Uma árvore de natal e um nariz (quase) quebrado.

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15 de dezembro, 2021.

10 dias para o Natal.

Anna.

Eu nunca deixava nada afetar meu natal, quem diria por essa coisa estúpida e nojenta.

Era isso mesmo. O natal era meu feriado favorito. Da vida. Desde de pequena eu escolhi amar a época natalina com suas luzes brilhantes, neve e presentes.

E não seria esse ano que eu iria largar isso de lado. Mesmo com minha vida estando de cabeça pra baixo como nunca esteve antes.E mesmo que eu tivesse vontade de chorar a cada cinco minutos. Mas eu iria ter meu natal. Começando por comprar uma árvore.

Eu iria precisar de uma árvore linda, vibrante, grande e cheia. Grande não, repenso. Meu novo apartamento não a deixaria ser tão grande assim. Mas todo o resto estava em pé.

Deixo meu carro próximo a entrada e entro na fileira das dezenas de árvore. Ajeito minhas luvas enquanto caminho tentando escolher uma.

Alguns minutos depois eu já tenho minha escolhida, o Sr.noel, o senhor gentil estar levando minha árvore até meu carro. Até que ele deixa a árvore nos meus pés.

— Bom, obrigado. Tenha um bom natal.
E sai.

Olho para árvore. E depois para meu carro.

— Ei, espere aí. Será que o senhor não poderia me ajudar a colocar a árvore no carro? — Pergunto abrindo um sorriso.

— Tenho muito trabalho ainda. Chame seu namorado, pequena menina.— Ele diz saindo.

Fico parada. Meu namorado? Tenho vontade de gritar que meu namorado é um idiota traidor e que eu preferia costurar minha boca a chamá-lo de novo.
Engulo em seco e olho para árvore.
Não me entenda mal, eu sei me virar sozinha. Mas eu era uma mulher de 1,55. Carregar árvores não estava exatamente nas minhas habilidades. Olho ao redor sem saber como colocar aquela árvore no carro.

Era melhor eu começar a tentar.

- O que pareceu uma hora depois -


— Eu nem acredito que eu consegui! — Grito de felicidade enquanto dou o último nó para prender a árvore em cima do carro e fico de pé. Eu consegui, depois de subir no carro junto com ela e estar numa posição possivelmente muito perigosa. — Eu disse que você não ia me vencer.

Digo pra árvore e como se tivesse me ouvindo xinga-la o universo resolve me dar uma bronca. Sem querer meu pé escorrega no gelo que tinha ali me fazendo cair pra trás. O medo me faz fechar os olhos, me preparando para a dor de quando minhas costas atingissem o chão duro e gelado.

Mas acabado pousando em cima de algo bastante quente e... duro também. Um grunhido de dor escapa da pessoa que eu derrubei. Não. Eu derrubei e cai em cima.

— Ah meu Deus. — Digo apressada tentando constragedoramente levantar. Minhas camadas de roupas meio que limitaram meu movimento me deixando parecida com uma tartaruga querendo voltar pra sua barriga. — Me desculpa, estou tentando...

— Estou vendo. — A voz abafada veio das minhas costas. Rolo para o lado e me coloco de joelhos ao lado do homem que tinha aparado minha queda.

Ele se apoia nós cotovelos e se levanta, tento o ajudar, mas ele se afasta de mim. Sua mão cobre seu rosto e seus olhos azuis frios me encaram. Ele parecia zangado. Eu não podia reclamar, eu tinha caído em cima dele!!!
Ele tinha cabelos escuros, e seu rosto tinha traços retos, apesar dele estar metade coberto por sua mão, muito grande, deu pra perceber.

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