FATALE • jjk X pjm •

Capítulo XXXII

Cenas desse capítulo podem ter um pouco de gatilho.

Jungkook

Eu ainda não estava conseguindo digerir corretamente o que aconteceu nas últimas dezessete horas. Só pensava em chegar chegar casa e ficar com Jimin em nosso quarto. Nós dois fomos sozinhos para casa, hyung disse que Yoongi hyung e Hoseok-ssi iriam depois porque ele precisava de certo cuidado na hora de ser transportado. Eu estava preocupado com ele, mas uma parte maior ainda da minha mente estava fora do ar, e se Jimin disse que ele está bem, eu acredito. Hoseok-ssi era muito forte, sei que vai passar por tudo isso melhor que qualquer outra pessoa.

Admiro muito a amizade de Jimin hyung e Hoseok-ssi. Eles dão a vida um pelo outro, na pior fase da vida de meu marido, Hoseok-ssi não desistiu dele em momento algum. Ele sofreu junto com ele, e deve ter sido terrível para ele ver tudo que Jimin fez contra si mesmo. Eu achei que minha amizade com Tata era assim. Ainda não tinha conseguido superar tudo aquilo, eu esperava uma traição de qualquer um, menos dele, e a pior coisa foi ele ter me tocado sem minha permissão. Viu tudo que passei a minha adolescência toda e mesmo assim jogou todas aquelas noites de meus pesadelos em que ele me fazia companhia no lixo.

Eu li a mensagem que ele mandou pelo telefone de Jimin hyung. Fiquei muito surpreso, mas depois de uns segundos, foram palavras jogadas ao vento. Não consegui acreditar em uma palavra que ele digitou naquela mensagem. Talvez no dia em que ele me olhar nos olhos e disser tudo aquilo eu consiga ver verdade. Mas no momento, tudo que eu via quando lembrava dele, era o ódio. Eu vi o ódio crescendo nos olhos dele durante todos aqueles meses, fui cego para aquilo, achei que não era nada demais. E hoje enquanto eles conversavam no Palácio, ele sequer me olhou uma única vez. Sempre com a cabeça baixa, e eu queria acreditar que aquilo tudo era vergonha. Mas fiquei aliviado quando Jimin mandou eles ficarem lá e não virem conosco pra casa. Não ia me sentir seguro tendo Taehyung debaixo do mesmo teto que eu.

Não vi exatamente o momento em que chegamos, estava muito distraído, só senti as mãos de Jimin sobre meu rosto e suas palavras delicadas dizendo que tínhamos chego em casa. Subi diretamente para nosso quarto e me sentei na ponta da cama, não sei o que Jimin foi fazer, mas só queria que ele não saísse do meu lado. Me levantei pronto para tomar banho, mas parei de frente ao espelho. Minhas roupas estavam sujas de sangue, e em alguns pontos tinham rasgos de quando eles me puxavam. Achei que estivesse pronto para aquilo, tinha me preparado fisicamente, mas aconteceu um desastre na minha mente quando me tocaram com tanta força. Realmente pensei que depois de conseguir aceitar os toques dos amigos de Jimin eu conseguiria aceitar dos outros sem problemas.

Mas eu ainda conseguia sentir as mãos brutas nos meus braços, o puxão nos meus cabelos, a batida na cabeça quando me forçaram contra o banco do carona do carro, os dedos sendo forçados em minha cintura. Eu não queria sentir aquilo, sentia minha pele doer só de lembrar da sensação.

Passei a mão por meus braços sentindo como se formigas andassem por ele e arranquei aquela blusa imunda de mim começando a coçar meus braços.

Não passava, eu queria que diminuísse, parecia que eles ainda estavam ali me apertando e me puxando.

Passei as unhas por meus braços tentando arrancar aquela sensação, tentando tirar as digitais daqueles homens de mim. Eu sentia falta de quando só conseguia sentir os toques carinhosos de Jimin, senti falta dos abraços aconchegantes de Hoseok-ssi e das mãos de Yoongi hyung fazendo carinho nos meus cabelos sempre que eu acertava uma das facas no alvo.

Mas eu só conseguia sentir os toques brutos.

Meus cabelos grandes que Jimin hyung dizia amar tanto estavam me dando nojo. Sentia meu coro cabeludo arder com a lembrança dos puxões, sentia eles sujos. Corri para dentro do banheiro e entrei no box ligando o chuveiro apressado e comecei a passar tudo que podia nos fios.