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— Amber, você vai demorar muito? — pergunto sentindo seus dedos mexendo no  meu cabelo.

— Não, eu sou vou colocar a presilha. — ela responde e suspiro nervosa. — Relaxa, você está linda. — ela me vira em direção ao espelho, e quando vejo meu reflexo, quase não acredito que realmente sou eu.

— Uau. — sibilo vendo ela sorri largamente. Eu tinha comprado há alguns meses um lindo macacão comprido vermelho com alguns detalhes dourados, e ele caiu perfeitamente bem para o aniversário da Verena, juntamente com a minha bota de cano alto preta.

Fiz uma escova no meu cabelo cacheado para mudar um pouco o visual, e agora ele chegava em minha cintura. Amber fez uma trança lateral folgada e colocou uma presilha simples, uma maquiagem simples e pronto, eu estava apresentável.

— Você está arrasando. — ela diz satisfeita com o resultado. — Se você deixasse eu fazer uma maquiagem mais pesada... — ela tenta me convencer, porém nego com a cabeça.

Eu sempre fico insegura com maquiagem, apesar de Amber sempre me deixar bonita, por isso, uma maquiagem simples e natural não tinha erro.

— Você pegou tudo mesmo? Documento, toalha, roupas íntimas, celular? — ela pergunta pela milésima vez e sorrio pelo seu cuidado. Sempre fomos assim, cuidamos muito uma da outra, embora eu ache que nesses últimos meses eu estou sendo cuidada mais do que cuido de Amber.

— Peguei tudo, relaxa. Vem aqui tirar uma foto comigo. — ela ajeita o cabelo e logo estamos fazendo inúmeras poses diante da câmera do meu celular. 

Após receber o convite da minha cunhada de fachada, Dominic me explicou que a festa seria  em uma casa de férias da família localizada a mais ou menos uma hora de viagem de onde moro, e que a festa duraria um final de semana inteiro.

Eu e Verena temos uma conexão inexplicável, eu sinto isso. Nos damos super bem, apesar do pouco tempo que a conheço. Ela implorou para que eu passasse todo o fim de semana com ela na casa, e isso significa que irei dormir no mesmo teto que Dominic, já que fui incapaz de dizer não a uma criança de dez anos.

— Só seja você, certo? Não precisa ficar nervosa, todos estão ansiosos para te conhecer.— Amber diz se sentando ao meu lado no sofá, sorrindo.

— Eu sei, mas eu me sinto tão mal. Na minha cabeça, eu e Dominic só nos encontraríamos no dia da festa com os empresários da Coorporação, e quando eu fosse contratada, nunca mais o veria. — desabafo vendo Amber rir.

— Exatamente, tudo isso na sua cabeça. Kiki, você não pode controlar nada, as coisas simplesmente acontecem. Dominic é um cara legal, vocês estão construindo uma amizade legal, ele precisa da sua ajuda para ser a namorada dele na frente da família, só curte o momento. — ela fala e eu suspiro. Talvez ela esteja certa. — Você não pode se fechar para o mundo, nem todos são como Michael e Marise e vão te apunhalar pelas costas. O Dominic não é assim. E outras milhares de pessoas espalhadas pelo mundo também não são.

— Como você pode ter tanta certeza? — debato sentindo o velho sentimento de desconfiança tomar conta da minha voz.

— Pelo jeito que ele te trata, pela forma que ele sempre tenta se aproximar de você. Somente hoje, Kimberly,  faz o que tiver vontade. A vida é muito curta para viver se protegendo. — sua voz adquire um tom que eu detesto, o da Amber responsável e extremamente madura.

Escutamos batidas na porta, e agradeço a Deus por ter dado fim aquela conversa. Rapidamente pego minha mala e dou uma olhada rápida no espelho.

Vai ver a  minha melhor amiga esteja certa, eu deveria fazer tudo o que eu quisesse hoje e curtir ao máximo.

o namorado de fachadaOnde histórias criam vida. Descubra agora