Música: Hey brother
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Acordei de manhã com café na cama, esse era o jeito de eu e meu irmão nos desculparmos, era um hábito. Tinha tudo que eu gostava, panquecas de banana, morangos, uvas e chocolate quente.
- Obrigada pelo café, mas essa panqueca ta com uma geometria diferente, não parece uma circunferência. - falei desconfiada apontando pra panqueca.
- O que importa é a intenção - ele disse cruzando os braços - coloquei até canela, eu sei que você gosta.
Sorri e ficamos conversando até eu finalizar a refeição. Descobri que ele teria algo importante hoje, ia ter uma reunião com um dos mais renomados estilistas de Paris. Fiquei extremamente animada por ele, era incrível ver a sua evolução profissional e suas oportunidades aparecendo.
Depois fiz a minha higiene matinal e me arrumei pra escola, vesti uma calça jeans com uma blusa qualquer e um all star. Look padrão de um estudante. Meu irmão resolveu me deixar na escola, e não é que o bonito tava com um carro maneiro. Meu Deus, ele deve comer muita gente nesse automóvel - pensei enojada.
Cheguei a tempo para a primeira aula, era literatura, eu até gostava. A professora ficou exatamente 50 minutos falando sobre a Primeira Geração Romântica no Brasil, que começou no ano de 1836, e era baseade no Nacionalismo-Indianismo, não foi de todo ruim.
Ao fim da primeira aula eu lia o novo exemplar que o meu irmão me dera de Orgulho e Preconceito, estava profudamente mergulhada na leitura até uma bolinha de papel ser arremessada na minha cabeça, me fazendo olhar com raiva para os lados, quem ousava atrapalhar a minha "terapia". Foi a Ambre, confirmei quando a vi rindo com as amigas enquanto me encarava. Essa mulher é desnecessária, qual a porra do problema dela? Taquei a bolinha de volta nela e pensei muito bem antes de atirar uma caneta azul mirando no seu olho, considerava uma ideia imatura, ainda bem que eu ainda tenho 17 anos, é uma boa desculpa. Mas para a conspiração divina só a bolinha chegou nela, a caneta foi parar logo atrás dela, no Castiel. E não foi só no Castiel, foi no olho dele. Ah pronto, assinei minha sentença de morte. Assim que acertou ele olhou freneticamenente para os lados procurando o culpado.
- Quem jogou essa porra? - Ele perguntou rosnando com uma mão no olho acertado.
A Amber apontou pra mim, e eu tenho certeza que nesse momento todo o sangue do meu corpo sumiu e eu estou branca que nem papel, olha que eu sou parda. Castiel veio em minha direção igual a um raio, com os olhos fervendo de ódio. Tudo bem que eu acertei ele, mas não foi intencional não era necessário essa ceninha toda.
- VOCÊ QUERIA ME DEIXAR CEGO, CACETE? - ele perguntou me encarando de cima enquanto eu estava sentava na carteira. No momento eu não aguentei e ri, o olho dele tremendo parecia o virgulino.
Okay, acho que foi uma péssima decisão, ele estava puto da vida, seu maxilar trancado e seu rosto vermelho, será que ele ia me bater? Se sim, ele ia se foder muito. De repente ele pegou a minha garrafa de água, abriu cuidadosamente e jogou toda água em mim, no fim ele riu.
O idiota jogou tanta água que eu acabei me engasgando, estava parcialmente encharcada. Levantei da cadeira e me esforçei para tentar ficar próxima da altura dele, e olhar diretamente em seus olhos com fúria. Estava prestes a jogar água nele também quando por uma injustiça cósmica o professor de geografia entrou na sala e analisou a situação de calamidade: o Castiel com o olho da cor do cabelo dele, eu encharcada de água e o resto dos alunos em nossa volta, apostando em uma briga corporal. Eu não era maluca de tentar cair na mão com o ruivo, ia procurar algo afiado ou pesado pra jogar nele.
- Já para a sala da diretora, os dois! - o professor exasperou apontando para a porta, indicando que deveríamos nos retirar do local.
- Mas prof... - arrisquei.
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Only You
Fiksi PenggemarAlana é uma adolescente brasileira que acaba de chegar na cidade das luzes para acompanhar a vida agitada de seu irmão mais velho como modelo. A garota não fora para a cidade parisiense por livre e espontânea vontade, sua relação com seus pais nunca...