O aeroporto de Oporto estava lotado. Mas ao atravessar o saguão com seu carrinho de bagagem, S/n encontrou um homem segurando uma placa contendo seu nome. Ela sorriu educadamente ao se aproximar dele e disse:
⏤Sou a doutora Senju, da Namikaze Gallery da Inglaterra.
O homem olhou fixamente para ela por um instante, muito surpreso e, em seguida, apressou-se para ajudá-la com a bagagem.
⏤Bem-vinda, doutora. Fui enviado pelo Senhor Uchiha para recebê-la. Meu nome é Fugaku Uchiha. Por favor, queira me acompanhar até o carro.
S/n, acomodada em uma vistosa limusine, relaxou no banco de couro macio como seda. Deixaram o aeroporto e seguiram para o norte em direção ao coração do Minho, uma área de Portugal que, ela sabia, ainda mantinha arraigadas tradições. Assim que saíram da rodovia rumo a uma estrada pequena e sinuosa ao longo do rio Lima, passaram por uma carroça puxada por dois bois que ignoravam o tráfego e por duas mulheres vestidas de preto caminhando logo ao lado. S/n sorriu encantada.
Portugal de verdade, pensou.
A princípio, S/n pretendia alugar um carro para tentar encaixar umas férias curtas em algum lugar da região assim que sua missao estivesse completa, mas acabou concordando com o conselho de seu chefe e aceitou o transporte que fora oferecido por seu anfitrião. Depois ela poderia simplesmente tomar um táxi para Viana do Castelo e procurar um hotel para passar o tempo que restasse após a conclusão do trabalho.
Por enquanto, seria bom acomodar-se e assitir a essa parte pitoresca do mundo passar pela janela enquanto especulada sobre o que a esperava no final do trajeto.
O desconhecido senhor Uchiha exigiu um especialista de arte para confirmar a autenticidade de um quadro que havia adquirido recentemente, e pagou por todas as despesas necessárias para trazer o chefe de S/n a Portugal. Minato Namikaze era famoso e muito respeitado no mundo das artes por procurar obras não reconhecidas de grandes artistas, e S/n se considerava uma pessoa de sorte não apenas por trabalhar em sua galeria, mas também pelo benefício de ter contato com sua inestimável experiência, pois ele a ensinou a diferenciar uma peça autêntica de outra falsa. Mas Minato, para sua própria decepção, pegou um resfriado pouco antes da data em que viajaria para Portugal e precisou pedir a S/n para substituí-lo.
Feliz por saber que era digna de sua confiança para representá-lo, ela deixaria tudo para fazer a viagem. Seu novo namorado foi contra quando ela decidiu colocar o relacionamento recente de lado para ir a Portugal e, principalmente, por ela ter recusado sua sugestão de acompanhá-la nessa viagem. S/n foi irredutível.
