06 • Lidando com o inesperado

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Taehyung estava diante de mim, acabou de abraçar o filho e conviveu com ele por – no mínimo – seis meses, que foi quando o Lohan me falou sobre a chegada do tal Dante no colégio

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Taehyung estava diante de mim, acabou de abraçar o filho e conviveu com ele por – no mínimo – seis meses, que foi quando o Lohan me falou sobre a chegada do tal Dante no colégio. Como Kim pôde fazer isso? Por que se escondeu? Não queria que o nosso filho soubesse quem ele era? Isso é um absurdo! Eu não aceitava! O coreano também deixou que as suas lágrimas caíssem em um choro discreto, mas logo enxugou as bochechas e respirou fundo assim que fechou os olhos. Queria se recompor, manter o seu disfarce. E diante do seu silêncio e da sua incapacidade de sequer caminhar até mim, busquei as minhas últimas forças e saí dali. Eu não conseguiria exigir uma explicação estando tão nervosa. O susto foi imenso. Desconfiar era muito diferente de ver a verdade na sua frente. Ali. Concretizada.

— É ele... — Sussurrei enquanto andava depressa até o estacionamento. — Ele está aqui. — Quando percebi que não havia ninguém ao meu redor, corri até o meu automóvel. Eu precisava de privacidade, de um pouco de água... Tinha que me acalmar. — Por isso que parou de agir nas fronteiras. — Entrei no carro, tranquei as portas e apoiei a testa no volante, destruída. — Taehyung esteve aqui focado no Lohan. — Neguei com a cabeça. — Por que não me procurou? — Voltei a chorar, agora audivelmente.

A mentira era o que mais me doía, porém a surpresa de reencontrá-lo sem estar preparada também me afetava bastante. Vê-lo depois de tanto tempo me deixou extremamente fragilizada, de um modo que não imaginei que ficaria. Eu sentia saudades, queria abraçá-lo, sentir o seu cheiro, mas a decepção de ver o homem que amo mentindo para o nosso filho roubou qualquer sensação agradável. Fingir ser um funcionário da escola para conseguir ficar perto do Lohan? Sério? Depois de cinco anos, Kim Taehyung reapareceu para esconder a sua identidade e esquivou-se de mim o quanto pôde? Inacreditável. Inaceitável. Imperdoável. Pelo menos até ouvir a sua explicação para aquilo.

— Se ele quiser explicar. — Murmurei chorosa. — Nem se mexeu ao me ver. — Funguei. — Parece que não quer aproximação. — Levei as mãos até a cabeça e a apertei fortemente, agoniada. — Que droga! O que eu faço?

E completamente perdida, não me obriguei a sair daquele estacionamento. Eu não conseguiria dirigir, então optei por ficar ali até o momento de o meu filho ser liberado para sair. Seria o tempo necessário para pôr os pensamentos no lugar e conseguir chegar em casa com segurança. As minhas mãos suavam, o meu coração batia acelerado, as minhas pernas continuavam trêmulas, o meu choro não cessava, a minha cabeça latejava, o meu peito parecia ser comprimido por um duas toneladas... Eu não estava bem. Até ontem, Taehyung estar na cidade era um cenário visto apenas como um devaneio meu. Mas eu estava certa por suspeitar do asiático que se encantou pelo Lohan e do homem que vi na rua. Kim esteve por perto durante os últimos meses e eu, habituada com a sua ausência, não desconfiei de nada.

— Abre aqui, por favor. — Assustei-me com a voz seguida de uma breve batida na janela do passageiro. Ergui a cabeça para encará-lo e suspirei ao ver o seu rosto bem vermelho e perceber os seus olhos ainda banhados de lágrimas. — Por favor.

Tiger | Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora