia, Eu Não gOsto de OpreSsão, Então você pOde tentAr me parar e Eu vou concLuir mEu pLano e eu Garanto qUe não vai ser nEm você e nem o seu irmão que vai CoNSEGuir me parar."-Um homem com um cabelo muito grande preso em um rabo de cavalo olha pra ele por cima dos ombros com um olhar de desprezo.

E é aqui que a gente termina mais um capítulo