capítulo 3

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HARLEY COLEMAN;

Abro meus olhos, e movo meus dedos sentindo pelos entre minhas digitais, e inspiro profundamente o cheiro agradável, que já faz parte dos meus dias. Sinto lágrimas brincarem nos meus olhos, por consegui abri-los, mesmo que a visão seja embaçada.

hummm... — um som engasgado sai dos meus lábios, quando tento chamar alguma atenção. Talvez baixo demais para ser distinguido.

Estou aconchegada em uma superfície dura, porém, de temperatura e textura extremamente agradável. Quero me mover, porém algo me mantém no lugar, como uma concha, me protegendo e dando calor.

doce?! — um sibilar baixo chega aos meus ouvidos, e sinto uma respiração junto a minha cabeça. — preciso que você acorde. Me sinto ansioso para escutar sua voz. Desejo tanto, que as vezes fico imaginando, até já sonhei. — a voz calma e carinhosa chega até meus ouvidos, e dou um pequeno sorriso, porque ela sempre me acalma.

Quero protestar, quando o cobertor quente se distância, e tento reabrir meus olhos, para vê-lo. Tudo se inicia, escuto ele conversa comigo, enquanto coloca gotas de água na minha boca, e depois sinto ele me pegar no colo, e coloca em um outro lugar, e começa a limpar e lavar meu corpo. Me sinto estranha, porque apesar de está ciente do que está ocorrendo, não consigo me manifestar.

doce, você está chorando?! — a voz soa preocupada. — você consegue me ouvir?

Queria responder sim, e dizer que sua voz é reconfortante, porém não consigo reagir. Sinto sua mão na minha, e me esforço para demonstrar algo com meus dedos, e sinto eles moverem minimamente.

— você... Doce, você ficará bem. — ele prometeu, acariciando meus cabelos. — vou cuidar de você.

Meu corpo e carregado novamente, e sinto algo macio contra a minha pele. Gosto do toque das mãos que cuidam de mim com tanto zelo, e do cheiro que me envolve, quando o corpo grande e quente, junta se ao meu. Não sei a quanto tempo estou consciente do que acontece ao meu redor, porém já conheço a rotina dos toques e sussurros, que me fazem querer aprecia-los.

...

Abro meus olhos, e sinto eles arderem, texto o movimento das minhas mãos, e lágrimas banham meus olhos, quando sinto eles moverem. Olho ao meu redor, e percebo está em uma espécie de gruta, um fogo próximo está crepitando, e mandando calor, e um cobertor quente e pesado está posto sobre meu corpo.

— doce!? — levanto meu olhar, em direção a voz conhecida. — pelos deuses, você está acordada.

Meus olhos estão arregalados, e tento me afastar, porém é em vão. Uma criatura gigante, como um urso, caminha em minha direção, me fazendo ofegar assustada.

— por favor, não tenha medo. — sua voz saiu sofrida, e ele começou a retirar sua capa, mostrando-se. — não vou machuca-la.

Me sinto um pouco mais aliviada, quando suas feições humanas aparecem, porém seu tamanho é bem descomunal, e me deixa receosa. Queria falar, porém a voz arde em minha garganta, impedida.

— tome um pouco de água. — pediu, ajoelhando próximo a mim, e pegando um recipiente com uma pequena ponta, e levando aos meus lábios. — seus olhos, são os mais lindos que já vi.

A água umedece minha língua e garganta, me fazendo sentir o alívio. Tento forçar a sair alguma palavra, porém apenas chiados, saem dos meus lábios, e ele sorri de forma genuína.

— irei chamar Caymmi, ela saberá como ajudar com sua voz. — seus olhos tem um brilho tão lindo, e seu rosto me fez querer levantar a mão e toca-lo.

O SEGREDO DA MONTANHA |+18|Onde histórias criam vida. Descubra agora