4° - Maria

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Enquanto isso...

Meus dias está sendo resumidos em acordar, fazer reuniões, almoçar, trabalhar na enfermaria, jantar, pensar em táticas de guerra, na Claire e no Daniel e dormir, ah e não posso esquecer em ver gente morrer na enfermaria, claro que muita gente sai recuperado, mas ainda assim, toda vida que se perde, é uma tristeza sem fim

E agora tá sendo mais um dia em que fico na enfermaria, nossa preocupação é cuidar do excesso que há na enfermaria e depois voltar aos treinos

Já era quase noite, quando ouvi um grito, um "Pai" bem alto em meio as lágrimas, merda, mais uma morte, me virei e era a Cassandra, não...

O pai da Cassandra...

Ela berrava e chorava, com o corpo da barriga pra cima por cima do pai, o abraçando, até que ela se levantou e saiu correndo, não sei o que deu em mim, mas eu a segui imediatamente

Ela foi até uma das casas que ficava grudado no muro e subiu até o telhado, depois foi subindo pelos galhos até uma abertura que havia bem no alto, ela adentrou e eu fiz o mesmo que ela fez, até entrar pelo buraco, vi ela encostada mais pra frente com a mão no rosto, me sentei com as pernas em borboleta

- Cassandra..

- Vai embora Maria, por favor, agora não

- Eu sei que não é uma boa hora para outras coisas, mas eu não vim falar de outras coisas, e sim de você, eu sei que tá sendo difícil agora, muita gente está morrendo, alguns mais próximos de nós e outros mais distantes, mas ficar sozinha e guardar pra si mesmo não é uma boa escolha, vá por mim, eu sei, essa guerra tá destruindo todos nós de forma diferentes, acredite eu sei MUITO bem

- O que houve com você? - ela indagou, secando as lágrimas

- Bom, só que eu vivi diversas vidas, meus pais e parentes morreram diversas vezes, incluindo eu e Claire

- Você ama ela né?

- Bom, eu não sei mais, éramos casadas antes dessa loucura toda começar, mas bom, como todos sabem, nessa reencarnação ela está envolvida com o Daniel - sorri com amargor - Como disse, essa guerra tá destruindo todo mundo de uma forma diferente

Por um momento ficamos totalmente em silêncio, nós nos olhávamos fixamente e eu quebrei fingindo uma torce

- Fica aí quanto tempo precisar, eu vou ter que descer

Eu fiquei de joelhos sob aquele lugar e me estiquei um pouco para abraça-lá, quando nos afastamos, ficamos com o rosto perto um do outro por uns segundos antes que me afastasse e descesse

Meu Deus o que estou fazendo?

Meu Deus o que estou fazendo?

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[EM REVISÃO] Tormentas do Submundo IIOnde histórias criam vida. Descubra agora