HAGAR;
Estava tudo perfeito, minha fêmea fazia inúmeras perguntas sobre a nossa caverna, e parecia estar apreciando o lugar com empolgação, até que fez a pergunta que travou meu corpo, e meu estômago embrulhou.
— para que quer saber? — minha voz soa áspera, e ela se encolhe intimidada.
— só quero saber como será, quando for para ir embora. — confronta com o olhar duro.
Quero gritar com ela, dizendo que não irá, que ela é minha, e jamais sairá desse lugar, porém sei que isso só vai piorar nossa convivência. Respiro profundamente, tentando acalmar minha cabeça.
— as próximas três luas cheias, serão de neve profunda, e não pode ariscar sair desse lugar. Você está fraca, e não aguentaria. — ela faz um som frustrado, e bate com a testa, contra meu ombro.
Minha boca está uma bola amarga, porque apenas o pensamento dela partir, me destrói por dentro. Harley é tão pequena e frágil, porém me faz quere-la ainda mais, mesmo que algumas vezes ela pareça um pequeno passarinho, e tenho medo de quebra-la ao tocar.
— Hagar?! — chama, e sinto mais uma onda de arrepios passearem por meu corpo, e concentrando no meu pau. — você sabe se aqui tem borboletas? — ela murmura pensativa.
Penso um pouco, e lembro das pequenas criaturas voantes, que povoa o final da caverna.
— sim. Quando você estiver mais saudável, poderemos ir vê-las. — prometo querendo agrada-la ao máximo.
— eu amo borboletas. — disse em um sussurro. — borboletas cintilantes.
Sua respiração fica suave, e sinto que ela dormiu quase em meio as palavras. Ela deve está exausta. Caminho com pressa, e logo vejo o grupo de cavernas, onde alguns estão nos observando do interior das mesmas. Meu povo teme a minha pequena fêmea, porém tenho certeza que se eles conhecerem, também entenderia que ela não nós fará mal.
...
Quando chegamos a caverna, acordei e alimentei a minha fêmea, e depois ela voltou a dormir de forma tranquila. Mesmo hesitante, chamo Caymmi para que fique com ela, e me obrigo a sair para caçar. Ela precisa comer algo mais forte, pra que tenha forças para se curar.
A tempos atrás, saia para caçar, e muitas vezes passava até duas ou três luas fora, porém hoje, nem havia entrado pra valer nas cavernas, e já sentia desejo em voltar. A extensão das cavernas são bastante longa, e túneis ligam uma caverna a outra, a várias estações geladas, uma doença atingiu nosso povo, e acabou dizimando parte da população, e isso deixou a caça abundante nas cavernas próximas.
Um dos nossos, Coldex, ele era menor e desajeitado, como eu, também foi um dos sobrevivente e como em outras épocas alguns fizeram, ele partiu para a planície. Tivemos sorte com ele, o garoto passou a morar na base da montanha, e trabalha como guia, para as pessoas que querem conhecer os picos de gelo, muitos aqui passaram a repudia-lo, por ter acasalado com uma humana, porém agora entendo como ele se sentiu.
Após consegui captura algumas lebres, retorno para minha caverna, tendo que usar uma tocha, para iluminar os túneis. Meu peito bate ansioso para encontrar minha fêmea, apesar de me sentir cansado da caminhada apressada, relembro que terei que banha-la, e o pensamento como sempre, não me é ruim.
...
— você está congelando. — pego seu corpo pequeno, e abraço, querendo que ela absorva meu calor. — não acredito que fizeram isso.
Caymmi disse que cuidaria dela, mantendo o fogo acesso e ela alimentada, porém assim que sai para caçar, ela foi embora, deixando minha fêmea sozinha e sem poder se aquecer. Eu sei que os humanos são vistos como serpentes traiçoeiras, porém ela não poderia ter feito isso, não com minha frágil fêmea.
— me perdoa. — imploro sentindo o desespero me apertar, imaginando que agora, mais do que nunca, era não vai querer ficar. — irei falar com ela.
Levanto, mantendo minha fêmea nos meus braços, e com algum esforço, começo a árdua tarefa de acender o fogo novamente, indo até uma caverna vizinha, e pegando uma tocha dos meus assustados vizinhos. Após está com o fogo alto, caminho várias vezes até encher a banheira com água, e abastecer a cavidade inferior com brasas vermelha.
— Hagar. — a voz sussurrada contra meu peito, me alegra.
— estou aqui. O que você deseja? — questiono afastando minimamente seu rosto do meu peito. — está sentindo algo?
— frio. — diz com angústia.
Apresso-me para deixar a água bem quentinha, e após adiciona as ervas, dispo o corpo pequeno, e coloco mesmo na água. Sua expressão de contentamento, me fez consegui relaxar um pouco. É tão assustador vê-la quase imóvel, imagina que ela pudesse voltar aquele estado novamente, me assusta muito.
— a mulher que ficou aqui, ela teve que sair. — sua voz é baixinha e hesitante. — um macho, tão grande quanto você, veio chamá-la. — prendo um rosnado enciumado, não gostando que outro macho tenha aproximado, sem que esteja.
— ela é a parteira da tribo, pode ter havido alguma emergência com alguma das mulheres. — comento controlando minha raiva, enquanto derramo água sobre sua cabeça, e ombros. — mas ela não poderia tê-la abandonado assim. Poderia ter mandando alguém ao menos manter o fogo acesso.
Estou desesperado pelo que poderia acontecer. Não sei como farei, porém na próxima vez, nem que tenha que levá-la junto ao meu corpo, não irei deixa-la aos cuidados de mais ninguém.
— senti sua falta. — sinto meu peito aliviado com sua confissão.
— eu também senti a sua. — assumo levando minha mão ao seu rosto, e acariciando igual fazemos com um bebê.
— jamais irei agradecer o suficiente, pelo que você faz por mim. — baixou o olhar, de forma angustiada. — me sinto tão impotente, por você ter que fazer tudo, minha higiene, me alimentar.
— não sinta-se assim. Não faço mais do que meu dever. — passo minha mão por sua pele macia com carinho, seus seios pequenos com biquinhos escuros e pontudos, os desenhos que enfeitam seu corpo. — cuidamos de quem gostamos.
— você gosta de mim? — questionou espantada.
— sim. Mais que a... — corto minha frase, imaginando que possa assusta-la.
— gosta mesmo que esteja atrapalhando sua vida?! — encarei sua expressão, achando parecida a um pequeno filhote, que deseja o afago da mãe.
— você não atrapalha em nada. Jamais pense isso. Tenho prazer em cuidar de você, mesmo quando não tinha a recompensa de escutar sua voz suave. — declaro, e vejo seus olhos inundar. — não chore, não tenha medo. — apresso-me, não querendo aborrece-la.
— só estou emocionada Hagar. Sabe, as pessoas normalmente não são tão boas, sem querem algo em troca. — engulo um nó que se formou na minha garganta, imaginando que ela irá me odiar quando souber que tanto cuidado com ela, é apenas porque ela é minha fêmea, e desejo que fique aqui.
Continuei a banha-la, como sempre tentando evitar em ser invasivo com seu corpo. Ela é tão pequena, e evito imaginar que um dia terei sobe meu corpo, cobrindo minha fêmea, para que cresça o nosso bebê, em seu ventre. É uma possível realidade tão distante, porém meu corpo reage com força, fazendo meu membro pulsar de forma dolorida, porém apenas o ignoro, como todas as outras vezes, que ficou assim, mesmo que ela estivesse adormecida.
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O SEGREDO DA MONTANHA |+18|
Fantasy🥇1° lugar em "erótico". 04/22 🥇1° lugar em "possessivo" 06/22 Para a jovem fotógrafa, seria apenas mais uma aventura, porém a natureza não estava a seu favor - ou estava - o fato é que, um acidente aconteceu, e tudo o que ela acreditava se expandi...