FATALE • jjk X pjm •

Capítulo XXXIII

Jimin

Vinte e seis de novembro.

A dezoito anos atrás eu perdi Sehun, e fazia aniversário no mesmo dia. Todos os anos depois desse dia em específico eu me isolava em meu chalé na Itália e passava o dia entregue às lágrimas e as minhas lamúrias.

Mas hoje, eu não sei o que sentir.

Estava sentado no chão da varanda com um cigarro e uma xícara de café na mão. Jun ainda dormia sereno, as noites tem sido difíceis pra ele depois do que aconteceu no Palácio. Ele voltou a ter pesadelos e voltou a so conseguir dormir com o calmamente. As vezes ele tentava dormir sem ter que tomar, mas acordava de madrugada assustado. Chorava baixinho agarrado a mim até dormir, e eu como um bom companheiro, estava ao lado dele. Porém a noite passada foi a pior, o pesadelo dele foi mais intenso que os outros e ele só conseguiu dormir depois de uma dose dobrada de remédios. Pensando em tudo que nos ocorreu e em tudo que ele me falou, fazia todo sentido que ele tenha ficado daquela forma, eu mesmo não tinha dormido.

Por mais que tenha Jun ao meu lado, a perda de Sehun é algo que ainda mexe comigo, principalmente hoje. Ele não era somente meu namorado, era meu melhor amigo, era tudo que eu tinha. E hoje, depois de tudo, eu sentia uma tristeza enorme ainda. Não é como todos os anos, acho que isso se deve a Jun na minha vida, mas na minha mente, tudo que aconteceu foi culpa minha. Eu não tinha que ter me relacionado com Sehun sendo do mundo que sou, deveria ter preservado a segurança dele. Deveria ter me precavido de todas as formas possíveis para que aquilo não tivesse acontecido. Por mais que muito tempo tenha passado, a memória era fresca em minhas lembranças. Os espancamentos e o estupro que ele sofreu, o que fizeram comigo na frente dele para aterroriza-lo. Sehun sofreu demais, e tudo poderia ter sido evitado se eu não tivesse sido egoísta demais em ter feito questão que ele ficasse ao meu lado.

Eu não merecia o amor dele, e também não mereço o de Jun. Mas ainda continuo sendo egoísta demais para abrir mão dele.

Os únicos que sabem sobre meu aniversário é Hoseok e Seokjin. E eu os proibi de contar isso a qualquer pessoa, não comemoro essa data a anos, e ainda não sinto vontade alguma de comemorar ela.

- Hyung ?

Viro o rosto escutando a voz sonolenta e me levanto jogando o cigarro fora e caminho até a cama vendo um Jungkook com os cabelos em pé, o rosto inchado e um bico nos lábios. Aquela era a visão mais linda de toda a minha vida. Deixei um beijo em sua testa e ajeitei a camisa em seus ombros.

- Buongiorno mio amore.
/Bom dia, meu amor.

Ele se aproximou e senti um beijo em minha bochecha e o menor foi logo levantando. Sabia exatamente o que ele iria fazer, banheiro, depois café da manhã e se sentar no gramado. Era engraçado porque ele é muito manhoso de manhã, e muita das vezes exigia a minha companhia em quase tudo.

- Cosa vuoi mangiare oggi?
/O que o senhor quer comer hoje ?

Sempre a mesma pergunta. Todos os dias ele me perguntava o que eu queria comer mas eu nunca sabia o que dizer, só pedia pra ele me surpreender. E eu me surpreendia todos os dias, não por ele fazer uma coisa nova, mas por ele ser tão zeloso comigo. Iria contar a ele sobre meu aniversário, acredito que ele ficaria chateado se não contasse.

- Pode fazer aquele doce que gosto?

Ele saiu do banheiro passando a escova pelos cabelos e parou em minha frente entre minhas pernas com o rosto confuso.

- Claro, algum motivo? O Senhor nunca pede nada.

Passo a mão pela cintura dele descendo aos quadris e o puxo até que se sente em minhas pernas.