Capítulo 51 - Perdão

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O Sr. Warut abriu a porta para recepcionar seus convidados e, ao contrário do que Team imaginava seu pai foi completamente amável com os amigos e seus namorados, o que o fez franzir a testa em dúvida de seu atual comportamento, já que segundo a visão de seu pai aquela opção de vida não era boa e, dos 05 casais presente apenas um era "aceitável" na lógica do dono da casa . E, como se buscasse desafia-lo Team manteve sua mão entrelaçada com a de Win, mas o pai os viu e sem titubear foi direto cumprimentá-los, sendo também, extremamente gentil com eles, por instante Team achou que estava na presença de uma pessoa diferente, depois achou que se tratava apenas de remorso. O anfitrião os conduziu a sala de jantar onde tinha servido lanches para os alimentar depois de sua longa.

Team sentiu um calafrio ao pisar dentro de casa, suas lembranças mais profundas com sua mãe estavam por todo o canto, mas a casa não lhe era mais acolhedora, pois faltava o calor de sua mãe. Enquanto os outros se acomodaram para comer, Team permaneceu vagando pela sala de estar, ele foi até a lareira onde haviam alguns portas-retratos expostos, o pequeno olhou as fotos com os olhos marejados, se lembrava de cada momento que elas representavam, tantos momentos bons e ilusórios que lhe traziam uma imensa saudade de sua mãe. De repente dois braços apertaram a criança por trás, mas não era preciso Team se virar para saber que seu namorado viera lhe confortar e, eles ficaram assim por alguns minutos em completo silêncio que dizia tudo.

- Pao, você precisa se alimentar! - Win quebrou o silêncio e o pequeno acenou levemente, mas nenhum dos dois se moveu.

- Eu sinto tanto a falta dela... - Team sussurrou se virando nos braços de Win e, se afundando na curva do pescoço do mais velho.

- Eu sei... - Win beijou a cabeça de seu pequeno e o abraçou forte. - Ela ficaria preocupada se o visse triste assim. - Argumentou o sênior. - Venha vamos nos juntar aos outros... nossa filha está reclamando sua atenção. - O rapaz persuadiu o lembrando que Pim veio a viajem inteira com Manaow.

- Oh meu bebê... - Team ficou envergonhado de sua falta.

- Esta tudo bem, ela ama a madrinha dela! - Win riu acariciando o rosto do seu menino, depois o arrastou para junto dos amigos barulhentos no outro cômodo.

Quando entraram na sala a primeira coisa que o jovem fez foi reivindicar sua gatinha que se encontrava agora no colo de Intoch, ele a abraçou apertado como se pedisse desculpas por sua falta de atenção, a gatinha miou e lambeu o braço de seu dono com como se entendesse ele. Win sempre perto e atento as necessidades do Nong, o guiou para uma cadeira e começou a preparar um prato com lanche para o menino ao seu lado, que agradeceu com um sorriso. Realmente os amigos deixavam o ambiente mais leve e ajudavam a manter o Team mais animado, o que o Win e o Sr. Warut agradeciam em silêncio. Assim que todos terminaram de comer foram se instalar nos quartos para se refrescarem e descansar da viajem.

Win e Team se instalaram no antigo quarto do menor, eles tinham acabado de tomar banho e estavam parados próximo a janela observando a paisagem. Win sorria enquanto seu namorado apontava alguns pontos que podiam avistar dali e, contava alguns fatos engraçados que ocorreram no lugar. Eles estavam distraídos quando ouviram leves batidas na porta, ao que Win rapidamente respondeu com uma permissão para entrar achando que se tratava de um de seus amigos, mas para a surpresa dos dois jovens, quando a porta se abriu foi o pai de Team que se apresentou. O Sr. Warut parecia sem jeito e desconfortável, tanto que Win teve pena e tentou ajudá-lo perguntando o que ele precisava, para dar a oportunidade do homem dizer a que veio, já que ele parecia mudo igual a filho.

- Eu gostaria de conversar com Team... - O Sr. Falou meio incerto quase como um pedido desesperado, Team o olhou sem responder. - Prometo ser rápido e não voltar a te incomodar... - O homem estava ciente que não seria fácil, mas ele iria tentar, Team respirou fundo e acenou afirmativo, não iria mais fugir daquela conversa.

- Vou deixá-los a sós... - Win estava relutante em deixar seu pequeno, mas deveria dar privacidade a eles.

- Hia... Não temos segredos... - Team se pronunciou segurando a manga da camisa do seu namorado, em uma suplica, Win olhou para seus olhos assustados com aperto no coração.

- Tudo bem você ficar filho, você tem todo o direito. - O pai de Team aliviou o coração dos jovens com aquele impasse, ele também ficaria mais confortável com Win presente caso as coisas saíssem do controle.

- Então diga o que tem a dizer... - Team falou para o pai de forma ríspida, enquanto segurava forte a mão do seu namorado.

- Humm ... eu sei que pode ser tarde para salvar nossa relação, mas eu queria ao menos limpar algumas coisas... - Sr. Warut tomou coragem. - Eu nunca te odiei... e, nunca me importei de fato com sua opção sexual... - O pai de Team resolveu ser o mais direto possível, chocando o menino a sua frente.

- O quê? - Team achou que o pai achava que ele tinha amnésia. - O que você está dizendo depois de ter sido tão duro... - Team explodiu com raiva, Win apertou mais firme a mão do menino para ele se acalmar e ouvir, o sênior já tinha ouvido do Nong toda a estupidez de seu pai quando o menino se revelou, mas ao conhecer o sogro, percebeu que algo não batia, pois se ele realmente fosse homofóbico não teria deixado Win permanecer ao lado do filho, então ele optou por dar o benefício da dúvida.

- Eu sei tudo que falei para você... isso sempre me assombra... - Sr. Warut se lamentou. - Entenda... eu estava assustado! - O homem admitiu. - Eu já não conseguia lhe dar com todos os problemas da sua mãe... eu me sentia um inútil... E, eu sempre via nos noticiários as coisas que faziam com os homossexuais. - Team lembrava que na época tinham inúmeros casos noticiados de meninos espancados, torturados e mortos por pessoas intolerantes. - Eu não conseguiria te proteger do mundo... eu tive medo... Então eu achei que sendo rígido você acabaria desistindo... - disse ele.

- Isso não funciona desse jeito... Não escolhemos nossos sentimentos... - Team sussurrou incrédulo com o que estava ouvindo.

- Agora eu sei... hoje eu entendo melhor... Não me orgulho do que fiz e, só posso lhe pedir perdão por tudo. - Com os olhos marejados o pai de Team soltou toda sua angústia. - Eu achei que tudo bem ser o pai mau se você tinha todo amor que precisava vindo de sua mãe, mas ela resolveu desistir... - O Sr. Warut começou a chorar tudo que estava no peito, toda a dor ... toda a solidão.

- Eu sempre precisei dos dois, pai... - Team se pronunciou soltando da mão de Win e indo confortar seu pai em um abraço tão necessário.

- Eu sei... Oh meu bebê... eu errei tanto com você... me perdoa... Eu te amo tanto! - Sr. Warut soluçava.

Pai e filho se abraçavam chorando e, Win presenciava a cena em um choro silencioso, o sênior se encontrava feliz por mais um peso sair do coração do seu menino.

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