EPÍLOGO

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H A R L E Y

Sentada na borda piscina central, tranço os cabelos macios do meu companheiro, que mantém seu rosto encostado na minha enorme barriga de sete meses, e nossa filha Calina brinca com Aurora na água mais profunda.

— Hagar. — chamo meu companheiro, que apenas me dá um olhar preguiçoso. — estou desejando frutinhas. — ele resmunga, um grunhido exasperado.

— eu odeio aquelas malditas frutinhas. Odeio, tanto que já quis corta-las ao tronco, e só não faço, porquê não quero dormir com a Aurora uma lua inteira. — declara com raiva, afastando-se de mim.

Ele odeia aquelas frutinhas doces e apaixonante, e nas minhas duas gravidez, desejei as mesma todos os dias, e minha sorte é que elas estão em carga o ano inteiro, ou teria enlouquecido meu pobre Hagar.

— vou está exatamente aqui, quando voltar. — prometo, e recebo seu olhar desconfiado, enquanto pega nossa filha e levanta junto ao seu enorme corpo.

— quando eu voltar, se não estiver sentada exatamente nesse lugar, juro que irei bater em sua bunda. — ameaça, e sinto meu interior pulsar com a ideia.

Os três seguem pelas grutas, até sumirem na floresta. Eles são inseparáveis, e a minha pequena com apenas três anos, ama segui-lo por todos os lados, indo inclusive caçar com Hagar, e deixando seu pai todo orgulhoso por sua esperteza, apesar das pernas curtas e gordinhas.

— ainda bem que te achei Harley. — Caymmi, aproximasse devagar. — fiz um ensopado, e ficou delicioso. — senti minha boca salivar com a menção, e com alguns gemidos e esforço, consigo me levantar e seguir até sua caverna.

Após retornar no desfiladeiro, Hagar contou a todos o que havia acontecido, e me tornei um pouco mais querida na tribo. A sensação de morrer e voltar a vida, é algo que jamais irei esquecer, e me faz valorizar cada segundo que osso com todos a minha volta.

— está deliciosa. — elogio, servindo um pouco mais da sopa com carnes e leguminosas. — a do Hagar é parecida, mas acabei enjoando. Está gravidez está sendo mais difícil que a primeira. — passo a mão por minha barriga, sentindo o montinho, formado por talvez a cabeça do meu nenê, empurrando o lugar.

— claro que é. — sorriu com mistério.

— HARLEY!!!... — o grito do Hagar soa por toda a caverna, me fazendo sorrir constrangida.

— se acalme, já estamos acostumados. — sorriu dando um afago na minha mão. — afinal, já é uma rotina diária.

Dois segundos depois, entra uma enorme loba cinza, seguida do meu esbaforido companheiro, e filha. Seu olhar vagueia sobre meu corpo, e após respirar profundamente ele aponta o dedo em direção a nossa caverna.

— tenho que ir. — sorri para a senhora, lhe dando uma piscadela, antes de caminhar em direção a saída.

— eu avisei. Eu disse que deveria ficar sentadinha ali, mas você é teimosa demais para seguir uma simples ordem minha... — tagarela reclamando, enquanto caminhamos até nosso cantinho. — eu avisei que teria consequências. Avisei, mas você me escuta?! Não mesmo.

— filha, se importa de ir brincar com as outras crianças e a Aurora no centro? — toco os cabelinhos loiro escuro, e ela sorri empolgada.

O SEGREDO DA MONTANHA |+18|Onde histórias criam vida. Descubra agora