Capítulo 3

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Passaram 2 meses, e aconteceu algo inesperado, a pessoa que até então era meu melhor e mais confiável amigo me traiu. Com inveja por Julia gostar de mim, ou talvez com inveja de do nada não uma, mas duas garotas mostrarem interesse por mim do nada, ele foi falar com Julia, sobre meu relacionamento que até o momento era secreto para ela.

No mesmo instante ela me ligou, com uma voz que poderia ser considerada de choro. Me perguntando se eu estava namorando, e por que eu não tinha a contado sobre.

Em cinco segundos que eu não respondi, passaram na minha cabeça todos os momentos que havíamos passado juntos, todos os assuntos, todas as risadas, todos os momentos, que por mais simples que parecessem, ainda sim, me faziam feliz. E como não, passou também o meu plano, quase perfeito, quase infalível, caindo diante dos meus olhos, e de fundo, o destino, rindo da minha desgraça, como fazia com todos os outros. Quando voltei para a realidade, me dei conta, de que não havia como escapar, esse era o desfecho, nossa história juntos acabava agora.

O outro dia cedo, foi o inferno propriamente dito, três provas, três bombas. Minha cabeça estava a mil, não saia da minha cabeça o som da voz de Julia, me perguntando o por quê de eu ter feito isso com ela. Qual poderia ser a explicação para meu ato ?
Me convenci de que meu ato havia sido repugnante, quão covarde é fazer uma pessoa se apaixonar por ti, simplesmente para rir dela, quando descobrisse as más intenções.

Após o ocorrido, Julia começou a me evitar, o que já era mais que o esperado. Os almoços, nunca mais foram os mesmo, sempre tão tristes e quietos, a volta para a casa não era mais a mesma sem a companhia dela, nada era igual, tudo o que eu fazia e me lembrava ela, jamais seria a mesma coisa.

No fim do ano, Julia veio se despedir. Ela era uma garota maravilhosa, e como não podia se esperar menos dela, ela parecia não ter guardado mágoa do acontecimento. Ela me chamou no canto - Então, hoje é o último dia que venho pra escola, e antes de ir embora tem uma coisa, que jurei a mim mesma, que não me perdoaria se passasse em branco. Quero te falar que o último ano aqui, que para mim, iria ser um dos piores, acabou sendo o melhor, com algumas exceções é claro, o que quero te dizer, é que por mais que tenha acontecido toda aquela história, ainda assim, eu me diverti muito contigo, com nossas brincadeiras, conversas, e almoços. E queria também te pedir desculpas pelo meu comportamento, fui infantil, e idiota, por interpretar as coisas de forma errada, eu confundi tudo, e acabei me machucando, e te culpei por isso.- quando ela terminou, eu tive de me segurar, para não desabar, no fim, eu só concordei, eu queria saber o que falar, mas nunca fui bom com sentimentalismo, eu queria chorar, queria dizer a ela que a amava, mas eu paralisei, típico de um covarde, que está vendo diante de seus olhos, a mulher da minha vida escorrendo por entre os dedos.

Amar, é gostar de uma pessoa pelo que ela é, sem por, nem tirar, aprender a amar é aprender a ignorar os defeitos da pessoa, ou a conviver com eles, de maneira que não interfira no seu gostar.

A diferença de sentimentos que eu sentia por Julia e Beatriz era simples. Hoje posso dizer que naquele tempo com toda certeza que as plantas fazem fotossíntese de que, o que sentia pela Julia era não mais que amor, a nossa relação não era de toque, e sim, convivência, estar com ela me fazia bem. Já o que sentia por Beatriz com certeza não era amor. Hoje defino da seguinte forma, quando conheci ela, Beatriz foi a primeira garota a mostrar interesse por mim, e eu encontrei pela internet, um meio seguro de me comunicar com as garotas. Quando ela veio conversar comigo, por ser um novo universo, uma nova cultura, eu fiquei impressionado com tudo aquilo, e acabei me apaixonado por ela. Porém, a medida que fui conhecendo a Julia, a cada dia que passava, eu me afastava mais de Beatriz, e me aproximava cada vez mais de Julia.

Mesmo não tendo mais a Julia, meu plano continuava em prática. Qual o sentido de ficar com uma pessoa que você não gosta, simplesmente por dó ? Na minha cabeça eu só iria magoar mais a Beatriz, se prolongasse toda aquela história, não haviam mais motivos, e o que tinha que ser feito, foi feito.

Claro que a Beatriz ficou abalada, mas ela estava forte o bastante para se auto sustentar após o acontecido, já faziam 4 meses do falecimento do pai dela. Algo que me ajudou a concluir meu plano sem fraquejar, foi o pensamento que desenvolvi após uma aula sobre o romantismo, onde diz que, durante a segunda fase do romantismo, existia algo chamado "Mal do Século", seria uma doença, a qual, as pessoas que sofriam de amor, acabavam morrendo. A partir disso eu refleti que, na verdade, as pessoas não morriam de amor, não tem como uma pessoa morrer por não ser desejada por outra. Esse pensamento não reside em mim, hoje eu me arrependo de ter um dia pensando assim, mas de certo modo, essa reflexão me fez pensar um pouco mais em mim mesmo, eu havia ficado mais individualista.

Escárnio do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora