Capítulo 42- Bálsamo

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Win ainda estava na sacada do quarto de hotel aguardando seu pequeno acordar, enquanto isso ele mandou mensagem para Boss e Mek pedindo apoio, o mais velho tinha receio das prováveis reações de Team depois desse estresse todo. Quando ele terminava de acertar as coisas com os amigos, o pai do Team se aproximou com uma xícara de chá, o senhor parecia um pouco desconcertado por ter sido tão displicente em relação ao filho. Educadamente Win aceitou a bebida e relaxou em uma cadeira ali disposta enquanto o Pai de Team se instalava na outra, eles ficaram um bom tempo em silêncio apenas saboreando o chá e remoendo seus pensamentos, até que Win resolveu dialogar com o senhor.

- Estive conversando com o médico e o grupo de apoio do N’Team e, eles também, acham que é importante vocês conversarem. – Win falou pensativo. – Mas, concordam, também, que hoje não seria um bom dia... – O jovem tentou não parecer tão rude. – Ele está esgotado emocionalmente, então não seria bom colocá-lo sob mais pressão. – Explicou ele.

- Sim... Eu imaginei isso... – O pai de Team  baixou a cabeça triste. – Eu vou embora amanhã para resolver algumas questões pendentes e volto o quanto antes para Bangkok, para conversar com ele. – Ele prometeu. – Sei que você tem feito bastante, mas poderia me manter informado sobre o estado dele? – O senhor pediu envergonhado, sabia que até terem sua conversa para tentar resolver as coisas o filho iria continuar a evita-lo.

- O senhor pode ficar tranquilo!- Win afirmou.

  - Meu filho tem muita sorte em ter você na vida dele!  - O pai de Team suspirou como se afastasse algumas lembranças ruins da mente.

- Eu é que tenho sorte de N'Team me deixar entrar na vida dele. – Win respondeu analisando o quanto aquele pequeno era importante para ele. –  Ele dá um sentido a minha vida. – Confessou acanhado, não queria  que o senhor o entendesse mal, mas o suficiente para saber que ele não pretendia sair da vida de Team.

- Eu sei como é isso... – Murmurou o senhor. – Foi assim entre mim e a mãe do Team... mas eu a deixei ir...- Ele pronunciou com a voz embargada.

- Eu não o deixarei ir... – Win afirmou no automático, ele não queria nem imaginar uma possibilidade destas, não iria viver em um mundo sem Team.

- Você obviamente está fazendo um trabalho melhor do que eu... – O pai de Team ia comentando quando ouviram sons vindo de dente do quarto.

- Hia... Hia...- Um Team ainda sonolento estava em busca do seu amigo.

- Aqui... Já estou indo!- Win respondeu rapidamente se levantando e indo para verificar seu pequeno, se deparando com sua fofura no batente da porta do quarto a esfregar seus olhinhos cansados. – Você está se sentindo melhor? – O rapaz assim que se aproximou colocou as mãos no pescoço e testa do Nong para ver se não estava febril.

- Humm. – Resmungou Team de volta. – Vamos embora Hia!- Team solicitou com seus olhinhos de corça.

- Não é melhor descansar mais um pouco?- Sugeriu o pai de Team que vinha logo atrás de Win.

- Eu quero ir embora... Hia pode me levar?- Team nem olhou para seu pai e suplicou ao seu Phi para tirá-lo daquele ambiente sufocante.

- Tudo bem, nós vamos!- Win o tranquilizou e foi buscar as muletas para ajudá-lo a andar melhor.

-Eu vou embora amanhã, mas volto para podermos conversar. -  O senhor falou para Team que mirava o chão para não olha-lo. – Se precisar de qualquer coisa é só me ligar, prometo que as coisas agora serão diferentes.- Ele prometeu e, Team o olhou para ver se tinha algum resquícios de brincadeira ou qualquer outra coisa que fizesse mais sentido do que aquelas palavras jogadas por seu pai. – Eu estou falando sério!- O senhor disse com firmeza entendendo o que Team buscava em seu rosto. 

Win retornou com as muletas quebrando a troca de olhares entre pai e filho, Team logo pegou os objetos da mão do seu sênior com um pequeno agradecimento e, começou a caminhar para a porta. Win se despediu educadamente do pai de Team e seguiu seu menor em silêncio. Quando chegaram na segurança do carro Win olhou para o pequeno ao seu lado e fez um afago em sua bochecha e Team fechou os olhos para sentir o carinho que o mais velho lhe dedicava. Team segurou a mão do rapaz em seu rosto e virou para encarar aqueles olhos lindos que sempre lhe davam força e amor, o Nong  passou a mão livre em volta do pescoço do Win e o puxou para mais perto, até que seus lábios se tocarem, e ele invadiu a  boca do sênior com um desespero total, foi um beijo forte, sedento que fechava todas as brechas de Team para que a tristeza não se acomodasse nele.

Win retribuiu o beijo na mesma forma que seu pequeno exigia, até que ficaram sem ar e se afastaram ofegantes, com os lábios um pouco dolorido pela agressividade do beijo. Para acalmar o coração de  seu pequeno, Win acariciou a nuca de seu Nong o mantendo próximo a ele, plantou um beijo suave em sua testa, depois nas pálpebras, seguindo para as bochechas... queixo e finalmente pegou seus lábios macios delicadamente e chupou o inferior num suave carinho para depois iniciar um beijo doce cheio de amor. Ambos se arrepiaram com a entrega daquele beijo, seus corações estavam batendo forte, ressoando um a batida do outro, como se fossem apenas um batendo em dois corpos diferentes. E, quando se afastaram ambos estavam sorrindo com a certeza de que seguiriam fortes juntos, ultrapassando qualquer obstáculo. Win deu a partida no carro enquanto sua criança se aconchegava mais em sua poltrona e se embalava até pegar no sono novamente.

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