The Feeling

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Atravesso o pátio e ignoro tudo e todos ao meu redor, em minha mente a imagem de Malcolm usando sua camisa do time enquanto me convida para jantar em sua casa roda em câmera lenta. Isso estava acontecendo, nós estávamos chegando lá!

Eu precisava admitir que ao aceitar o acordo e entrar nessa loucura com Wood eu tinha minhas dúvidas quanto a Malcolm, mas talvez tudo o que ele estivesse precisando durante todo esse tempo era entender que poderia me perder a qualquer momento caso não fizesse algo, e agora finalmente ele estava se movendo.

- Davis! - Jacob grita, me viro e o vejo correndo em minha direção, ele usa seus jeans velhos é uma t-shirt branca com mangas enroladas ao redor de seus músculos, ele sorri para mim e para em minha frente. - Onde você estava? Esqueceu que sou sua carona permanente? - indaga.

Permanente. Olho para Wood e percebo que, ao conseguir o que quero - Malcolm - eu teria que me despedir do que nunca foi meu.

A presença de Wood, por mais rápida e estranha que fosse, havia sido constante nos últimos dias, havíamos revelado e até mesmo deixado exposto partes de nós que provavelmente mais ninguém havia visto, estar com ele me trazia sensações diferentes, mas no final do dia ele ainda era apenas Jacob, meu vizinho e ex-melhor amigo de infância.

- Eu sei, desculpa - digo e ele franze o cenho, engulo em seco e me preparo para lhe contar. - Malcolm me convidou para jantar com a família, Lucy está na cidade, então seus pais vão fazer um grande jantar. Você se lembra dela? Lucy? - indago apreensiva, seus olhos de turvam e ele de um passo para trás - mais distante.

- Ela te empurrou tão alto no balanço que você perdeu o equilíbrio e caiu. Três meses com o braço engessado foi o presentinho que ela te deixou de Natal - diz seco, reviro os olhos e confirmo, bem, cada um tinha uma visão sobre aquele momento.

- Sim, essa Lucy, bem ela está aqui! Provavelmente veio ficar um final de semana de descanso da faculdade - digo dando de ombros, ele acena e me encara, seus olhos me deixam nervosa e sinto que algo está prestes a eclodir.

- Então é assim? Ele te chama e você vai? - indaga e estreito os olhos.

- O que você está dizendo? Eu te mandei uma mensagem - digo.

- Sim, dizendo que estava funcionando o que eu deveria pensar sobre isso? Em Smith? Não há nada de certo naquele cara começando pela forma como ele te trata - diz ríspido, respiro fundo e olho ao nosso redor, apesar de mantermos as vozes baixas nossas expressões dizem muito e atraem olhares.

- Isso não é da sua conta Wood, nós temos um acordo...

- Exatamente, e hoje é a minha aula, consegue se lembrar? - indaga e engulo em seco.

- Sim, mas eu pensei que...

- Eu não me importaria em ficar sem você já que está indo ao encontro do precioso Smith! - diz ríspido e ri irônico.

- Você vai me deixar terminar alguma frase? - indago irritada, ele estreita os olhos e se aproxima.

- Não há nada que você esteja dizendo agora que me agrade. Mil vezes te ouvir cantando Baby durante todo o dia ao invés de te ver correndo pro idiota que te deixou no reserva por quase nove anos - diz irritado, seus olhos nebulosos desviam-se de mim e seguro as lágrimas que tentam deixar meus olhos. Por que eu quero chorar? Por que eu simplesmente me importo com o que Wood sente.

- Eu não quero que você sinta que estou escolhendo ou algo como isso, eu...

- Mas é exatamente isso que você está fazendo, de novo! - diz ríspido, franzo o cenho e o olho em confusão, ele nega e ergue as mãos em sinal de rendição. - Eu não vou fazer isso, não quando você consegue se decidir com tanta facilidade.

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