O começo de tudo

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Olá, pessoas!
Então, eu tô passando por um momento extremamente difícil e doloroso da minha vida, e a tristeza tem me impedido de conseguir escrever. Acreditem em mim, não sumi por querer, é a primeira vez que fico mal a ponto de não conseguir escrever.
Por isso estou adaptando uma história que já existia pra vocês não ficarem sem novas atualizações.
Já estou escrevendo Belas Criaturas e devo postar essa semana ainda, por enquanto espero que aproveitem essa nova história.

Boa leitura!

*********"

Uma rua deserta, lixo revirado e carcaças de carros abandonados compunham o cenário pós-apocalíptico ao qual Ella se acostumara com o passar dos anos; o cheiro também não era dos melhores, mas o ar estava fresco o bastante para indicar relativa segurança. De fato, apenas ela zanzava pela rua residencial e mesmo assim todo sobrevivente sabia que excesso de confiança tendia a transformar o status de vivo para morto com extrema facilidade.

Após um minuto ponderando por onde deveria seguir, resolveu descer a rua em direção ao bosque nos limites da cidade, não dando atenção a nenhuma das casas de aparência abandonada. Já tinha toda a comida que podia carregar então não fazia sentido pilhar mais nada que pudesse atrasá-la.

A regra não se aplicava aos meios de se defender, é claro. Ella não usava a arma presa em seu quadril a não ser em casos desesperadores, não desejava chamar a atenção para si mesma com a mesma intensidade violenta que a fazia querer destroçar seus inimigos.

É. O fim do mundo tinha dessas coisas.

Um pé após o outro, tentando não fazer muito barulho ou esbarrar em algo que denunciasse sua presença, ela se afastou. Se conseguisse cruzar o bosque acabaria na interestadual que, com sorte, não estaria bloqueada e ela poderia conseguir um carro; pensando assim realmente parecia um bom plano, seguir para o leste em direção aos acampamentos militares, completar sua jordana e então se estabelecer em algum lugar.

Um barulho a fez parar. Aguçou os ouvidos, mas não conseguiu distinguir o que era e decidiu que o vento havia derrubado alguma lata de lixo; as coisas funcionavam assim em tempos de crise, você não ouve mais nada, diz a si mesma que era apenas o vento e segue seu caminho tomando o dobro de cuidado. O apocalipse não era lugar para bancar o super-herói.

Andou alguns metros e avistou um taco de baseball próximo a uma lixeira caída, estava em bom estado mesmo que manchado de sangue; Ella analisou seu peso girando o punho algumas vezes, parecia leve e provavelmente não foi o suficiente para salvar seu dono, mas ainda assim carregou-o consigo.

“Uma arma branca e longa nunca é demais!”

Seu amigo Ray diria aquilo em uma situação como essa, sempre otimista demais em relação a tudo mesmo na porra do fim do mundo. Seus amigos, todos eles, faziam mais falta a cada dia que ela passava sozinha; se Ella se permitisse fechar os olhos e sentir o sol em seu rosto quase poderia se transportar para o tempo em que todos eles passavam tardes juntos à beira do lago ouvindo músicas boas e ruins na velha van apelidada de Waverider.

- Era uma vida boa – murmurou para si mesma – Era sim...

O ruído voltou, estava ainda mais próximo mesmo que ela não pudesse distinguir sua origem e, tomando a decisão em um segundo, decidiu que não queria descobrir o que era. Analisando suas possibilidades, avistou uma casa com um enorme portão de ferro meio torto e a abertura inferior era suficiente para que ela rolasse por baixo.

Amaldiçoou o cascalho que lhe arranhou a pele ao atravessar o portão, nunca deixando de prestar atenção ao seu redor. A casa parecia vazia e trancada, uma rápida inspeção na portada frente confirmou sua teoria e não havia tempo para arrombá-la de forma silenciosa antes que o que quer que seja lá fora sentisse seu cheiro e começasse a caçá-la.

Dias Passados (fanfic Lady Dimitrescu)Onde histórias criam vida. Descubra agora