Capítulo 8 - Feitiço do Patrono

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1993

Quase todo final de semana eu passava algumas horas com papai e aquele sábado não seria diferente. Adiantei todas as tarefas que eu tinha para segunda-feira e fui para o escritório dele.

Estava quase chegando à entrada da sala quando vi o professor Snape se aproximando pela outra extremidade do corredor. Parei de andar aos pulos e contive minha empolgação à medida que nos aproximávamos. Eu achei que ele estava apenas passando por ali, mas o professor parou na porta da sala de papai.

- Entregue isso para o seu pai - disse ele secamente me passando um cálice fumegante.

Acenei positivamente com a cabeça. O professor Snape se afastou sem dizer nenhuma outra palavra.

Eu entrei na sala de DCAT. Não pude voltar a andar aos pulos para não derramar a poção. Tão pouco pude abrir a porta do escritório do papai.

- Pai - eu o chamei.

- Pode entrar Lana - respondeu ele.

- Meio difícil papai - respondi.

Ouvi seus passos se aproximando da porta. Ele a abriu. Eu segurava o cálice com as duas mãos para não deixar cair.

- Ah, você encontrou com o professor Snape? - ele pegou o cálice das minhas mãos.

- Sim, no corredor - entrei no escritório atrás de papai e fechei a porta. - O que é isso?

- Wolfsbane, ou poção de Acônito - ele colocou o cálice sobre a mesa. - O professor Snape prepara pra mim. É uma poção muito complexa, mas Snape é um dos poucos que a prepara com excelência.

Eu conhecia um pouco sobre a poção. Sabia que impedia papai de perder a consciência quando se transformava em lobisomem e que se tomada durante muito tempo poderia até impedir que papai se transformasse caso os raios da lua não o atingissem. Queria aprender a prepará-la, mas teria que pensar em como convencer o professor Snape a me ensinar.

- O gosto é ruim? - perguntei.

- Bastante, e não há nada que possa mudar isso sem anular o efeito da poção.

Fiz uma careta.

- Como foi sua semana? - perguntou papai.

- Muito boa! - sorri.

- Que bom - papai abriu uma gaveta e tirou uma caixinha de sapo de chocolate. - Quer?

- Claro - apanhei a caixinha das mãos dele. - Ganhei 5 pontos para a Grifinória com uma resposta correta na aula da professora McGonagall.

- Parabéns filha! - papai sorriu. - Fico muito orgulhoso de você.

Corei um pouco com o elogio - obrigada. - Dei uma mordida no sapo e chocolate - papai, que aula o Harry está tendo com você?

Papai sorriu - estou ensinando ele a conjurar um feitiço contra dementadores.

- Foi você que expulsou aquele no trem?

- Foi sim.

- Que feitiço é?

- Se chama Patronus. É um tipo de força positiva que funciona como um escudo para o bruxo que consegue conjurar um e o dementador se alimentando do patrono ao invés do bruxo. Para que ele funcione, você tem que pensar em uma memória. Não qualquer memória, uma memória muito feliz, muito forte. Tem que deixar ela te preencher, você deve se perder nela e dizer o encantamento: "Expecto Patronus".

- Me ensina? - pedi.

- Papai sorriu - com certeza...

Me animei.

-...quando você for um pouco mais velha.

- Por quê? - eu quis saber.

- É um feitiço avançado filha, e você acabou de começar a estudar magia.

- Ah...

- Não fique assim. Ainda tem muita coisa para você aprender.

Concordei com um aceno de cabeça. Não estava completamente satisfeita, mas percebi que seria inútil continuar insistindo.

- Tem uma coisa que acho que posso te ensinar.

Fiquei um pouco mais animada.

- Venha comigo.

Eu e papai saímos do escritório dele.

***
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