Roses

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O jantar correu melhor do que eu poderia imaginar, sentar-se à mesa dos Smith's e rir de histórias antigas da nossa infância havia me trazido uma sensação boa de pertencimento. A risada de Lucy fazia com que todos nós ríssemos, e quando Malcolm me olhava do outro lado da mesa eu apenas queria que esse momento nunca acabasse.

Após ajudar a Sra. Smith a retirar os pratos ela me expulsou da cozinha e pediu para que eu apenas aproveitasse o momento com os demais na sala, parti então em direção a eles e até pensei em me sentar em meio aos irmãos Smith, mas havia alguém que eu queria estar mais próxima essa noite, e ela estava sentada do lado de fora em um balanço.

Lucy sorri quando me vê andando em sua direção, uma colcha de retalhos cobre suas pernas e ela se empurra para o lado me dando espaço para me sentar junto dela.

- Combinação perigosa - diz e estreita os olhos, eu dou uma risada e logo ouço a sua também.

Ficamos em silêncio e sinto o uma leve brisa fria vindo de encontro a nós, cruzo os braços e observo os detalhes da área da casa dos Smith.

As diversas plantas verdes espalhadas por toda varanda dão um charme e um toque acolhedor de lar, o cheiro de lavanda que a Sra. Smith sempre espalha pela casa nos alcança do lado de fora, cada pequeno detalhe me faz sorrir.

- Então - diz olhando para sua taça de vinho, me viro para ela sorrindo e vejo quando seus olhos se tornam mais sérios. - Eu vi você hoje no estacionamento do colégio quando fui buscar Mal.

Franzo o cenho e a encaro. - Com Jacob Wood - continua e gelo, respiro fundo e olho para a grande janela de vidro que dá acesso à sala, vejo o rosto feliz de Malcolm, ele ri de algo que seu irmão mais novo, Thomas, lhe mostra no iPad.

- Somos amigos - digo e olho para ela que sorri, Lucy tomba a cabeça de lado e me observa em silêncio. - É complicado - dou de ombros e a vejo assentir, ela bebe mais um gole de vinho e roda a taça entre seus dedos.

- Eu sempre achei complicado. Você, Mal é Jacob, eu tenho a impressão que é uma daquelas histórias que nunca acabam - diz e ri, franzo o cenho e

- Eu não vejo assim - digo, ela me olha com condescendência e engulo em seco.

- Isso é porque você nunca viu da perspectiva certa, Elle - diz e a encaro em silêncio, ela suspira e olha para Malcolm, ele ainda está rindo de algo ao lado de Thomas, Brad o irmão mais velho os observa com um sorriso leve nos lábios. - Crescer ao lado desses monstrinhos me ensinou uma ou duas coisas sobre garotos e suas mentes perturbadas. E existem algumas delas que eu gostaria de te dizer, Elle.

Lucy me olha e sorri de lado. - Eu sei que está apaixonada por Malcolm, todos nós sabemos, inclusive ele, e eu preciso te dizer que até ficaria surpresa em te ver aqui hoje, se não tivesse visto você mais cedo com Jacob - diz, balanço a cabeça e nego.

- Não há nada entre mim e Jacob - afirmo e ela sorri.

- É, isso é o que vocês dizem há anos, e pelo que eu estou vendo, as mentiras ainda têm sido tratadas como verdade - diz e engulo em seco. - Você não é estupida Elle, nunca fui, mas quando o assunto é esses dois meninos é como se seu cérebro parasse. - Ela ri e eu apenas a encaro. - Malcolm é um garoto incrível, ele é um ótimo filho, o melhor irmão do meio que eu poderia ter, e ninguém consegue ser tão inteligente quanto ele nessa casa, eu sei que você sabe todas essas coisas, mas existe algo que você também sabe, mas tem ignorado.

Meus olhos ardem, mas eu me nego a não a olhar, Lucy coloca uma de suas mãos sobre a minha.

- Malcolm não está apaixonado por você, Elle. Ele ao menos sabe o que é se apaixonar por alguém, não é sobre você, mas é sobre como ele quer viver, a única razão de você estar aqui hoje é porque ele é egoísta demais para te deixar ir, e você tem medo demais para deixar tudo o que acha que sente ir embora - diz e sinto uma lágrima escorrer por minha bochecha. Quantas vezes eu teria que chorar em um único dia? Não havia uma cota? E se havia, será que eu já não estourei a minha?

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