Escritos da Terrorista

Poema 12: Um episódio...uma vida

O índice cresce a cada dia
E não é só de dia
Mas o acto consome-se com alegria
Noites ou dias que jamais sairão da memória

O ser frágil nem precisou se deslocar
Não estava semi-nua ou então tinha idade para se apreciar
O ser nobre só queria com os amiguinhos brincar
E sim! Sozinha, assim, saiu para os encontrar

Não era desconhecido o sujeito
Mas para que numa frase se adequasse tinha de arranjar um predicado
E ao verbo ? chamamos o «pior pecado»
Que para ela, jamais será passado

Seu sorriso se esvaiou quando se aproximou
E os seus sonhos de anjo, como um lobo faminto, ele devorou
Como a capuchinho vermelho, ela se assustou
Mas como terror, não foi um final feliz que aquela história tomou

Se ela gritou? Ah como gritou…
Na foi como aquela cena terrível da qual ela sempre se esquivou
O seu sangue jorrando, foi esse o motivo pelo qual ele se alegrou
E o que ela deitou em lágrimas, mais prazeroso e satisfatório para ele ficou

Um drama que jamais passará
Uma inocência que jamais será recuperada
E se ela vai superar!? Não precisamos de tempo para saber
Que nojento, aos seus olhos, o seu corpo sempre será
A vontade de entender sempre será presente
Como um ser humano pode ser tão cruel?
A ponto de amassar e pisar um ser igual feito papel?
Como lágrimas alheias podem ser-lhe mais doces que o mel?
E como pode ela o satisfazer se nem sequer é mulher?

Há quem chama de estupro
Mas para quê embelezar o nome de um acto tão sem escrúpulo?
Chamemos-o «Pena de Morte»
Um passe livre para um eterno inferno psicológico.