Capítulo 7 - Chá e Revelações

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1993

A semana foi a melhor que eu tive em toda minha vida de estudante. Não houve nenhuma aula que eu não tivesse gostado. Mesmo o professor Snape não tendo sido muito amistoso, aprender sobre o poder de uma simples mistura de ingredientes é fascinante. Voar em uma vassoura então é maravilhoso! Apenas com uma aula já sabia o que iria pedir de presente no Natal.

Sábado acordei bem cedo para adiantar os deveres e poder passar a tarde toda com o papai sem me preocupar.

*
- Papai, - chamei entrando na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas.

- Aqui em cima - ele apareceu na porta do seu escritório no alto de um lance de escada em forma de caracol.

Eu corri pela sala e subi os degraus rapidamente dando um abraço forte e demorado em papai ao chegar até ele. Quando nos afastamos sorri para ele e recebi em resposta um sorriso e um convite para entrar.

Uma chaleira estava pendurada sobre as chamas da lareira e em cima da mesa dele duas xícaras e alguns biscoitos estavam dispostos em uma bandeja. Ele entrou depois de mim na sala e fechou a porta. Havia duas cadeiras, uma de frente para a outra entre a mesa e a lareira, onde nos sentamos.

- Então? Como foi sua semana? - perguntou papai.

- Incrível, nunca passei por nada igual. O castelo é lindo! Por dentro e por fora! E a biblioteca então! Quantos livros! E tem fantasmas! Fantasmas existem! - eu praticamente não respirava de tanta empolgação.

Papai sorriu. A chaleira começou a soltar fumaça. Ele fez menção de pegá-la, mas eu tirei minha varinha de dentro das vestes.

- Posso? - perguntei.

Papai sorriu aparentemente ansioso para ver o que eu já havia aprendido.

- Wingardium leviosa - disse apontando a varinha para a chaleira.

Ela se soltou do suporte e flutuou em direção à mesa obedecendo meu comando. Papai disse um feitiço convocatório e um descanso de panela parou bem abaixo dela. Eu desci a chaleira sobre o descanso.

- Muito bem! - exclamou ele. - Você vai se tornar uma bruxa muito talentosa.

Sorri para ele.

- A propósito - continuou ele colocando chá em minha xícara e na dele. - Parabéns por ter entrado para a Grifinória.

- Você foi dessa casa?

- Fui sim.

- E a mamãe?

- Ela era da Corvinal.

- Vocês estudaram aqui na mesma época?

- Quase. Sua mãe é três anos mais nova do que eu. Quando ela chegou à escola eu já estava no terceiro ano.

Eu tomei um pouco de chá.

- Pai, queria saber uma coisa - repousei a xícara sobre a mesa. Ele esperava minha pergunta - será que tem algum jeito para que eu possa registrar o seu sobrenome nos meus documentos?

Papai, que havia pego a xícara e bebido um pouco do chá, sorriu.

- Você quer meu sobrenome?

- Claro pai - sorri de volta.

- Bom - ele colocou a xícara sobre a mesa. - Não acho que será difícil.

- Mas, e o nome do Wesley... - eu não acreditava que me deixariam ser registrada com o nome de dois pais.

Papai chegou um pouco para frente em sua cadeira para ficar mais perto de mim.

- Você não foi registrada com o nome do Wesley.

- Mas... eu tenho o sobrenome dele - fiquei confusa com aquela declaração.

Papai sorriu. Seus olhos expressavam muito afeto.

- Você sabe o nome de solteira de sua mãe? - perguntou.

- Não.

Papai pegou uma pena e um pergaminho e escreveu: "Anne Sims Pollard".

- É o meu sobrenome. Mas você me perguntou sobre o nome de solteira dela.

- Isso mesmo. E esse é o nome do seu pai...

-... padrasto - falei baixinho o corrigindo.

Ele escreveu o nome do Wesley no papel. "Wesley Morgan Polard".

- O sobrenome que você usa não é dele. É o da sua mãe. O nome "Polard" do Wesley tem apenas uma letra "L", parece um detalhe bobo, mas faz toda a diferença.

- Eu achava que era um erro do cartório.

Papai sorriu - quando me divorciei de sua mãe em 84, consegui dar um jeito de tirar meu nome do seu registro. - Ele apontou para sua varinha indicando que havia usado mágica para conseguir esse feito - se eu continuasse por perto, como seu padrinho, e você tivesse meu sobrenome, logo nasceriam perguntas. Você é muito inteligente.

Eu sorri. Papai baixou a cabeça provavelmente voltando àquele ano quando ele havia decidido que seria melhor ir embora de casa.

- Eu não tenho raiva pelo que você fez - disse levantando o rosto dele com as mãos para que ele olhasse para mim. - Sei que você queria me proteger.

- Você sabe que não pode falar sobre isso para ninguém não é?

- Sei sim pai, fique tranquilo - toquei as cicatrizes no rosto dele com as pontas dos dedos. Ele sorriu. - Mas e meu sobrenome? Quero de volta.

- A gente resolve isso quando terminar o ano letivo, pode ser?

- Pode - sorri e dei um beijo em seu rosto. Depois peguei a pena que estava sobre a mesa e escrevi pela primeira vez meu nome completo: "Lana Pollard Lupin".

***
Que bagunça né! Ainda bem que consegui meu sobrenome de volta! Tenho muito orgulho de fazer parte da família Lupin!

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Livro 1 - Nada Permanece Igual...Onde histórias criam vida. Descubra agora