Capítulo 10 - Interesseira

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Saímos da sala deixando Gael com uma enfermeira e fomos conversar. Mas Otávio não queria conversar comigo no hospital, ele queria sair.

-É então, você pode sair do hospital agora? –Ele perguntou olhando para o chão.

-Ah é claro. Eu sou a chefe daqui, posso sair quando eu quero.

-Ah que bom. Podemos ir à uma cafeteria?

-Mas só eu e você? E a Melissa?

-Eu já a levei pra casa. Sim, só eu e você algum problema?

-Não, de forma alguma.

Descemos passei à secretaria e avisei que iria sair. Fomos à cafeteria que tinha perto do hospital, e ele pediu um café para si. E começou a conversa:

-Então, primeiramente eu agradeço do fundo do coração mesmo, de verdade, obrigado pelo oque você fez por Gael e pelo oque está fazendo.

-Magina!

-Todos os custos que precisar gastar eu vou pagar por tudo. No final, só me passa os valores que eu pago tudo.

-Não, tudo o que eu estou fazendo por ele é de coração. Por isso quem vai pagar sou eu, você não vai precisar gastar nada.

-Ah quanta gentileza.

-Tudo por Gael!

-Em relação à Melissa eu tirei ela da minha casa, e agora ela já está procurando casas para morar.

-Ah tadinha, ela não tinha pra onde ir. – "O Gael vai fazer uma festa, de tanto comemorar" pensei

-Não, como o próprio Gael disse "Ela queria que eu batesse as botas", ela quase matou o meu filho. Quero ela o mais longe possível.

-Tá né. É só isso que tem a dizer?

-Não, é que... –Ele deu uma pausa para falar –Na sexta que vem, é aniversário do Gael...

-Ah sério?! Ele não me disse nada –Falei espantada.

-E eu vou fazer uma pequena festa para ele... –Ele foi interrompido por um garçom:

-Com licença, senhora gostaria de pedir algo para beber?

-Não, obrigada! –Respondi somente.

Otávio continuou a falar:

-Você sabe se ele sai do hospital até lá?

Eu engoli seco, e perguntei:

-Como?

-É, se até na sexta que vem ele ainda vai estar lá.

-Não sei, pode ser que sim mas pode ser que não.

-Obrigado.

Saímos da cafeteria e voltamos para o hospital. E antes que eu saísse, ele disse "Fala pro Gael que eu o amo", eu respondi com "Tá" e entrei. Otávio pelo jeito voltou para a casa, mas não sei.

Eu sentei em um banco que tinha na rua, e conversei com Lu.

Conversa com Luiza:

"Não tô acreditando que ela fez isso com o menino"

"Pois pode acreditar. Eu fiquei passada também"

"Eu não posso encontrar ela na rua não, porque pra mim dar um pescotapa nela é dois palitos"

"Calma, mas eu tenho um babado mais bombástico ainda"

*Expliquei oque o Otávio fez comigo*

"É brincadeira, né?!" –Lu diz

"Queria que fosse. Mas Lu, o Gael quer te ver ele disse que gostou de você. Poderia visitá-lo?!"

"Ah mas eu estou tão bem aqui na minha casa"

"Eu vou naquela balada que você disse que quer me levar, prometo."

"Em que sala e andar ele está? Quando é o horário de visita?"

"Interesseira"

"Tchau, kkkk"

"Tchau"

Fora da conversa.

Voltei para o hospital, quando empurrei a porta Vanessa falou pra mim:

-Drª Alice, o Gael quer conversar com você. –E eu corri para a sala.

O coração chegou a dar uma disparada, porque e o que ele queria? Será que aconteceu alguma coisa? A preocupação era grande e só continuava a aumentar.

-Aconteceu alguma coisa? –Perguntei entrando na sala.

-Sim... –Gael falou chorando e olha, que pra mim ver ele chorando é difícil...

Corações OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora