Last Chance- Livro 3

Capítulo 16

Ava

-Ela apagou.- Ty disse olhando para a garota em seu colo.

-Talvez deva acorda-la com um beijo- Disse sorrindo para o retrovisor

-Qual é?

-Por que não me contou?!- Virei para olhar para ele

-Por que não olha para frente?!- Ele apontou para a estrada- Foi tudo muito rápido. Ela ficou brava porque eu não calava a boca e me beijou.

-Que romântico- Debochei.- Para onde estamos indo?

-Queens.

-Fazer o que no Quee... Ty-O olhei mas ele apontou novamente para frente- Podemos ir na sua abuela.

-Não! Vai ser o primeiro lugar que vão nos procurar.

-É, mas Spencer sabe onde seus pais moram.

-Ele nunca me procuraria lá. Ele não acha que eu voltaria.- Observei ele acariciar o cabelo de Dara- É nossa última chance.

-Tem certeza?

-Não tenho escolha.

[...]

Depois de quase uma hora de quase uma hora da tortura que é dirigir na neve, chegamos na casinha enfeitada com luzes de natal e bonecos de neves e renas no gramado.

-Para que tanta luz?-Dara disse tentando tapar a claridade.

Ty saiu do carro seguido por Dara e eu.

A garota tremia de frio, então a abracei e caminhamos até a porta.

-Que tipo de pessoa deixa a chave na porta?- Questionei enquanto Ty passava a mão no batente.

Ty abriu a porta e entramos na casa, onde o fogo da lareira era a única coisa acessa na casa.

-Que estranho, deixaram a lareira...- Ty foi interrompido por algo acertando sua cabeça.

-Toma essa, ladrão!- Um homem gritou.

-Ty!- Dara saiu do abraço e correu para a parede, provavelmente procurando um interruptor.

As luzes se acenderam e Ty estava no chão e um homem segurava um taco de beisebol.

-Você quer... parar- Ty agarrou o taco, impedindo que ele fosse agredido.

-Miguel!- Uma mulher correu até ele e tirou o taco de sua mão- Miguel, para!

O garoto levantou do chão tirando o cabelo do rosto.

-Tyler?- Miguel perguntou e Ty sorriu.

-Mi hijo!-A mulher o abraçou e depois olhou para o seu rosto-Onde é que você esteve?! Ficamos desesperados.

-Eu...- Ty começou mas sua mãe voltou a falar.

-Não importa! Que bom que está aqui!- Ela segurou o rosto dele- Olha como você está lindo! E veja, está com todos os dente!

Miguel estava paralisado, encarando meu amigo. Ty olhou para ele e o homem o abraçou.

-Sinto muito.- Ty murmurou.

Dara me olhou e eu inclinei a cabeça, mostrando que estávamos ficando sem tempo. Ela encolheu os ombros.

-Ty...- Chamei fazendo os Garcia olharem para mim.

-Ah... Essa é minha amiga Ava- Ele olhou para Dara- Essa é...

-Dandara. Eu sou a Dandara- Disse se aproximando.- Temos que ir.

-Ir?- A mãe de Ty perguntou- Você acabou de voltar.

-Ham... Podemos usar o quintal de vocês?

-Usar nosso quintal? Mas está frio...- A mulher estava confusa, então percebi que seu marido já sabia o que estava acontecendo.

-Luiza- Ela olhou para ele- Deixa eles irem.

Ty nos guiou até o pequeno quintal, cercado com madeira branca e pisca-piscas azuis.

-Como a gente vai destruir isso?- Apontei para a Adaga na coxa de Dara.

-Segurem.- Ela esticou a Adaga- No livro dizia que precisamos usar nossos poderes.

-Não deve ser tão fácil. Não é possível que ninguém tenha tentado.

-Talvez tenham tentando-Ele estava falando de morte.

-Eu estou disposta- Agarrei uma parte da Adaga.

-Eu não tenho planos para o Ano Novo mesmo.- Ty pegou em uma parte.

-Prontos?- Dara olhou para nós e concordamos.

Comecei a descarregar todo meu poder na Adaga e fechei os olhos.

Um raio caiu e a dor da arma do Vampiro voltou, muito mais forte. Ouvi os gritos dos meus amigos, que se sumiram tão rápido como um relâmpago.

Meus olhos se abriram me deparando com os olhos de Dara completamente laranjas, saindo labaredas de fogo tão intensas que suas pontas eram azuis. Nossos pés não estavam mais no chão e as luzes de natal flutuavam

Minha visão ficou turva e as luzes começaram a piscar, explodindo algumas.

Nossos cabelos começaram a voar junto com alguns punhados de neve, que giravam ao nosso redor.

-NÃO!- Alguém gritou, mas a Adaga já tinha explodido em pedaços.

[...]

Acordei sentido alguma coisa puxando meus braços para cima, mal sentindo o chão. Abri os olhos com dificuldade devido a luz forte que estava no meu rosto.

Aquele doutor estranho me encarava e anotava em uma prancheta, Spencer segurava uma bolsa de gelo na cabeça e passava a mão pelo rosto raivoso.

-Olha!- Dorothea gritou, me assustando- Você acordou! Que bom.

-Por que você grita?- Ela me olhou com raiva. Ótimo, ela está ouvindo.- Essas capsulas não deveriam ser a prova de som?

-Por que a gente está aqui?- A voz cansada de Ty soou a minha direita.

Meus amigos estavam do meu lado, em suas capsulas e presos com a mão para cima. Diferente de mim, as solas de seus pés tocavam por inteira o chão.

-A Adaga já era.

-Eu sei.- Ela deu de ombros- Vocês me deram um prejuízo enorme. Não dá para vender poderes embalados em adolescentes rebeldes.

Agora fazia sentido. Ela não queria poder ou controle, queria apenas dinheiro. Foi a causa mais justa pela qual alguém tentou me matar.

-Mas vocês ficariam impressionados com quantas pessoas querem suas cabeças como presente de natal.- Ela pegou um tablet na mesa ao seu lado.

-Todos que nos odeiam estão mortos ou nessa sala.- Disse.

- Henry Reen, proprietário de um posto de gasolina abandonado na Pensilvânia, aparentemente o incêndio fez com que a policia descobrisse que ele largou um posto cheio de gasolina

-Isso não é bom...

-Sr. Goldman, parece que ele não gostou que estranhos roubaram o quarto dele e se passaram por sua doce afilhada. - Ela continuou descendo a lista- Sam "Dente de Sabre" Johnson, ele não gostou muito que a Esquentadinha debochou dele enquanto ele tentava matá-la.

-Isso não aconteceria se ele não tentasse cortar a minha garganta.- Disse a Esquentadinha.

-Quer que eu termine ou vocês já entenderam?

-A gente entendeu, você quer vender a nossa morte.

-Não me leve a mal, Avie. Mas eu sou uma mulher de negócios, dinheiro é dinheiro.

-O tempo que você demorou para reconstruir esse laboratório e prender a gente, daria para você ganhar muito dinheiro.- Dara disse tentando soltar os braços

-Não tem ideia do quanto eu vou ganhar por vocês.- A mulher saiu da sala, acompanhada pelo seu homem de jaleco.