5° - Daniel

15 10 0
                                    

Enquanto isso...

Era 17 horas, e mais uma vez estava trancado naquele quarto, os dias se arrastavam e mal tinha conseguido chegar a vê-la, o máximo que consegui foi ouvir seus gritos, que me deixava ainda em desespero

Eu sabia muito bem o que os anjos eram capazes, sabiam como eles torturam, principalmente seus maiores inimigos, e pior ainda se esse inimigo for quem pode roubar o trono do meu pai

Ouvi um barulho de porta sendo destrancada, levantei o olhar e vi a barreira vacilar, abrindo um espaço na porta para quem quer que fosse, entrasse

Eu não esperava que fosse ele

Meu pai

- Oi Daniel - ele disse calmamente, depois de entrar e a barreira se fortalecer novamente, abriu um sorriso

- Quando você me deixará vê-la? - falei no mesmo tom, indo direto ao ponto

- Calma, vai chegar, aliás, já chegou - ele riu

- Qual é seu propósito, me deixando simplesmente vê-la facilmente depois de me impedir que chegasse até ela por tanto tempo? - eu estava desconfiado, claro, meu pai não era assim tão fácil, ele revirou os olhos, impaciente

- Você fez um péssimo trabalho Daniel, se envolveu com mulher de outra espécie, e pra piorar, aquela vadia mística... - o interrompi

- Fala o que você quer de uma vez - ele riu e se aproximou, sentando no sofá menor que ficava do meu lado direito

- Bom, eu pensei que ela fosse lésbica, parece que as reencarnações fizeram ela mudarem seus gostos... - o interrompi novamente

- Vá direto ao ponto - o adverti novamente, mesmo não sabendo do seu passado, o que importava pra mim era saber da mulher que eu amava, que se levantou e me deu um tapa na cara

- Quando começou a ficar tão rebelde Daniel? Me obrigando a ser violento com você! - Deu as costas - Ela está grávida, seu merdinha, você engravidou aquela vagabunda, por isso hoje deixarei você vê-la - ele disse finalmente

Eu gelei, eu estava completamente embasbacado, em choque, aquilo me matou por dentro, imaginar que ela estava sofrendo torturas naquele lugar frio e úmido já me matava, e agora pra piorar, com um filho meu na barriga

Meu pai foi em direção a barreira, abrindo a porta e acenando pros guardas, que vieram até mim e me agarraram pelo ombro, e eu só os segui, pois continuava em choque

Os guardas tinham me levado a aquele lugar, onde eu lutava tanto chegar, a porta destrancou e os guardas que me seguravam, me empurraram para dentro

Lá estava ela, seus lábios rachados e branqueados, havia roxos, cortes, feridas que infeccionadas com o tempo, com a roupa manchada com sangue que tinha saído a tempos e outros lugares recentes

Ela sorriu

O sorriso puro, encantador e feliz em me ver, mesmo fraca e jogada no canto em meio aquele chão sujo, sei que ela não iria morrer, pois meu pai não a deixaria reencarnar novamente, mas já estava morta por dentro por diversos dias, o que me matou no mesmo momento, me fazendo cair em lágrimas e correr até ela, me jogando no chão ao seu lado, levei a mão ao seu rosto todo cheio de feridas

- Não... chore - ela disse com dificuldade - Eu amo você

Ela não sabia como me pedir pra não chorar me matava mais ainda, mas sabia que se eu continuasse a chorar assim, ia machuca-lá mais do que já está machucada, irá machuca-lá internamente...

Ela não sabia como me pedir pra não chorar me matava mais ainda, mas sabia que se eu continuasse a chorar assim, ia machuca-lá mais do que já está machucada, irá machuca-lá internamente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
[EM REVISÃO] Tormentas do Submundo IIOnde histórias criam vida. Descubra agora