Um quase beijo e uma revelação

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21 de dezembro, 2021
Quatro dias para o Natal

Henry.

Eu estava cercado pelo cheiro de Anna quando acordo. Na verdade  esse é justamente o motivo pelo qual eu acordo.
E pelo calor.
Nessa época do ano você jamais acordava com calor. Mas agora eu estava quente em todas as partes.

Anna tinha uma das pernas jogadas em cima das minhas e está a deitada no meu peito. Bem parecido como ela ficou ontem a noite enquanto assistimos o filme. Acho que parei de respirar quando ela tinha se deitado no meu peito daquele jeito. Mas não pareceu estranho quando enrolei os braços ao seu redor.

A encaro dormindo de novo, seu rosto adormecido, com os cabelos soltos e meio selvagens. Ela era linda.

E eu tinha que levantar dessa cama rápido.

Prendo a respiração, com medo de acorda-la. Ontem quando ela tinha caído no sono eu tinha passado alguns bons minutos a olhando, estranho. Mas eu tinha. Principalmente porque eu estava surpreso demais pra reagir quando ela tinha arrastado minha mão pra seu peito, quase como se tivesse abraçando uma pelúcia.

E eu tinha ficava me perguntando se ela era toda quente e macia desse jeito em todo lugar.
Eu tinha acabado de tirar a prova. Ela era. Já que seu corpo estava colocado no meu.

Eu tinha dado minha camiseta pra ela usar para dormir. Foi uma péssima ideia. Mas isso eu percebi no momento em que ela saiu do banheiro vestida. Mas agora
Desvio os olhos e saio do quarto de uma vez.

Nunca pensei que seria grato a uma maldita nevasca. Mas obrigado!
Quando termino de descer as escadas encontro o barulho de conversas. Minha família já estava toda acordada e fazendo o café da manhã.

Quando eles me vêem abrem um sorriso. Principalmente minha mãe.

— Dormiu bem, querido? — Ela pergunta.
— Dormi sim.

— E Anna? — Pergunta esperançosa.

— Acho que dormiu bem também... — Limpo a garganta meio desconfortável. Não sabia se minha mãe estava falando mesmo de dormir. Mas se fosse outra coisa que iria ignorar.

— Tio Henry. — Lily que estava sentada no colo da mão ergue os bracinhos pra mim e a pego. Ela deita a cabeça no meu ombro. Lizzie me olha erguendo as sobrancelhas. Reviro os olhos e cochicho pra Lily.

— Não seja igual a sua mãe.  — A menininha sorrir. Escuto passos descendo as escadas e me viro pra ver Anna andando até onde eu estava. Sorrio. — Bom dia.

— Bom dia. — Ela diz. Ela já estava vestida nas suas roupas. — Já acordou a muito tempo?

— Não, acordei quase agora. — Menti. Porque eu tinha acordado a um bom tempo mas estava muito ocupado olhando ela dormi. Achei melhor não dizer isso.

— Vão sentar, vou colocar o café na mesa. — Minha mãe diz. Lily agarra meu pescoço quando Lizzie tenta a tirar. Sento com ela no meu colo. Anna ocupa o lugar no meu lado e afaga as costas de Lily conversando com menina.

— Roubei muito seu lençol essa noite? — Essa pergunta é direcionado pra mim.

— E meu travesseiro também. — Provoco e ela rir.

— Desculpa, talvez eu devesse ter dito que sou bem espaçosa. — Ela diz e passa a mão no meu cabelo o tirando da testa distraidamente.

Minha mãe estoura aquela bolha que Anna sempre me envolvia quando serve um prato pra Anna.

— Ah, obrigada. — Ela diz parecendo envergonhada. Anna não sabia lidar um gestos gentis, o que me fazia questionar com quem ela estava se relacionando nos últimos anos.

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