Um café da manhã e reencontros

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23 de dezembro, 2021
Dois dias para o natal.

Anna

Henry não está na cama quando acordo. É a primeira coisa que eu percebo.
Abro os olhos e estico a mão para o lugar livre ao meu lado. Já estava frio.

Porque ele já tinha levantado? Sento puxando o lençol até o peito. Não tinha nenhum barulho vindo do banheiro. Talvez fosse melhor ele não me acordando mesmo, vendo a situação do meu cabelo.

Saio da cama e vou até o banheiro. Me limpo e ajeito meu cabelo. Pego uma camisa de Henry e saio do quarto.

Desço as escadas escutando vozes vindo da sala. Será que era a família dele de novo? Bem, agora eles teriam o que realmente falar. Penso em subir de volta e vestir minhas roupas, eu tava so usando a sua camiseta.
Decido só dar uma espiada.

Henry estava conversando com uma loira. Daquele ângulo da escada não conseguia ver seu rosto porque Henry a cobria, mas não era Lizzie. Eu reconheceria a voz. Devia ser alguém da sua família. Mas ele não parecia muito feliz, o que não dizia muita coisa já que o mal humor de Henry era conhecido.

Ele ergue as mãos passando pelos cabelos, mudando sua posição, me deixando ver o seu rosto.
Choque corre meu corpo. Eu só podia tá vendo coisa.
Porque ela estava ali? Porque a mulher com quem meu ex tinha me traído por dois anos estava na sala do meu novo namorado. Aquilo era um pesadelo.

E se eles fossem da mesma família? Sinto que estou hiperventilando.

— Henry? — Chamo por ele da escada. Mal acreditando no que eu estava vendo. Ele se vira quando escuta minha voz. A mulher com ele também me olha, ficando pálida. Óbvio que ela me conhecia.

Henry me encara seu rosto irritado se suaviza, mas logo franze a testa quando ver meu rosto.

— Isso é uma piada?! — A mulher na porta pergunta colocando as mãos na cintura.

— O que ela tá fazendo aqui? — Pergunto quando Henry se aproxima de onde eu estou.

— Eu não sei, ela só chegou falando... — Começa mas para parecendo notar alguma coisa.— Você sabe quem ela é?
Franzo a testa.

— Sei, ela é... — Tento dizer mas sou interrompida.

— Henry, isso é namorada que você tava falando? — A outra pergunta com escaneio. — Eu não queria te dizer, mas você trouxe uma louca pra dentro de casa.

Engulo em seco encolhendo meus ombros. Ela por ser ela já era um grande golpe em toda minha segurança e autoestima. Passo os braços ao meu redor.

— Será que dá pra calar a boca, Elena? Você não era nem pra estar aqui. — Henry esbraveja e se vira pra mim. — Anna...

— O que ela é sua? — Pergunto de uma vez. Já com um mal pressentimento da sua resposta. Não podia ser o que eu estava pensando. Eu implorava para que não fosse.

— Anna, ela era...

— Eu sou a noiva dele. — A mulher responde.

— Não. Ela era minha noiva. Não é mais, nunca vai ser. — Henry diz e pega minha mão. Não me sinto tão bem quanto me sentia antes.

— Eu não sabia que ela era sua ex. Eu só sabia que ela era a mulher que meu ex me traia a dois anos. — Respondo contando a verdade. Henry fica meio paralisado.

— Henry, não acredite no que ela tá dizendo. Ela cismou que eu estava...

— Ah me poupe. Eu literalmente vi você fodendo com meu ex. — Perco a paciência com aquela idiota ali na minha frente. Quase enjoada de ver a cara dela.

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