Last Chance- Livro 3

Capítulo 4

Dandara

Minha respiração ainda estava desregulada e meu corpo tremia.

Ver pessoas que deveriam estar mortas não é um bom sinal.

Eu queria quebrar o vidro e sair de lá com meus amigos, mas parece impossível agora.

–O que você quer?!– Disse alto, mesmo sabendo que ninguém iria me ouvir.

–Não se preocupem, vocês vão ficar bem– Ela nos encarou confusa– Eu acho. É a primeira vez que fazemos isso.

Ela está nos usando como cobaia?

–Vocês vão sentir uma dorzinha. Mas nada insuportável.– Ela olhou para trás e fez um sinal– Pode começar, doutor.

Em seguida ela saiu da sala, deixando a gente preso nas cápsulas.

Olhei para meus amigos, que estavam tão confusos quanto eu.

A máquina ligou, fazendo um barulho alto, como eu estivesse dentro de um aspirador.

Comecei a sentir uma dor, que foi aumentando, como se minha alma fosse evaporadora, junto com todos os meus órgãos.

A dor só aumentou. Me encostei no vidro e fui escorregando para o chão.

Meus olhos estavam quase fechando quando a máquina começou a fazer barulhos estranhos.

O vidro começou a trincar.

De repente, uma pressão enorme caiu sobre meu corpo, como se minha alma tivesse volta. Mas ainda assim, me sentia estranha.

O vidro trincou mais ainda, abrindo espaço para o som estrar.

–O que está acontecendo?– Dorothea perguntou desesperada.

–Teve uma falha...– O doutor disse coisas que foram abafadas.– Temos que tirar eles, antes que...

–Ainda não!

–A máquina vai quebrar...– Um outro alguém disse.

–Pegue o poder deles antes.

Era por isso que nos queriam aqui. Queriam roubar nossos poderes.

Pedaços de vidro começaram a cair. As coisas começaram a pegar fogo e flutuar no laboratório, enquanto as pessoas colocavam a mão na cabeça, como se estivessem com dor de cabeça.

–Eles são fortes demais...

–Eu não me importo!

De repente, uma enorme explosão. O vidro estava aos cacos no chão e a sala uma enorme bagunça.

–Vocês estão bem?!– Ava perguntou preocupada e Ty concordou mesmo assustado.

–Fiquem onde estão!– Dorothea gritou ainda com a mão na cabeça.

Saímos da plataforma com cuidado para não pisar nos vidros. E passamos pelas pessoas que não tinham forças para nós seguir.