O SEGREDO DA MONTANHA |+18|

capítulo 5

HARLEY COLEMAN;

Eu não sou uma mulher baixa, considerando que tenho 1,76 de altura, porém se comparada a altura do homem que está cuidando de mim, com extremo cuidado, sou bem baixa. Hagar mede um pouco mais de dois metros, e com as suas vestes peludas, consegui ficar ainda maior e assustador.

— doce, quero pedir que se alguém falar algo, não fique magoada, ou com medo, sempre estarei ao seu lado para protegê-la. — pediu com certa urgência.

— porque falariam algo? — questiono confusa.

— quando tomei a decisão de cuidar de você, está ideia não foi muito aceita. Todos tem medo que você retorne as planícies, e conte a todos sobre nossa localização. — contou com certa angústia. — porém você não irá, e isso é o que importa.

— como assim, não irei? — questiono sem entender seu último posicionamento.

— quero dizer que não irá contar nossa localização. — explicou-me, e voltei a respirar com propriedade, por um instante imaginei que ele falara que não iria embora.

— estou ansiosa para conhecer o lugar.

Sou uma pessoa extremamente curiosa, e conhecer esse homem, e uma provável civilização totalmente desconhecida aos demais, é algo incrível. Imagino que com tantos meses desaparecida, muitas coisas devem ter mudado na planície, porém estranhamente, não me sinto tão desesperada em partir, até porque eu não poderia, afinal estou bem decadente.

— vamos? — assinto, encarando desconfiada as amarrações estranhas que ele fez em sua cintura.

— estou tentada a pergunta, para que servirá essas amarrações. — declaro, e ele expande um sorriso largo.

Eu já comentei que esse homem é muito lindo?! Seu enorme tamanho, me assustou inicialmente, porém ao lembrar da forma delicada e cuidadosa que ele cuida de mim, sem em momento algum se aproveita da minha situação indefesa, me faz confiar nele de uma forma absurda.

— logo entenderá. — declarou aproximando-se. — preparada?

— sim.

Meu corpo foi erguido com uma facilidade vergonhosa, e minhas pernas foram colocadas envolta da sua cintura, e meus braços foram para seu pescoço automaticamente. Já viram um sling? Aquele pano, que normalmente é usado para carregar bebês, então, estou em algo parecido, porém mudem as proporções dos tamanhos, e imagina o quanto estou ridícula.

— está confortável? — questiona preocupado, avaliando minha posição junto ao seu corpo.

— não está extremamente confortável, porém não é uma forma ruim, porque não estou sentindo o domínio do meu corpo. — dou de ombros, deixando meu corpo extremamente frágil, se acomodar contra o dele.

— está certo. — afirmou, e suspirou profundamente ao sair da caverna.

Olho ao redor, e percebo em um fôlego, que saímos da caverna, porém não saímos da caverna. Imagina o quanto isso é incrível? Isso aqui é um paraíso, não pode existir algo como isso.

— então? — sua voz soou ansiosa.

A caverna é tão alta, ao ponto de não vermos o teto, entre a sombra nebulosa. Gotas de água caem em um ritmo cadente, ao centro, formando um enorme lago, com águas tão cristalinas, que podemos ver as menores partículas de areia, e os peixes. Todavia, agora devo dizer a parte mais incrível, deixei para o final, uma floresta, isso mesmo uma linda floresta verde escuro, com algumas árvores floridas de variadas cores, completam o esplendor do lugar.