𝓷𝓾𝓲𝓽 𝓭'𝓮𝓷𝓯𝓮𝓻

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Após levar Hector para o hospital, eu não sabia o que fazer, estava preocupado demais para pensar em qualquer coisa para me distrair, mas ao mesmo tempo precisava urgentemente de algo para me distrair pois não adiantava de nada minha preocupação, já que isso não iria ajudar os médicos à descobrirem mais rápido o que aconteceu com meu garoto.

Continuo a andar de um lado para o outro, tentando até mesmo contar quantos ladrilhos tinham na parede e os separar por cor quando o médico finalmente aparece, as meninas tinham saído para lanchar, já que estávamos à algum tempo no hospital, e eu imagino que nenhum de nós se lembrou de avisar a mãe de Hector.

- Você é o acompanhante do senhor Miller? - ele me perguntou com o mesmo tom de voz profissional que todo médico usa.

- sim, senhor, eu sou namorado dele, já conseguiram descobrir o que aconteceu com Hector? - lhe respondo e pergunto preocupado com a saúde do meu garoto, e me culpando também, já que eu estava com raiva dele sem motivo algum.

- o senhor Miller bebeu algo que lhe ofereceram no lugar onde estavam? Algo como um refrigerante ou suco? Ou deixou o dele sozinho por um periodo de tempo?

- sim, ele fomos à um karaokê, ele subiu no palco para cantar e deixou o copo na mesa.. não acha que colocaram algo, acha? Quero dizer, todos os nossos copos, o meu, o dele e o de nossas amigas, estavam juntos - começo a me preocupar e culpar ainda mais, eu deveria ter prestado atenção ao maldito copo! Quem ignora seu copo ou o copo de alguém que você goste sem mais nem menos?! Em um local com um fluxo enorme de pessoas ainda por cima!

- infelizmente, eu temo que sim, Hector estava com uma quantidade muito grande de Flunitrazepam, uma droga conhecida por Boa Noite Cinderela, a quantidade foi tão grande que ele teve uma overdose assim que entrou em contato com a bebida batizada. - ele me explica calmamente e pede para uma enfermeira que passava perto me trazer um copo de água quando fico palido ao escutar.

- ele... ele vai ficar bem, certo? - pergunto, quase sentindo que iria chorar, não entendendo o motivo por isso, Hector não faz mal a ninguém, ele não merece isso!

Recebo o copo de água da enfermeira e um comprimido tranquilizante para não com minhas emoções descontroladas e acabar descontando em algo como eu tinha vergonhosamente feito alguns momentos antes do médico aparecer, a agradeço e tomo o remédio, bebendo imediatamente a água e lhe devolvendo o copo apenas para me sentar de forma exausta na cadeira de hospital que passava a ficar extremamente desconfortável após um tempo sentado em uma delas.

- ele irá ficar desacordado por algumas horas enquanto desintoxicamos seu sistema da quantidade extrema de Flunitrazepam, já que esse será um processo demorado e cansativo tanto para ele quanto para você se ele permanecer acordado durante esse tempo. - ele termina de dizer e segura em meu ombro, o apertando. - ele vai ficar bem, seu namorado logo sairá dessa.

Logo o médico vai embora, me deixando sozinho com meus pensamentos tortuosos de que eu poderia ter protegido ele se tivesse prestado mais atenção em sua bebida.

Penso tanto em formas de ter lhe protegido (inutilmente, já era passado, ele infelizmente está no hospital por causa de um filho da puta e eu não posso fazer nada para que isso seja mudado) que sequer percebo as garotas voltando com um pouco mais de energia e cor em seus rostos, talvez até mesmo mais esperança, se soubesse onde se procurar.

- passamos pelo médico, ele nos deu a notícia mas disse que ele logo ficaria bem.. - Carina fala se sentando ao meu lado, com as outras garotas seguindo seu exemplo para as outras cadeiras vazias próximas a mim, o que era uma tarefa fácil, considerando que todo o corredor em que estávamos estava vazio, a não ser pelos médicos, enfermeiros e outros funcionários.

- você não podia ter feito nada, Raiden, não tinha como saber que algum mal amado, filho da puta do Caralho iria fazer uma escrotagem dessas. - Jaclyn me fala de forma séria, deixando bem claro que estava falando essas palavras por que era o que ela pensava, e não o que eu gostaria de ouvir.

- obrigado. - sorrio minimamente para elas e respiro fundo, agradecendo mentalmente ao médico e à enfermeira pelo calmante, já que se não fosse por ele eu provavelmente estaria chorando agora.

Enquanto estávamos no nosso momento triste e com clima pesado, escutamos alguém pigarrear e olhamos para Estephanie.

- então, péssimo momento pra ligar pros pais dele e pra falar do fato que o médico chamou o Raiden de namorado do Hector e ele obviamente estava com ciúmes do Hector mais cedo..? - ela pergunta calmamente e eu coro levemente.

- eu disse aquilo apenas para receber mais informações sem censura, e eu absolutamente não estava com ciúmes do Hector, não há motivos pra ter se não há sentimentos e nem títulos entre nós dois. - digo firme praticamente esquecendo e ignorando a primeira fala dela, sobre avisar aos pais de Hector. - eu acho bom falarmos com eles, na verdade, acho que vocês deveriam, eu não conheço nenhum dos dois, então eles apenas me acharam um condutor de desgraça.

Tento fazer elas mudarem de assunto então Jaclyn concorda, saindo de perto para ligar para os pais de Hector, percebendo que eu tinha razão sobre no final eles pensarem em mim apenas como um condutor de desgraça, mesmo que eu tenha conhecido a mãe dele (também em um hospital, com ele como paciente, aliás), mas nunca vi nem ouvi falar de seu pai antes, para falar a verdade, eu pensava seriamente que seus pais seriam separados, já que ele não parece fazer muita diferença na vida de Hector.

- Apenas ignore Phanie, Ray, ela está apenas procurando algo para se distrair, essa é a forma dela de não surtar e desabar pelo o que aconteceu com Hector. - Carina me fala enquanto acaricia minhas costas, tentando tirar um pouco da tensão de mim.

- eu agradeço, Carina, eu entendo ela, também fico procurando algo para me distrair, dessa vez eu não consegui e precisei de um calmante, talvez ela também possa pedir um para alguma enfermeira. - digo calmo e logo Jaclyn volta acompanhada dos pais de Hector, que aparentemente estavam por perto para jantarem juntos.

- o que aconteceu com meu filho? - escuto a mãe de Hector perguntar a todos nós com uma voz angustiada, mais até do que quando ele foi atropelado.

- ele foi drogado, mas o médico disse que depois de algumas horas ele estará completamente bem, tia. - Carina lhe tranquiliza assim como estava fazendo comigo. - ele vai estar de volta logo logo. - ela sorri doce e beija a testa da mãe de Hector, a fazendo relaxar.

- ele deveria tomar mais cuidado com a porra da bebida! - escuto o pai de Hector resmungar baixo e todas as garotas e a mãe de Hector ficam um pouco tensas, mas acabam ignorando ele, me fazendo seguir o exemplo delas.

- se sentem, vai demorar um tempo.. - Estephanie fala baixo e eles se sentam nas cadeiras vazias em volta, eu olho meu relógio e percebo que tinha passado da meio noite faz alguns minutos e suspiro, acabou de se encerrar um dia bom e uma noite infernal.

It's Dominating My MindOnde histórias criam vida. Descubra agora