Voltando ao normal

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HELENA ON

  Voltar para Gotham sempre tem seus prós e contras, na grande maioria das vezes, são contras, mas para mim... os prós sempre falam mais alto. Cresci aqui, é minha cidade, minha casa, queria só deixar tudo para trás e seguir em frente como o meu pai tanto deseja, só que existem coisas que a gente não consegue simplesmente deixar no passado. Ainda mais, quando é em troca de uma vida normal. É hipócrita da minha parte, eu sei! Já desejei milhões de vezes ter uma vida chata e normal, mas a questão é, queria ter uma vida normal e chata com toda a minha família. Queria que o meu pai nunca tivesse sido o Batman e a minha mãe nunca tivesse sido a Mulher-gato, uma vida onde fossemos só os Waynes, sem uma mascará por trás. Sei que é impossível...
   Minha família é tudo para mim, faria literalmente qualquer coisa por eles, por isso dói tanto deixá-los nesse estado. Ver tudo se ruindo e não saber como ajudar é desesperador, Dick tenta e eu sei disso, mas está tão machucado quanto os outros, pegando para si o problema de todos... ele sempre foi assim, o problema é que isso o destrói aos poucos e ele não pede ajuda a ninguém. Eu ficaria aqui, pelo menos até o papai cair na real, mas eu sei que se fizer isso, Bruce e Dick vão fazer questão de ficar me lembrando tudo que estou perdendo lá fora.
   Preciso encarar minha realidade novamente. O final de semana acabou e o descanso não veio, e sim um irmão novo, afinal, quando alguma coisa nessa casa foi normal?

- Vai viajar? – Me assusto com a figura falando atras de mim.

- Não te ensinaram a bater na porta em Nanda Parbat?

- T-T. Sua porta estava aberta – Damian dá de ombros – Então, vai viajar?

- Na verdade, vou voltar para minha casa.

- Achei que aqui fosse sua casa.

- Bom, aqui também é – Sorrio – Mas eu moro em Nova York. Vim passar o fim de semana aqui, talvez já imaginasse que iria conhecer você.

- Vai demorar para voltar?

- Que foi? Já está sentindo minha falta? – Brinco e ele roda os olhos – Não se preocupe, quando menos esperar, eu volto.

- T-T.

    Tem menos de 72 horas que estamos convivendo com o Damian, entretanto, é assustador ver o quão parecido com o meu pai ele é, tanto fisicamente quanto na maneira de se comportar. Talvez o lance da genética realmente tenha funcionado e o Damian veio um mini Bruce.

    Observo ele deixar o meu quarto e me apresso a ir até o escritório do meu pai, não quero voltar sem antes conversar com ele, merecemos isso. Bruce sempre me evita na hora de ir embora, talvez porque no fundo ele não quer ninguém longe dele e me ver saindo de casa o machuca, mas vamos ter que abrir uma exceção dessas vezes.

- Eu sei que está ocupado, mas vai ser rápido. Eu prometo – Falo assim que abro a porta.

- Lena, oi. Pode falar, precisa de alguma coisa?

- Na real, eu preciso sim.

- Me diga – Bruce me olha mantendo a expressão neutra de sempre – Qualquer coisa, sabe disso.

- Promete para mim que vai ficar mais em casa – Falo e vejo seu corpo enrijecer – Ser menos o Batman e o Magnata dos negócios, ser só o Bruce.

- Helena...

- Não, pai. Você precisa ser só o Bruce de novo, por favor! – Já funcionou antes com a minha mãe, espero que funcione de novo – Será que não está vendo como eles estão? Precisam de você...

   Seu olhar é uma grande incógnita para mim. Porém, eu sei que ele sente, ele sabe o que está fazendo, sempre sabe. Batman nunca dá um ponto sem nó, mas o Bruce Wayne as vezes não faz ideia do que está fazendo, principalmente com a família, perder o Jason o matou por dentro.

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