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CAPÍTULO SETE.
boa leitura!

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S/N MANCHESTER,
22/03; 7:28 am

Já se passaram três dias do meu "pedido de namoro" e eu ainda não tinha uma resposta para isso tudo.

Antes de ele falecer, jurei a meu avô que encontraria meu amor verdadeiro. Mesmo achando que isso não exista.

Pelo menos não no nosso mundo. Não acho que magicamente iremos encontrar alguém que aceite eternamente nossos defeitos e que nos ame até a morte.

Nem nossos próprios parentes - claro que tem suas exceções - são assim conosco.

Porém estou disposta a cumprir a promessa. Só terei que, antes, fazer esse favor a um amigo, certo?

Senti meu telefone vibrar em algum lugar da cama, e tateei o colchão afim de acha-lo, com preguiça de me levantar para procurar. Aparentemente o teto do meu quarto era mais interessante.

"Mãe." 

Me ligando? Que milagre. 

Minha relação com minha mãe não é a das melhores. Acho que não posso chamar nem de boa. Até meus quatro anos, pelo que eu me lembre, ela era uma mulher extremamente diferente da que se tornou. 

Costumava a ser carinhosa e dizer que me amava o tempo todo. Até ela se separar do meu pai.

Ela ficou com minha guarda e a partir daí se transformou em outra mulher. Virou uma alcoólatra. Era rude comigo, me desmerecia, fazia de tudo para derrubar qualquer autoestima e confiança que eu tivesse. E claro, era sempre culpa da bebida.

Atendi.

─── Fala serio, a vadiazinha precisa agarrar celebridade na balada pra conseguir alguma coisa? Qual é, não te criei assim. ── Riu. Sempre carinhosa. E bêbada.

Criou melhor, mamãe.

─── O que você quer mãe? ── perguntei fechando os olhos.

─── Saber se é verdade, oras. Minha filha fisgou mesmo um famoso ou não? 

─── Não mãe, somos apenas amigos. ── Mentira. Nem amigos erámos. 

─── Era bom de mais para ser verdade. Obvio que você não conseguiria pescar um peixe não grande assim. Nem um peixinho dourado. ── revirei os olhos. ── Uma pena, estava tão ansiosa para contar para minhas amigas que minha filha finalmente conseguiu alguma coisa.

─── Tenho só dezessete anos, tenho muito tempo para crescer na vida. E por mérito, não por que colei em alguém. ── respondi.

─── Acontece, que aos vinte e cinco você perde a validade, s/nzinha. Quer passar o resto da vida sendo garçonete? ── se referiu ao meu emprego de meio período. 

Estar na escola ainda e morar junto com minha melhor amiga, me fez ter que começar a trabalhar. Meu pai pagava o colégio, mas não podia abusar dele pra fazer as compras do mês, ou pagar meus caprichos. 

Muito menos de Joalin, que já havia me cedido a casa dela. 

─── Tudo bem, mãe. Tchau.

─── Não ouse desligar, Manchester. ── ops, meu dedo escorregou e clicou nesse botão vermelho. 

Acho que ela nunca superou a separação. Papai por outro lado, se casou novamente e me deu um irmão.

superstar. | josh beauchamp.Onde histórias criam vida. Descubra agora