Capítulo 04

620 71 20
                                    

Na manhã da segunda-feira, pela porta aberta de seu escritório, Sakura viu
os chefes de departamentos se dirigirem à sala de conferências para a primeira
reunião oficial com o novo chefe. Duas horas depois, viu-os percorrerem o
corredor com as expressões mais relaxadas. O fato de Gaara  não estar entre eles a deixou preocupada.

― Sakura posso falar com você um momento em minha sala? ― Gaara
perguntou da porta, meia hora depois.
― Talvez ele queira sua ajuda para esvaziar as gavetas ― Kiba sugeriu
com maldade.

Sakura dirigiu-lhe um olhar de reprovação ao se levantar.

― Como foi? ― ela perguntou a Gaara, ansiosa.
― Quando fui convidado a permanecer na sala enquanto os outros eram
dispensados, quase tive um ataque cardíaco ― Gaara confessou. ― Mas o
americano queria apenas discutir sobre os rumos que pretendemos dar a nosso
departamento. Eu lhe mostrei nossos planos e ele pareceu impressionado. ―
Gaara sorriu. ― Não se preocupe. Não reclamei os créditos apenas para mim.
Ele sabe que nós trabalhamos em parceria. Perguntou-me quanto tempo faz que estamos tão afinados.

Sakura percebeu o sarcasmo por trás da pergunta que Gaara considerara
inocente. Ele não havia, afinal, testemunhado os beijos. Depois de ser flagrado atrás da cortina, Gaara havia desaparecido de cena.

― Estou tão aliviado que quero comemorar ― disse Gaara. ― Que tal um almoço no Antoine's? Por minha conta, é claro.

Sakura franziu o rosto. Se até a noite anterior, Gaara não tinha nenhum
centavo no bolso, como ele estava em situação, de repente, de arcar com esse
tipo de despesa?

― Obrigada, mas tenho um compromisso daqui uma hora. Só tenho
tempo para um sanduíche.
― Então fica para outra vez ― Gaara sugeriu, como Sakura esperava que ele
fizesse.
― Então, como foi? ― Kiba perguntou.
― Bem ― Sakura respondeu ao mesmo tempo que apanhava a bolsa para
sair para o almoço.
― Irei com você. ― Kiba se convidou. Estava curioso para saber as novidades. Mas antes que se afastassem dois passos da sala, ouviram o nome de Sakura.
― Espere! ― Kiba a segurou pelo braço quando ela tentou fingir que não
havia escutado. ― O chefe está chamando.

Sasuke se aproximou. Como das outras vezes, Sakura sentiu o coração bater
tão forte à aproximação que mal conseguiu respirar.

― Devo me retirar? ― Kiba perguntou quando notou a troca de olhares.
― Sim.
― Não!

As respostas foram simultâneas, mas Kiba não precisou pensar duas
vezes para saber qual posição deveria tomar.

― O que você quer? ― Sakura esbravejou assim que ela e Lucas ficaram a sós.
― Precisamos conversar ― Sasuke respondeu. ― Mas não aqui. Almoce
comigo.
― Não posso.
― Ou não quer?

Se ele fazia questão de ser direto, por que ela precisaria inventar
desculpas?

― Não quero.

Ele assentiu com um gesto de cabeça.

― Se lhe serve de consolo, você também me assusta.

Sakura hesitou. Seria verdade?

― Não sei como eu poderia assustá-lo, sr. Uchiha. Afinal, não estou em
posição de demiti-lo de seu cargo.
― Não foi a isso que eu me referi e você sabe. Não daria para esquecer
nossas posições por um momento?
― Não ― Sakura respondeu. ― Tenho certeza de que você não conseguiria se
estivesse em meu lugar.
― Sob mim? ― Sasuke sugeriu, malicioso.
― Exatamente ― Sakura foi obrigada a responder, muito corada.
― Como eu gostaria que fosse verdade ― Sasuke murmurou ao mesmo
tempo que percorria o corpo de Sakura com os olhos.

A Sedução Onde histórias criam vida. Descubra agora