Capítulo 18

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POV Katherine

Já tinha se passado um mês desde que tive que tomar a pior decisão da minha vida. Eu não queria ter que partir o coração de Dominique, mas era preciso. Eu precisava ficar um tempo sozinha para me conectar comigo mesma. Desde o acidente eu sinto que falta algo e eu precisava buscar por respostas. E nada melhor do que retornar ao meu antigo apartamento que por algum motivo não resolvi coloca-lo a venda. Eu tive a ideia de usa-lo como escritório e quando estivesse em processo de criação de algum quadro ou processo de escrita.

Doeu quando tive que contar desse tempo que teria que ter para Dominique e que isso inclui uma pausa no nosso relacionamento. Pior ainda foi ver lágrimas surgirem em seus olhos. Sai do nosso apartamento sem ao menos olhar para trás.

Pior ainda foi quando a mãe dela ligou para a minha que ligou para mim para me dar aquela bronca no telefone. Meus neurônios ainda se lembram muito bem.

- Alô, mãe?

- Não me venha com essa de 'mãe' Katherine Barrell. O que diabos você aprontou com a Dominique? – Mina mãe falava gritando ao telefone que tive que afastar o aparelho um pouco da orelha, pois eu corria o risco de perder uma parte da minha audição.

- Mãe, não é nada disso que você está pensando.

- Eu nem estou pensando em nada. Anda logo e desembuche.

- Mãe, desde o acidente eu sinto que eu não sou eu. Eu preciso de um tempo para colocar as coisas no lugar.

- Meu Deus Katherine, você é mais tapada do que eu poderia imaginar.

- Mãe!

- Só espero que você saiba o que está fazendo.

- Eu sei e eu tenho um plano. Até mais mãe, meu almoço chegou.

- Juízo aí Katherine.

- Pode deixar, mãe. E mãe?

- Diga.

- Tem como você tranquilizar a mãe da Dommie.

- Vou ver o que eu posso fazer. Você chegou a falar com a Dominique depois dessa ideia maluca?

- Ainda não.

- Katherine, eu desisto de você. Tchau.

- Menos drama mãe, tchau. Agora eu tenho que ir. Beijos mamis.

Amanhã retornaria as gravações de Wynonna Earp e seria a primeira vez que eu veria Dominique pessoalmente depois dessa pausa no nosso relacionamento. De uma coisa minha mãe tinha razão. Eu deveria pelo menos ter enviado algumas mensagens informando que estou bem. Dominique se preocupava tanto comigo e agora imagino como ela deve estar.

Enquanto almoçava fiquei encarando o meu celular. Cheguei a desbloquear a tela e cliquei no nome de Dommie no aplicativo de mensagem. Não consegui enviar nada por agora. Fui fazer minhas coisas durante o dia. Entrei no quarto que eu deixei reservado para praticar minha pintura em tela. Parei para olhar o celular e tinha algumas mensagens no grupo de Wynonna Earp.

Alguém da produção perguntava se todos estariam presentes amanhã para o nosso retorno. Confirmei a minha presença. No particular recebi uma mensagem Melanie.

"Olá Barrell, tudo bem? Posso te encontrar ainda hoje? Estou com saudades. Ps.: Fiquei sabendo de você e Dominique."

Sabia que aí tinha coisa. Foi o que pensei.

"Olá, tudo bem Mel. Pode vir aqui no meu antigo apartamento."

Uns trinta minutos depois a campainha tocou e pelo olho mágico e vi Melanie. Abri a porta, nos cumprimentamos e fomos para o sofá colocar o papo em dia. Falamos sobre o tempo da nossa folga e coisas amenas. Mais não teve como fugir do assunto. E nem queria. Entramos no assunto Dominique.

- No dia que você pediu um tempo ela me ligou Kat. Fui até o apartamento de vocês e ela estava desolada, sem chão. Dava pena de ver.

- Eu juro que não queria que fosse assim.

- O que houve? – Melanie me perguntou curiosa.

- Eu amo ela, mas eu precisava de um tempo. Depois do acidente eu queria ter um tempo para mim. Não pense que eu não sou grata por ela ter cuidado de mim, de ter ido no hospital saber noticias minhas, sou muito grata por ela.

- Tem certeza que é só isso? – Melanie perguntou parecendo farejar o outro assunto no ar.

- Não. Estou com umas ideias, que vou precisar da sua ajuda, mas outro dia te conto.

- Olha, eu estou com tempo. Não quer contar agora?

- Não. Vai ficar mesmo para outro dia. Posso te fazer uma pergunta? – Melanie movimentou a cabeça positivamente. – Você tem falado com ela recentemente?

- De vez em quando e você?

- Desde que vim para cá que não falo com ela.

- BARRELL VOCÊ É UMA IDIOTA.

- Minha mãe também já me deu sermão. Nem vem.

- Vou dar sermão sim! Onde você pensa que está com a cabeça por fazer isso com ela?

- Melanie, no dia que sai do apartamento ela estava uma mistura de sentimentos que não consegui decifrar. Eu vi ódio, tristeza, mágoa, um coração partido que eu achei melhor dar tempo para ela. Bem que eu queria ter enviado alguma mensagem para ela. Bem que eu queria ter perguntado como ela está, mas toda vez que eu abria a conversa dela, eu travava. Eu sei que amanhã iremos nos ver, mas... é isso.

- Okay. Só espero que vocês não misturem o problema pessoal de vocês no trabalho.

- Dá minha parte não acontecerá nada.

- Ótimo, agora deixa eu ir. – Melanie comentou olhando para o celular que tinha acendido a tela com uma notificação. – Abre a porta para mim?

- Claro. Te vejo amanhã. – Comentei ao me despedir dela.

Fechei a porta e fiquei pensando em algumas coisas. Eu tinha que colocar o meu plano em prática o mais rápido possível antes que algo desse em uma merda ainda maior. 

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