Capítulo 8 - Sua amiga queria que eu batesse as botas

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-Meu neto! -Uma senhora falou indo em direção à cama.

-Senhora!! Você não pode entrar aí –Falou uma enfermeira entrando na sala.

-Deixa ela. –Eu falei.

-Não pode ser meu Deus. Um menino tão novo Senhor. Por quê? Isso deveria acontecer comigo e não com ele. O meu Deus, por favor, eu te imploro. Não deixa ele ir agora, Gabriel é muito novo... –Disse a senhora

Após ela dizer, um aparelho apitou dizendo que não havia mais batimentos cardíacos. Sem ter o que fazer, eu chamei as enfermeiras e infelizmente tivemos que tirá-la da sala.

Depois dos médicos não ter mais o que fazer, Gabriel já estava considerado morto. Pedi para me deixarem a sós com o menino. E depois de pedir o número do pai à mãe dele, ordenei para que ligassem para o Otávio avisando o falecimento.

-Lembrarei de quando tudo começou desde de uma simples carta até uma ida ao shopping. Fico feliz por ter participado da sua simples e pequena vida meu eterno Gael. E ficará tatuado em meu coração o apelido que você e apenas você pode me chamar: -Falei com os olhos cheios de lágrimas

-Tia Alice –Eu e Gael falamos juntos.

O aparelho voltou a capitar batimentos cardíacos quando falamos "Tia Alice", como isso pode acontecer? Era basicamente impossível.

-Enfermeira!!! –Gritei com o máximo de força e garganta que pude.

-Sim, Drª Alice. Algum problema? –Ela disse olhando preocupada pra mim.

-Avise que Gael está com batimentos cardíacos. –Falei rápido.

-Tudo bem! –Ela disse com meias dúvidas.

Após os médicos chegarem Gael não estava mais com batimentos cardíacos, e aquele ridículo do médico entrou de novo dizendo:

-Pare de se iludir, o garoto já morreu. Não tem mais o que fazer. Você tentou de tudo... –Disse ele

Assim que ele disse eu falei, quer dizer, gritei:

-Sai daqui!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Após eu ter dito o médico saiu com uma cara de assustado.

-Inconveniente ele não? –Falou Marina, uma enfermeira.

-Qual é o nome dele? Mude-o de setor, e pode dizer que foi eu que pedi. –Falei brava.

-Ele se chama Mauricio. Farei isso sim, Drª Alice.

Assim que todos saíram da sala, restei. E fique de costas para a maca, pois não queria ficar olhando para não chorar mais. E fiquei conversando com Luiza, que não tinha nem o que dizer.

Assim que eu viro para dar um beijo e ir embora. Eu acabei levando um susto quando vi...

-Que isso? Pra que isso? Affs, isso está me apertando. –Reclamou Gael sentando.

-Não é possível! –Exclamei com um nó na garganta. –Gael!! Meu amor!!

-Tia Alice, me tira daqui. Seu trabalho me incomoda muito, esses ferros em mim... –Disse ele me abraçando, ai como eu amava aquele abraço.

-Eu só posso tirá-lo quando você estiver tudo bem. Mas o que aconteceu? –Perguntei meio preocupada.

-O que você acha? Melissa queria que eu batesse as botas. –Disse ele debochando.

-Como assim? Explica direito– Eu ri.

-Estávamos voltando do parquinho. E ai, você sempre segurou na minha mão para nós atravessarmos. Mas ela não, ela só disse "Pode ir" e eu fui. Mas ai passou um carro e pá, tô eu aqui com esse monte de coisa por causa dela. –Disse Gael revoltado.

-Sem nem o que dizer... –Eu falei

Após a nossa conversa, Otávio e Melissa entraram para vê-lo. Ainda achando que ele estava morto...

-O que aconteceu filho? –Perguntou Otávio entrando na sala.

-Sua "amiga" –Colocou aspas Gael –Queria que eu batesse as botas.

-Como? –Falou Otávio bravo

Corações OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora