Um talvez...

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As expectativas para a conversa que teriam rondavam tanto a mente do magnata quanto a mente do filho. Dick não queria sair de lá com mais um ano de brigas constantes com o pai, mas também não queria ter que fingir tudo novamente. Era ruim sua situação atual? Sim, mas ainda sim existia uma vantagem, não tinha necessidade de continuar vivendo uma mentira. Independentemente do que ambos decidissem hoje, Dick não precisava voltar para casa e vestir sua máscara de garoto prodígio se não quisesse. Bruce por outro lado, só queria que as coisas voltassem ao normal, não ao normal mentiras, mas quando ainda confiavam cegamente um no outro, Dick sempre foi o seu garoto, seu braço direito, sua esperança... Bruce queria muito recuperar isso.
O almoço foi marcado em um dos restaurantes favoritos do primogênito Wayne, o local o trazia boas memórias com o pai e era exatamente desse clima nostálgico que ambos precisavam agora. Dick chegou alguns minutos antes do pai no local e rapidamente foi reconhecido e levado até a mesa que tinha sido reservada. O último andar de um dos prédios mais altos de toda Gotham, teriam uma vista privilegiada de toda a cidade, ele se sentia confortável lá e precisaria disso, ainda mais quando sentiu seu estomago embrulhar ao ver o pai passar pela porta.

- Dick.

- Oi pai – Ele respondeu baixo desviando o olhar para o cardápio – Não pedi nada ainda, estava te esperando.

- Me desculpe, querido – Bruce se sentou também desconfortável com a tensão palpável entre eles – Tive que resolver um problema com seus irmãos antes.

- Como o Tim está? Lembrou de algo?

- Estamos em progresso ainda, mas não – Bruce suspirou – Os médicos estão tentando, mas ainda é muito novo. Alguns acreditam que seja pelo trauma

- Faria sentido – Murmurou – Jason me contou que Damian e Tim ficaram próximos depois disso, talvez no final algo bom aconteça.

- É o que nos resta, pensar pelo lado positivo – O morcego não conseguia ver pontos positivos, mas se esforçava para não deixar seu pessimismo transpassar – Estamos encaminhando os chips para os testes finais, logo Barbara poderá andar novamente eu garanto isso.

- Contou a ela sobre isso? – Dick questionou e o magnata negou – Eu também não. Quero acreditar que vai funcionar Bruce, mas não quero alimentar falsas esperanças caso isso não dê certo.

- Eu concordo com você, não seria bom para ela – O silencio reinou por alguns segundos entre pai e filho. Não era como se não soubessem por que estavam ali, só não queria falar sobre – Como você está? Como você realmente está, Richard?

- Realmente? – Dick sorriu sem humor e voltou sua atenção ao pai – Eu não sei. Quer saber? Eu passei a minha vida toda tendo esse tipo de conversa desagradável com você e posso garantir que nunca tinha ficado tão estranho em relação a isso – Bruce concordou – Quer dizer, eu nem sei por que estou nervoso, literalmente não temos mais segredos agora... Acho que só quero que fale logo o que espera que eu faça agora e podemos resolver tudo.

- O que você quer fazer agora? – A pergunta do pai o pegou de surpresa, de fato não estava mais acostumado a ter suas vontades levadas em consideração – De verdade Dick, quer mesmo entrar na polícia de Gotham? É realmente seu sonho? Se for querido eu coloco você lá.

- Por que concorda com isso agora? Quando eu te contei o que queria... – Bruce desviou o olhar – Você me proibiu B, depois ainda me deixou de castigo a perder de vista só porque eu disse que iria você deixando ou não. Por que o que eu quero importar agora? Você me fez entrar na faculdade, em um curso que eu odeio, só para assumir a Wayne depois sem nem sequer saber se eu realmente quero isso, pai.

- Eu tomei decisões ruins com você, filho. Eu sei disso e me arrependo muito, acredite em mim – O magnata pediu – Eu não via na época, mas hoje eu consigo ver. Sinto muito ter demorado tanto para perceber tudo que eu deixei você passar sozinho... Se quer isso, eu consigo para você.

The Wayne familyOnde histórias criam vida. Descubra agora