POV Sina
-Cheguei!- gritei ao abrir a porta da minha casa. Estavam todos na sala, exceto Pepe e Noah
-O Noah chegou e foi para o estúdio, acho que a consulta correu meio mal, eu fui perguntar se ele estava bem, ele respondeu-me mal, parecia bebado-Josh diz-me depois de ter-me afastado para a cozinha
-Mas ele não bebe- digo confusa
-Eu sei, mas ele estava meio desorientado, chocava em todo o lado, respondeu-me mal, ele nunca me responde mal, nem quando está em crise, ele já chegou há algumas horas e ainda não saiu de lá debaixo. Eu não o via assim mal desde aquela vez no inicio do vosso namoro
-Eu vou lá vê-lo
-Tem cuidado- alerta-me. "Tem cuidado", onde é que já se viu, eu não tenho medo do meu noivo, ele não é capaz de me fazer nada. Desço até o estúdio, bato na porta não esperando uma resposta em troca e logo entrando na pequena sala. Ele estava deitado num sofá que havia lá, a olhar para as luzes LED azuis no teto
-Amor?- ele olha para mim, mas em poucos segundos volta a encarar o teto
-Hm?!- responde em um tom seco
-Como é que correu?- tento ser carinhosa, não gosto quando ele é seco comigo mas acho que agora ele não precisa de um esporro por ser grosso
-Não quero falar sobre isso. Se me puderes deixar sozinho, estava bom o silêncio- é isto magoou
-De certeza? Eu posso trazer alguma coisa para comeres e podes desabafar comigo
-Não Sina, eu quero estar sozinho, deixa-me sozinho
-Tu bebeste?!- pergunto já irritada
-PORRA SINA, Eu não quero falar, Eu não quero comer, Eu só quero ficar só, SAI!- grita, se sentando e olhando nos meus olhos pela primeira vez desde que cheguei. Assusto-me, dando um pulo para trás, os meus olhos ficam marejados e sem dar as costas tento sair do estúdio o mais rápido possível- MERDA!-ouço-o gritar antes de fechar a porta. Começo a chorar, estou com medo dele, é suposto estar com medo dele? Estamos juntos, não deveria ter medo dele, mas depois disto estou com medo. Sento-me no chão junto da porta que acabara de fechar.
Demora alguns minutos para a imagem dele se fazer presente na porta, ele olha para os lados ofegando ansioso ao ver-me sentada no chão a chorar. Tinha os olhos vermelhos, assim como a ponta do nariz. As pontas dos seus dedos enrolavam-se umas nas outras em ansiedade. Ele passa as mãos pelo cabelo relativamente comprido e agacha-se no chão, mexo-me para o lado desconfortável tentando fugir da proximidade. Ele respira fundo e senta-se onde antes estava eu, chego-me novamente para o lado, aumentando o espaço entre nós
-Eu não...hm... eu não queria ter gritado desculpa- tenta alcançar a minha mão, mas encolho o braço em medo- eu entendo estares com medo, fui um escroto, não devia ter falado assim contigo, hm, a consulta correu bem, no meu ponto de vista, e mudámos a medicação para começar a diminuir a quantidade que eu tomo, e talvez não acredites nisto, mas eu juro, amor, que eu estou a dizer toda a verdade, um dos efeitos secundários da nova medicação é irritabilidade, e eu deixo de tomá-la, se for para teres medo de mim eu deixo de tomá-la, mas por favor perdoa-me
Estendo a mão receosa, ele sorri e pega-a, beijando-a. Liberto todo o ar que nem sabia que tinha preso, mas continuo tensa quando ele se aproxima, respiro fundo
-Tudo bem- ele suspira- eu vou estar no quarto, ou não, se quiseres que eu vá para o quarto de hospedes, tanto faz, eu mereço o teu silêncio-levanta-se fazendo menção de ir embora
-Não vás- digo quando ele se vira, ele olha-me novamente. Levanto-me indo na sua direção, abraçando-o- devia ter respeitado que querias ficar sozinho, às vezes gostas de ficar sozinho e eu desrespeitei isso, não terias me gritado se não fosse por isso, desculpa. Não foste a uma consulta desde que estamos juntos e eu não sabia como agir quando isto aconteceria, pensei que quisesses falar, mas se calhar gostas de ficar só e pensar, e desrespeitei totalmente o teu espaço
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Live This Moment
FanficUm colégio interno de Artes, é o suficiente para tudo dar errado e talvez certo na cabeça destes 6 adolescentes. Conheceram-se em meio à arte e é atravez dela que eles vão juntar-se a outros 12 adolescentes. Os 18 viverão muita coisa juntos e aprend...