Capítulo 18

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Boa leitura :) O que estão achando?

No dia seguinte eu palestrei para o meu irmão sobre o quão sem noção ele está sendo em chamar seus amigos lá pra casa sem me avisar. Eu moro lá, é a minha privacidade também. E se eu estivesse só de lingerie ou de toalha? Seria totalmente desconfortável. Além de que perigoso, não confio em homem.

Só depois ele pareceu entender a situação e prometeu sempre me avisar quando chamar alguém lá para casa. As vezes sinto que eu faço o papel dele.

- Não Rosa, não vamos fazer isso.

A Rosalya está tentando me convencer a fazer uma resenha lá em casa, péssima ideia. Vai ser um inferno, vou ter que organizar tudo, cuidar da casa e de adolescentes que tentam se matar a todo segundo.

- Mas eu queria tanto sair - ela disse piscando os olhos e fazendo uma cara tristonha.

- Corta essa, isso não funciona comigo. - respondi e voltei a atenção para o meu celular.

Estamos sentados numa cafeteria perto da escola durante o intervalo. Vim com o nosso grupinho, até a Melody está aqui, estranhamente grudade na Bia. A platinada e o Alexy cismaram que precisavam de açúcar antes da aula do professor de geografia. Rolo os stories despreocupadamente, a conversa entre os meus colegas não me atrai, até que paro em uma foto de todos os meus amigos brasileiros juntos em um barzinho. Não é só um barzinho, era o lugar que íamos depois da aula nas sextas, bar do Zeca, tio do Gabriel. Todos parecem tão felizes, é como se eu nunca tivesse feito parte.

A tradição continua, mesmo que eu não participe mais.

Dei um sorriso triste e bloqueei a tela do celular, essa doeu. Voltei para o mundo ao meu redor e a Rosa estava prestes a sufocar o azulado, ela estava vermelha de raiva e ele vermelho de tanto gargalhar. Esqueci do meu momento de lamentação rapidamente e arqueei a sombrancelha com a cena.

- O que aconteceu? - indaguei.

- Você acredita que ele sugeriu que eu fosse a uma casa de swing com o meu Leigh? - Ela disse fazendo todos rirem, eu continuei extremamente confusa e preocupada com o rumo que a conversa teve.

- Swing tipo música baiana? - o Nathaniel perguntou e eu ri até algumas lágrimas escorrerem do canto dos meus olhos.

- Como você sabe desse estilo de música brasileira? - perguntei me recuperando.

Ele corou e rapidamente desviou o olhar.

- Pensei que fosse Argentina - o Castiel murmurou.

Esse idiota fazia questão de confundir propositalmente a minha cultura com qualquer outra.

- Igual a teoria de que todos os brasileiros se transportam pelo país através de cipós? - ironizei.

- Eu não duvidaria - disse com um sorriso de canto e eu revirei os olhos.

- Uma vez eu li que vocês possuem um animal preguiça em casa, é verdade? - a Melody perguntou, ela parecia estar tão curiosa acerca do assunto que eu respondi sem ironizar.

- Não é comum, o bicho preguiça é um animal selvagem, não devemos tê-los em casa. Mas em algumas comunidades indígenas pode existir essa situação sim.

- Ah que interessante, gostaria de ver um bicho preguiça um dia. - O Lyssandre disse.

- ISSO! - a Rosa exclamou - podemos ir ao zoológico.

- To fora. - o Castiel respondeu na mesma hora e saiu da mesa.

No final os dois conseguiram convencer todos a irmos num passeio no zoológico, eu não consigo imaginar o Castiel concordando com isso - gargalhei pensando nisso - a Rosa deve ter algo muito ruim contra ele.

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