Capítulo 01

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— Sasuke Uchiha? ― Por mais que Sakura tentasse lembrar se já ouvira
aquele nome em algum lugar, ele não lhe significava nada.
― Você deve ter ouvido falar a respeito dele ― Kiba Inuzuka insistiu. ― É
um empresário americano que adquiriu a Rede de Televisão Chelton e a
Produções Howard no ano passado.
― Estranho que eu não me recorde de um nome tão importante ― disse
Sakura a seu colega. ― Talvez porque nunca me interessei pelo mundo dos
grandes homens de negócios. Desde que nosso trabalho não seja interrompido
por falta de dinheiro, não me importa quem é o responsável por seu
financiamento.
― Se a segurança de seu emprego estivesse comprometida, você não
falaria assim ― Kiba retrucou, melodramático.
― Você está impressionado. Em minha opinião, não há nenhum fundo de
verdade nos boatos que andam circulando.
― Eu não teria tanta certeza se fosse você. Sabe como o sujeito é conhecido
na Produções Howard? "Mensageiro da Morte".

Dessa vez, Sakura não controlou o riso. Após um ano no setor de Documentários da Produções Eastwich, Sakura conhecia bem seu parceiro.
Ninguém era capaz de fazer tanto drama como ele.

― Kiba, você sabe qual é seu apelido pelos corredores?
― Sei ― Kiba respondeu. ― "Chefe" porque vivo espalhando pânico. E
você? Sabe o seu?

Sakura deu uma risadinha enquanto negava com um gesto de cabeça.

― "Donzela de Gelo" ― disse Kiba. ― Acha que tem a ver com sua
personalidade?
― Sem dúvida ― Sakura respondeu com indiferença. Sabia sobre a força que os apelidos adquiriam quando seus donos se revoltavam contra eles.

― Bem, em todo caso ― Kiba continuou ―, não creio que você corra
perigo de ir para a lista de corte. Que homem, afinal, resiste a esses seus
cabelos rosa, a esses olhos verdes e doces de gazela e a essa semelhança
assombrosa com a protagonista de Uma Linda Mulher?

Sakura fez uma careta para o amigo.

― Qualquer um que prefira, eu diria, ou que não goste do tipo "Julia
Roberts".
― Meu palpite é que o magnata não abrirá mão de você ― Kiba insistiu.
― Dizem que ele é considerado um deus pelas mulheres.
― Ora, Kiba ― Sakura respondeu, divertida. ― Você parece estar falando
de um ídolo do rock.

Kiba suspirou.

― Falando sério, acho que você não precisa se preocupar com seu
emprego. Comigo, entretanto, a história muda de figura. Qual de nós você
cortaria se tivesse de escolher, Sakura?
― Não sei ― Sakura respondeu, já começando a ficar irritada com as
especulações do colega. ― Mas se está tão preocupado com a remota chance
desse Ryecart resolver comprar a Eastwich, empenhe-se cada vez mais em
fazer um bom trabalho.

A sugestão foi feita na esperança de que Kiba parasse com aquela conversa e a deixasse prosseguir com o projeto que tinha em mãos, mas Kiba continuou sentado no canto de sua mesa.

― A chance não é tão remota quanto imagina ― Kiba alertou-a. ― Gaara
não tem dado as caras por aqui há tempos.

A esse comentário, Sakura franziu a testa.

― Todos sabem que Gaara está passando por um período difícil e que precisou se afastar para resolver alguns problemas de ordem pessoal.

― Alguns? ― Kiba caçoou. ― A esposa o deixou e foi para a Escócia com
os filhos. A casa onde ele mora foi hipotecada e dá para sentir o cheiro de
álcool em seu hálito à distância.

De vez em quando, Sakura gostava da companhia de Kiba porque ele a
fazia rir. Aquele não era um desses momentos. Ela detestava que comentassem sobre as pessoas às suas costas.

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