Um gorro laranja e um livro

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19 de dezembro, 2021
Seis dias para o Natal.

Henry.

— Você pegou o número dela! Eu não acredito.

Era lizzie. Dizendo isso pela milésima vez.

— É só um número pelo amor de deus. — E esse sou eu, dizendo pela milésima vez também.

— Você passou o dia inteiro com ela!

— Foram só algumas horas, Lizzie.

— Sequer leu minhas mensagens.

— Você manda muitas.

— Não, porque só tinha olhos pra ela!

— É bom prestar atenção com quem você conversa. — Justifico.

— Você não quer só conversar com ela. A não ser que seja uma conversa íntima de línguas... — Ela faz uma dança maliciosa com a sobrancelhas.

— Eu só vou ignorar isso. — Declaro.

— Mamãe vai ficar tão animada quando eu disser que você finalmente estar namorando alguém legal que não é uma Barbie do gelo.
Isso me acorda.

— Você não vai dizer nada a nossa mãe. Pelo amor de deus, lizzie. Você sabe como ela é. Ela já vai querer um neto para o próximo Natal. Ela só pensa em netos, aliás, porque você não vai cuidar disso ao invés de cuidar da minha vida?

— você me mandou ir transar? Porque isso foi estranho.

Faço careta.

— Eu não mandei você ir transar. Que nojo, Elizabeth.
— Você sabe como os bebês são feitos, não é Henry? — Reviro os olhos. — Sabe de uma coisa? Você não negou quanto a parte do namoro.

— Porque é impossível discutir com você.

— Até parece.

Ela se acomoda mais no meu sofá. Levanto cansando dessa conversa e vou pegar meu casaco e chaves. Ela ergue os olhos.

— Onde você está indo? — Pergunta.
Limpo a garganta.

— Estou indo devolver o a travessa que ela mandou com os biscoitos. — Digo. Lizzie sorrir.

— Oh, garota. Você sabe que ela mandou justamente pra você ter que ir devolver, certo?

— O que? Você apenas imagina demais. — Respondo, mas torço para que esse tenha sido realmente o pensamento dela. Porque eu queria vê-la de novo. Muito.

— Mamãe vai adorar saber.

— Lizzie, estou avisando... — Digo saindo. Ou fugindo. Lizzie estava sempre na minha casa, não era ela que dizia que era super ocupada?

Entro no carro, a neve estava aumentando esses dias.
Dirijo até seu apartamento que tinha decorado o endereço. Eu não contei a lizzie o que mais eu vinha fazer. Porque aí já seria muito conteúdo pra ela contar a minha mãe.
Quando chego no seu apartamento não me sinto tão mais confiante assim. A ideia antes parecia incrível. Agora nem tanto.

Bato na sua porta com um pouco de receio.
Passo as coisas que estava carregando para outra mão e a enxugo na calça.

Talvez essa tivesse sido uma péssima ideia. Talvez ela estivesse ocupada. Ou de mal humor sem querer lidar com qualquer pessoa. Ou estivesse com alguém. Esse último fez minha cara se retorcer em uma careta.

Ela morava sozinha e não tinha namorado. Mas sempre podia ter a possibilidade. Eu nem devia me preocupar com isso porque.... Enfim. Eu só não queria que fosse essa última opção.

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