Capitulo 05

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Após o incidente do elevador, Sakura decidiu evitar Sasuke. Não foi
difícil. No dia seguinte, ele ficou reunido o dia inteiro com os diversos
departamentos e à noite viajou para os Estados Unidos pelo resto da semana.
Em sua ausência, Sakura refletiu com calma sobre tudo que havia
acontecido entre eles. O encontro fora forte e turbulento como uma
tempestade. Talvez Sasuke realmente a quisesse. Era um homem poderoso e
rico. Talvez não descansasse enquanto não a tivesse. Da mesma forma que
devia fazer quando queria adquirir uma nova empresa ou um novo carro.
Ficaria feliz com a satisfação de seu desejo, mas passado algum tempo as
ambições seriam outras e ele sairia um busca de novidades.
Sakura havia quase conseguido tirá-lo da cabeça quando, na manhã do
sábado, chegou um cartão postal com a foto da Estátua da Liberdade. Sem
assinatura e com uma única frase.

"Ele já foi"?

― Você está bem? ― Gaara perguntou do outro lado da mesa da cozinha.
― Estou ― Sakura respondeu, séria. ― Recebi um cartão de minha mãe.
― Pensei que ela tivesse se mudado para a Austrália.

Gaara certamente vira a foto do postal. Seria necessário dizer outra mentira.

― Ela foi passar as férias em New York.

Gaara se limitou a fazer um gesto de entendimento e voltou a girar o botão
do rádio a fim de sintonizar uma estação. Sakura suspirou. Gaara estava
deixando-a maluca. Não era capaz de devolver nada a seu lugar. Deixava as
roupas nas cadeiras e as toalhas usadas no chão. Seria excelente se pudesse
responder a pergunta de Sasuke de modo afirmativo.
No início, Sakura tentou chamar a atenção de Gaara para a desordem com
indiretas sutis. Como a tática não funcionou, ela passou para comentários
diretos. Ele se desculpou e colaborou com ela nos cinco minutos seguintes.
Depois dessa prova de descaso, Sakura cogitou se seria ela a errada por não
ter paciência. Talvez não tivesse nascido para dividir seu espaço, mesmo em
terreno platônico.
No entanto, bastou o postal chegar para ela mudar de idéia sobre a saída
de Gaara. De repente, não estava tão certa que o queria fora. Sasuke
assumiria que ela havia cedido a suas exigências.
Como Gaara havia combinado de sair com um corretor aquele sábado, Sakura
decidiu entregar o problema nas mãos do destino. Ele quis que ao final da tarde Gaara voltasse desconsolado por não ter encontrado nada que lhe
servisse.

― Um dia desses você acabará conseguindo ― disse Sakura para alívio de Sasuke. ― Se ainda não tem para onde ir, fique aqui mais alguns dias.
― Você é um anjo. Prometo continuar a busca esta semana. Pena que o Uchiha estará de volta na segunda-feira ou eu aproveitaria para visitar outra
imobiliária.
― Ele mandou avisar você? ― Sakura estranhou.
― Eu esqueci de lhe contar. Chegou um fax ontem dizendo que ele quer
uma reunião com nosso departamento no Abbey Lodge na segunda de manhã.

Kiba ganhou um ponto a seu favor por chegar no horário. Gaara e Sakura
atrasaram quinze minutos por causa do trânsito.
Sakura não conseguiu sorrir nem sequer quando o chefe a cumprimentou.
Ao redor da mesa, Sakura posicionou-se de maneira que Kiba ficasse entre
ela e Sasuke. Gaara ocupou o lugar em frente e se incumbiu de justificar o atraso.
Seu carro estava quebrado e Sakura lhe dera uma carona. Nenhum dos dois
sabia que as ruas por onde teriam de passar estavam em obras.
Para Sasuke, só interessou, é claro, que eles chegaram juntos porque estavam morando juntos.
Nesse sentido, ele tentou deliberadamente fazer Gaara cair em contradição.

― Você e Sakura moram perto?
― Eu... não. ― Gaara olhou para Sakura. Ela não queria que ninguém
soubesse sobre o esquema. Ele não podia contrariá-la. Não lhe ocorreu nem
sequer por um instante que estava complicando a vida dela ao respeitar sua vontade.
― Nesse caso, Sakura, você foi muito amável em desviar de seu caminho
para ajudar seu colega.

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