Capítulo 07 - Ultimos Capítulo (Revelações)

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Uma mulher ainda jovem abriu a porta. Usava um avental com a estampa
de um sapo sobre um gracioso vestido de verão. Era morena e muito bonita.
Alguns fios dos cabelos estavam escapando do rabo-de-cavalo.

― Sasu, que saudade! ― Ela o abraçou e beijou antes de cumprimentar Sakura. ― Você deve ser a futura editora. Muito prazer. Entrem, por favor, e
cuidado por onde pisam.

Ela os conduziu a uma sala por um largo corredor. Havia brinquedos
espalhados por toda parte.

― Meninos, tio Sasu já chegou.

Dado o aviso, dois garotinhos de pijamas desceram correndo a escada do
sobrado e se atiraram às pernas de Sasuke que os ergueu cada um em um braço.

― Vamos brincar com o trem? ― sugeriu o primeiro.
― Vamos fazer uma tenda? ― pediu o outro.
― E fazer guerra de travesseiros? ― continuou o primeiro.
― Vamos fazer tudo isso? ― propôs o outro, mais prático.
― Nada de ficarem acordados até tarde esta noite. Daqui a pouco os dois
irão para a cama!

Sasuke os colocou de volta ao chão.

― Vocês ouviram sua mãe. ― Ele piscou. ― Mas se conseguirem voltar
para o quarto antes que eu termine de contar até cinco, posso lhes contar o que
aconteceu com meus amigos quando eles foram para a América do Sul e se
perderam em uma floresta.
― Uma floresta de verdade? ― Os meninos arregalaram os olhos.

Naquele momento, Sasuke começou a contar e os meninos quase voaram
pelos degraus. Sakura e Hinata sorriram.

― Você se importa? ― ele perguntou a Sakura.
― Claro que não.
― Nós aproveitaremos para ter uma conversa só para mulheres.
― Sobre revistas femininas, eu espero ― disse Sasuke.
― Lógico! O que mais poderia ser? ― Hinata deu uma piscada para Sakura.
Um dos gêmeos apareceu no topo da escada.
― Você já contou até cinco, tio Sasu?
― Estou subindo, Boruto.

A sós, as duas mulheres se entreolharam.

― Não sei como ele consegue ― Hinata declarou. ― Nem sequer as avós
conseguem distingui-los.
― Não é de admirar. Eles são realmente idênticos ― Sakura concordou. ―
Sasuke costuma brincar sempre com eles?
― Não com a freqüência que desejaria. Sua vida é muito atribulada. Os
meninos o adoram. Acho que não poderíamos ter escolhido um padrinho mais afetuoso para eles. ― Hinata fez uma pausa. ― Você se importa de
continuarmos nossa conversa na cozinha enquanto eu termino o jantar?
― Claro que não. Aliás, espero que me deixe ajudá-la ― Sakura ofereceu. ―
Não sou boa cozinheira, mas tenho prática em descascar batatas e lavar
verduras.
― Não há muito mais a fazer. Só preciso vigiar as panelas no fogo.
Preparei salmão no vapor. Espero que goste.
― Adoro salmão. Além disso será ótimo variar. Meu cardápio é limitado:
maionese de frango ou macarrão com atum.

Hinata deu uma risada.

― Você cozinha melhor do que eu quando solteira. Vivia de sanduíches e
iogurte. Achava que tudo era mais importante do que ficar sozinha no
cubículo de meu apartamento.
As duas trocaram um sorriso de cumplicidade.
― O que não deixava de ser uma contradição ― Hinata prosseguiu. ―
Afinal, eu passava o dia inteiro entre pilhas de receitas para a seção de
culinária da revista.

As circunstâncias haviam mudado, Sakura pensou. Hinata era esposa e mãe
de três filhos. Não vivia mais em um apartamento de dimensões reduzidas,
mas em uma casa grande e bonita com uma cozinha ampla, clara e moderna.

― Sua casa é adorável.
― Obrigada. Mas me conte sobre você.
― Passei hoje pela cerimônia de iniciação.

A expressão de Hinata tornou-se atenta. Ao ouvir o nome Kurenai Yuhi,
a compaixão dominou seu semblante. Pelo visto, Sakura pensou, a tal mulher era famosa no mundo das editoras de revistas femininas.
A experiência adquirida durante longos anos de trabalho não pôde ser
passada a Sakura, naturalmente, mas as dicas de Hinata serviram de incentivo
suficiente para a sobrevivência no emprego por alguns dias.

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