The Wayne family

Turbulência

Provavelmente já ouviram alguém falar sobre como também é possível acontecer coisas boas em meio à turbulência. Nesse caso, não era exatamente uma turbulência de avião ou então uma situação teor global, mas essa turbulência tinha nome, sobrenome e estava extremamente irritado.

- A gente pode por favor ver o lado positivo disso? – Jason reclamou tentando se soltar do puxão de orelha do pai.

- Lado positivo? – Bruce suspirou e o soltou assim que entraram no quarto.

“Coisas boas no meio...” Bom, de fato existia um lado positivo dessa vez, Jason não estava completamente errado, levar os irmãos mais novos para outra cidade ainda estando de castigo era uma ideia ruim e todos (com exceção de Tim) sabiam disso, mas mesmo que fosse a coisa errada a se fazer, o garoto da mecha branca ainda tinha uma intenção genuína por trás e que por fim acabou dando mais certo do que ele podia imaginar. As memórias do irmão haviam voltado, ainda meio confusas, mas era o suficiente para ele se lembrar da própria família.
Bruce sabia disso e jamais negaria que isso realmente era algo bom, o magnata de Gotham nunca admitiria isso perto da família, mas estava destruído com a possibilidade do seu menino nunca mais se lembrar dele ou de como se conheceram. Todos eram igualmente importantes para o Wayne, mas Tim sempre foi o mais doce deles, então pensar na possibilidade de ele estar assustado em uma casa da qual não se lembrava, com uma família que também não se lembrava, no fundo destruía o Bruce.

- Eu sei que não deveria ter feito isso, B – Jason tentava se explicar – Mas talvez, se não fosse isso, o Tim não tivesse as memorias de volta. Então assim, eu acho que eu mereço um desconto por isso.

- Ah você acha é? – Debochou vendo o exibicionismo do filho aparecer como sempre – Jason em algum segundo sequer você pensou no quão ruim essa ideia poderia ser?

- Eu já fui para Metrópoles dirigindo sozinho.

- Sem a minha permissão mais uma vez – O menino bufou – Não adianta ficar bravo, você sabe muito bem o que fez.

- Tá papai! – Ele sentou na cama emburrado – Mas não é justo...

- Jay, por favor – Bruce pediu sentando ao lado dele – Já imaginou o que poderia ter acontecido se estivessem sozinhos? Se o Clark ou Kara não tivessem feito nada?

Bruce acompanhava as reações do filho calmamente, Jason sempre foi convencido, isto é, dos irmãos com certeza era o que tinha o ego mais inflado, mas nunca deixou de assumir quando estava errado. Porém, como todo ser humano, odiava fazer isso e lidar com as consequências depois.
Quando deixaram a casa do Clark, Helena voltou em um carro com Damian e Tim, enquanto Jason voltava com o pai para casa. Por mais contente que o Bruce possa ter ficado com as memorias de o filho terem voltado, isso não anulava o fato do mais velho ter quebrado todas as regras possíveis em um só dia. Foi um sermão interminável até chegarem na mansão Wayne, Jason sabia que não tinha como fazer o pai mudar de ideia sobre seu castigo e ele odiava implorar, mas o menino realmente não queria apanhar hoje.

- Eu entendo que possa ter feito isso na melhor das intenções, mas ainda assim foi errado Jason – Ele encarava as mãos em silencio – Você já estava de castigo, eu tinha literalmente acabado de devolver seu carro, mentiu para mim e ainda levou seus irmãos junto. Filho, Tim não está bem e Damian ainda é uma criança, ele gostando ou não disso, assim como você. Fez dezoito anos, não vinte e um!

- Eu sei... Droga, B! Eu já pedi desculpas – Levantou irritado – Você está brigando comigo desde que a gente entrou no carro!

- E mesmo assim nada parece entrar na sua cabeça!

- Porque deu certo no final, pai! Você está falando de possibilidades, mas nada disso aconteceu de verdade. Tim tem as memorias de volta, esse não era o problema da vez?