Um café e um encontro totalmente planejado.

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18 de dezembro, 2021
Sete dias para o Natal

Anna

Porque eu tava me importando tanto?
Era só um café. Eu não ia embarcar nessa de surtar por isso.
Era só um café com dois amigos. Eu achava que poderíamos ser amigos. Eu precisava de novos amigos. Todos meus amigos eram amigos de Matt, o ex nojento, e advinha? Nenhum sobrou quando terminamos.

Lembro das peças de roupa de Henry. Todo elegante e cores neutras. Eu podia controlar a explosão de cores por uma ocasião.

As palavras de Matt, o ex babaca, vieram a minha mente.
"Você se veste igual uma criança... Isso é ridículo."

Ele era um idiota. Eu sabia. Mesmo assim não conseguia parar de lembrar de algumas das suas palavras. Eu não precisava mudar meu jeito de se vestir.

Acabo optando por um legging preto e um sueter quentinho branco. Pego meu casaco e saio. Caminho até o endereço que marcamos, a cafeteria já estava toda enfeitada e tocava uma musiquinha natalina baixinha.
Quando eu tinha esbarrado, de novo, em Henry ontem surpresa tomou meu corpo. Considerando o humor excepcional que ele estava comprando a árvore imaginei que o último lugar em que o encontraria de novo seria em uma feira natalina. Honestamente, eu sequer achava que o encontraria de novo, quais eram as chances? Aparentemente mais altas do que eu pensava.
Porem Henry não parecia mais tão mal humorado, mas para o bônus dele, ele não tinha o nariz quebrado por um louca. Então era explicado sua suavidade ontem.
Ele parecia mais leve e divertido. Talvez fosse pela presença da irmã dele, que por sinal era totalmente o oposto dele. Em tudo.
Tiro o casaco entrando na cafeteria procurando o rosto familiar de Henry. O Encontro me encarando, ele ergue a mão acenando. Sorri e vou até ele, que se levanta quando chego na mesa. Abraço meu casaco e Henry me observa.
Estávamos os dois em pé, sem saber como agir um com o outro. 

— Oi. — Sou a primeira a falar. Ele engole e tenta um sorriso.

— Oi. — Mais silêncio. — Vamos nos sentar..?

— Hmrum. — Concordo. Puxo a cadeira e me sento.

Nos sentamos, um de frente pro outro. E chego a uma conclusão, gosto dos olhos de Henry. Eu achava que eles eram frios, mas não era isso. Eles eram observadores. E agora eu era o objeto de observações. E eu gostava.

— Oi. — Digo divertida.

— Minha irmã não pode vim. — Ele diz.

— Ah. — Digo lembrando que aquele encontro também era com Lizzie, a irmã dele. — Ela tá bem?

— Uma gripe misteriosa. — Diz divertido. Ergo as sobrancelhas.

— Ela tá tentando dar uma de cupido pra cima de nós dois não é? — Pergunto e o rosto de Henry fica vermelho.

— É. — Diz contragosto e começo a rir.

— Bem, talvez ela tenha razão. Três dias seguidos, você já era pra ter me chamado pra um encontro. — Brinco e Seus olhos surpresos em mim e imediatamente me arrependo de ter brincado.

— É... — Ele começa mas balanço a cabeça forçando um sorriso.

— Não, isso foi brincadeira. Claramente foi uma brincadeira. Eu não quero, hm, você também não quer então...

— É, sem sentindo.— Finaliza meu raciocínio.

— Exatamente. — Concordo morrendo de vergonha.

Graças a deus a garçonete chega com os cardápios. Logo me ocupo em ler mesmo já sabendo o que iria pedir.
Tinha sido mesmo uma brincadeira, porque mesmo se eu quisesse, e ele quisesse, não seria possível.... simplesmente assim. Eu não estava aberta pra esse tipo de coisa. Não era o momento. E ele podia até querer, até saber que o querer dele estava grávida de outro homem.

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