Brandon achou estranho o silêncio de OMNI.
Repetiu a pergunta, mas continuou sem resposta.
-Ei, OMNI, que isso cara? Vai me ignorar?
Ouviu um chiado.
"Perdão, Brandon, mas parece ter uma falha em minha estrutura. Estou t.... – novo chiado – ... Perdão novamente. Estou tentando me restabelecer. Pode aguardar uns minutos? A nave continuará seu curso normalmente, vou bloquear apenas a minha voz e alguns comandos simples para poder iniciar minha reparação. Aguardo confirmação."
Após confirmação, OMNI calou-se.
Este não era um acontecimento comum, e deixou Brandon nervoso. O piloto, porém, estava preparado para isso. Ajeitou a nave no curso, preparou as coordenadas e ficou aguardando o sistema voltar ao ar.
Cinco, dez, quinze... vinte minutos! Não dava para reiniciar o sistema, para isso precisaria estar no chão. Pestanejou baixinho. O jeito era fazer uma chamada para a central e avisar essa tal falha inesperada.
– Central? Central, aqui é Brandon, piloto da...
Simplesmente não havia qualquer conexão. Poderia falar o quanto quisesse, ninguém ouviria. Deixou os controles no automático e saiu para a Câmara de Dados. O corredor metálico, liso, parecia aterrorizante nessas horas. Respirou fundo e prosseguiu. Colocou a mão no scanner e aguardou a porta abrir. Todas as telas de controle estavam desligadas.
Tentou acionar o controle de urgência e ... surpresa: nem mesmo a opção de controle manual estava disponível.
Um calafrio subiu sua espinha. Pensou em acordar a equipe, mas...
Não, deveria ter outro jeito. Talvez houvesse algum painel de controle manual primitivo perto dos geradores de energia!
Saiu da Câmara de Dados. Desceu o primeiro compartimento da nave, onde fica a equipe para o compartimento onde somente os softwares trabalham. Estava tudo apagado, como já imaginava. Lá havia um grande baú com roupas especiais. Precisava proteger-se da radiação e dos efeitos desconhecidos ao ficar perto dos novos geradores. Era uma roupa que, após devidamente vestida, parecia uma segunda pele negra. Não tirou o capacete, como sempre.
Desceu para o terceiro compartimento, após digitar nova senha e o destravamento mestre, que somente o piloto possuía. Assim que a porta, que pesava pelo menos 1 tonelada de tantos metais entre chumbo e aço, se abriu, um calor medonho subiu. Nunca tinha entrado nesse compartimento ligado antes. Tremeu.
Motores barulhentos e altamente aquecidos, painéis com fios e fusíveis, telas com diagnósticos de funcionamento e uma pequena chapa de aço com poucas instruções tornavam o local pouquíssimo convidativo. Brandon verificou os diagnósticos e percebeu estar tudo funcionando muito bem. Muito bem. Analisou os fios e fusíveis e também estava tudo bem. Tentou chamar OMNI novamente:
– OMNI, estou verificando o hardware e me parece tudo muito bem, afinal, que diabos aconteceu? Você já deveria estar ligado!
...
– MERDA!
Saiu imediatamente da câmara indesejável. Estava tão chateado que mal parou para pensar em como o local poderia ter uma tecnologia bem melhor, como o restante da nave.
Foi direto na cápsula de Ed e o acordou. O rapaz levou alguns minutos para perceber que acordou sozinho. Parecia desorientado.
– Ed, preste atenção, preciso da sua ajuda! OMNI simplesmente parou de funcionar. Está me deixando maluco!
Ed apenas sorriu e começou a rir.
– Ed? Ed seu imbecil! Isso não é hora de...
Observou a tela de diagnóstico e percebeu que Ed fora exposto a algum tipo de gás desconhecido que deixou o cérebro do rapaz "enevoado".
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Narcissus Alpha
Ciencia Ficción"– Por… avor… Nã… Po…a…vor…Onde?… Nã.. Deslig… Terra… Ter… Esper… Por… vor! Blake ficou mudo por alguns segundos. Podia jurar que ouviu a palavra “Terra”! Será possível que havia alguém por lá? Segundo os cientistas, não havia nada além de lixo e de...